Os Oscars estão chegando e nos cinemas brasileiros começam a chegar as escolhas internacionais para concorrer ao prêmio na categoria de Melhor Filme Internacional. O filme escolhido pelo Brasil - A Vida Invisível - deve ter destaque ao fim do mês, quando estréia, mas o longa que fez barulho por onde passou esse ano foi o sul-coreano 'Parasita'. A primeira produção daquele país a ganhar a Palma de Ouro, premiação mais importante no Festival de Cannes. Assim, o longa não só acabou entrando para os livros de história para a sua terra natal como também deixou a crítica mundial embasbacada com sua vitória unânime no evento.
É indiscutível que o filme realmente mereça todo o prestígio que está recebendo pela sua coragem, além do mais, é também impossível discordar que Parasita não seja um dos melhores dramas/suspenses dos últimos anos. E fica a dica: ele não é para quem tem coração fraco. A quantidade de tensão e desespero que o diretor Bong Joon-Ho (Okja, Expresso do Amanhã) consegue criar nesta história, que se inicia de forma simples e tem uma virada, é absurda.
Falando deste inicio inofensivo. A trama começa com uma família pobre tendo que encontrar qualquer jeito possível para conseguir sobreviver seus dias. Eles são inteligentes e criativos, manipulam quem podem e tentam conseguir o que necessitam. Tal artimnha os leva à casa de uma família riquíssima e ali, lentamente, vão se infiltrando por intermédio dos trabalhos oferecidos (tutores, motoristas entre outros).
Trailer
Titulo original e ano: Gisaengchung, 2019. Direção: Bong Joon Ho. Roteiro: Bong Joon Ho, Han Jin Won. Elenco: Song Kang Ho, Lee Sun Kyun, Cho Yeo Jeong, Choi Woo Shik, Park So Dam, Lee Jung Eun, Chang Hyae Jin. Gênero: Suspense. Nacionalidade: Coreia do Sul. Trilha Sonora Original: Jaeil Jung. Fotografia: Kyung-pyo Hong. Edição: Jinmo Yang. Produzido por: CJ Entertainment. Produção: Barunson E&A. Distribuição: Pandora Filmes. Duração: 131 min.
Esse é o máximo que qualquer pessoa deve saber sobre o filme, antes de assisti-lo; aliás, talvez seja até demais. A ideia é que o espectador se surpreenda com cada minimo detalhe e vá sem saber nada mesmo. Afinal, como a história evolui e se transforma a cada cena é o que nos faz abraçar a produção. Novos elementos e surpresas que aumentam o desespero e nos deixa presos aos acontecimentos. Bong Joon-Ho demonstra, mais uma vez, que é não só um escritor como um diretor nato. altamente competente e poderoso ao criar histórias extremamente criativas e prazerosas de se assistir.
Parasita deve, com certeza, concorrer ao Oscar. Ademais, têm um potencial grande de ganhá-lo. É um filme que consegue satisfazer os críticos mais perfeccionistas e também os fãs de cinema hollywoodiano, mesclando uma produção maravilhosa - graças à Boong e a ótima performance dos atores - a uma trama intrigante que entrega um posicionamento de forte caráter ao elitismo social.
Caso o espectador tire tempo para reparar na quantidade de personagens, talvez, percebe que há uma certa falta de foco nesta questão. Contudo, em muitos quesitos, o longa acaba sendo o contrário de outro filme asiático que concorreu a estatueta no ano passado, Assunto de Família (Shoplifters). Apesar de ambos lidarem com a temática da pobreza e apresentarem famílias inventivas que acham meios de sobrevivência enquanto Shoplifters foca em seus personagens - criando um dos filmes mais emocionantes de sua safra - Parasita deixa os protagonistas de lado para focar na tensão e no drama da história em si.
No final das contas, a película será lembrada pela boa sustentação do desespero e como esta o causa. Assim, talvez, direcionar o foco para o real drama aqui tenha sido a melhor decisão - mesmo que nos entristeça ver personagens e arcos ficando em segundo plano. Po fim, vale dizer que esta é uma das produções must-watch (tem que assistir o quanto antes) de 2019. E não há quem tire seu nome do envelope de ganhador nas principais premiações que vem por ai.
HOJE NOS CINEMAS
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