Baseado em fatos reais, Meu Nome é Sara, conta a história de sobrevivência e os efeitos colaterais oriundos do Holocausto da garota Sara Góralnik (Zuzanna Sukowy), polonesa, judia, que viu toda sua família ser morta pelos nazistas quando tinha apenas 13 anos de idade. Em um último contato com sua mãe, esta lhe falou para lutar por sua vida e continuar o legado da família como uma última vingança contra os ratos que se afirmavam arianos. Estas palavras marcaram a vida da jovem e o espírito de resistência a acompanhou em toda trajetória.
Sara então foge para a Ucrânia e, muito perspicaz, assume a identidade de uma amiga cristã. Também muda seu nome, negando sua origem. A garota é acolhida por um casal de fazendeiros, vivido por Eryk Lubos, como Pavlo, e Michalina Olszanska, como Nadya, para cuidar dos filhos pequenos e tratar dos afazeres domésticos em troca de um lugar para dormir e comida.
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Sara não teve tempo para ser adolescente, inclusive, nem sabia sobre as mudanças que estavam ocorrendo em seu corpo. Ela era uma criança e os horrores da guerra a transformaram em uma adulta.
A pobre garota é obrigada a mentir e conviver com uma família estranha que testa suas origens lhe oferecendo carne de porco (refeição proibida aos judeus). Ela, muito perspicaz, se comporta como cristã, nega sua religião e adota os costumes da família. Porém, intimamente, guarda suas origens e tradições.
Se a família soubesse sobre sua origem judaica, talvez jamais a tivesse abrigado, uma vez que correria o risco de ser morta também. A cena com as pessoas enforcadas e a placa "Eu escondi judeus" mostra tal perigo. A mulher ainda necessita conviver com um segredo que descobre por acaso envolvendo Nadya e um outro elemento da família.
Título Original e ano: My Name is Sara, 2019. Direção: Steven Oritt. Roteiro: David Himmelstein. Elenco: Zuzanna Surowy, Konrad Cichon, Pawel Królikowski. Gênero: Drama, Histórico. Nacionalidade: EUA. Trilha Sonora Original: Lukasz Targosz. Fotografia: Marian Prokop. Edição: Agnieszka Glinska. Figurino: Emilia Czartoryska. Distribuição: A2 Filmes. Classificação: 16 anos. Duração: 111 min.
Apesar de ser seu primeiro papel em um longa com tanto peso e dramaticidade, Zuzanna Surowy dá conta do recado e nos transmite toda carga emocional que a personagem exige. É torturante sentir o desafio da garota em não revelar suas origens, nem mesmo enquanto dorme com panos na boca para evitar que fale em sonhos ou pesadelos.
O filme, apesar do baixo orçamento, consegue alcançar um padrão bastante bom e apresenta ambientação e figurinos bem convincentes e corretos historicamente falando. A locação na Polônia traz veracidade às cenas.
O elenco tem uma boa química entre eles e entregam personagens bem reais, que nos colocam frente à frente com um período terrível da história mundial, trazendo informações ricas em detalhes. A película, que foi apresentada na 43º Mostra Internacional de Cinema de São Paulo é o primeiro trabalho de ficção, baseado em fatos reais, dirigido por Steven Oritt, conhecido por dirigir documentários.
O fato do longa ter como produtor executivo o próprio filho de Sara, Mickey Shapiro, traz veracidade à narrativa. Mickey cresceu sabendo pouco sobre as origens de sua mãe e da luta para sobreviver, porém nos últimos 10 anos, quando tomou conhecimento dos fatos, decidiu fazer o filme e dividir com o público essa história comovente.
Vale conferir!
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