O ouriço azul dos video games da Sega é figura carimbada na cultura pop americana desde o início dos anos 90. O jogo de plataforma ganhou o amor do público e ultrapassou o mundo gamer e virou um personagem reconhecido pelo público em geral. A Sega, agora fora do mercado de consoles, usa dos personagens que têm das maneiras que lhe são possíveis: primeiro com parcerias em jogos para consoles da Sony, Nintendo e Microsoft; e recentemente com o mercado cinematográfico.
É correto que Sonic e seus amigos frequentem o audiovisual com séries animadas e filmes infantis há algum tempo, mas o filme que estreia este ano, sob a direção de Jeff Fowler, vem com a intenção de sair do nicho infantil (home vídeo ou TV) e encarar a missão dos blockbusters dos últimos 10 anos: virar uma franquia com universo compartilhado. Deste modo, a fórmula mágica do sucesso Marvel é utilizada sem qualquer cerimônia. A produção inteira corre (sem intenção de trocadilho) para as cenas importantes. Por exemplo, quando Sonic (com a voz original de Ben Schwartz) encontra o policial Tom Wachowsky (James Marsden), eles passam pelo constrangimento de se conhecerem, enfrentam o primeiro perigo do vilão Robotnik (Jim Carrey) e duas cenas depois já são melhores amigos em missão. A história pregressa de Sonic, que nos introduz a magia do mundo em que é nascido, é apresentada como justificativa para sua chegada na Terra, mas o filme se basta nessa exposição. Funciona apenas como dica de que mais elementos existem, mas não são utilizadas de maneira muito eficaz ao longo da narrativa no globo terrestre. A exceção são os famosos anéis dourados.
O longa, então, se pauta no carisma das personagens e nisso tem algum sucesso. Sonic é o herói engraçado que se espera, mas com problemas pessoais a serem enfrentados. A amizade com o xerife Wachowski e sua esposa Maddie (Tika Sumpter) é importante nesse processo, coisa comum em filmes de aventura/infantis, e o casal é simpático e bondoso o suficiente para que gostemos deles. Tudo caminha como deve ser, inclusive na vilania extrema de Robotnik que não se preocupa em se aprofundar, mas em divertir com a persona extravagante de Jim Carrey. Talvez a melhor escolha para o tipo de história e público a que a produção se dirige.
Sonic é um filme que beira o genérico e existe apenas para que os próximos existam. Um ponto de partida que nem finge nascer para ser uma aventura solo, já que antes mesmo de acabar realmente já somos apresentados ao futuro do vilão. Além da cena pós-créditos que busca expandir o universo.
Trailer
Ficha Técnica
Título original e ano: Sonic The Hedgehog, 2020. Diretor: Jeff Fowler. Roteiro: Patrick Casey e Josh Miller - personagem criado por Yuji Naka, Naoto Oshima, Hirokazu Yasuhara. Elenco: Jim Carrey, James Marsden, Ben Schwartz, Tika Sumpter, Neal McDonough. Gênero: Aventura, Família, . Nacionalidade: EUA. Trilha Sonora Original: Junkie XL. Fotografia: Stephen F. Windon. Edição: Debra Neil-Fisher e Stacey Schroeder. Supervisor de efeitos especiais: Alex Burdett. Distribuidora: Paramount Pictures Brasil. Duração: 01h39min.
HOJE NOS CINEMAS
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