Da HQ para as telas: Bloodshot


A HQ 'Bloodshot', lançada pela Valliant Comics, em 1992, alcançou enorme sucesso chegando a vender 80 milhões de exemplares do seu universo. Com a onda de êxito de adaptações dos quadrinhos para as telas, lá em 2012, se iniciou a pré produção da trama para alcançar então os adoradores do gênero. A príncipio, os atores Jared Letto e Michael Sheen estavam atrelados ao projeto, mas com o decorrer de seu desenvolvimento estes sairam e Vin Diesel e Guy Pearce assumiram os papéis deles. Diesel vive Ray Garrison e Pearce Dr. Emil Harting. O primeiro é um soldado morto em combate que ganha super poderes ao ser reanimado por uma organização que o usa como uma arma letal. Dr. Harting é o cabeça desta organização.  

A trama original foi criada por Kevin VanHook, Bob Layton, Don Perlin e nas telas o roteiro é assinado por Jeff Wadlow e Eric Heisserer e a direção é do estreante Dave Wilson. 


A introdução do filme é algo de teor comum. Vemos Ray em ação, conhecemos sua esposa Gina (Talula Riley) e o fim fatal por quais ambos passam após serem sequestrados. Na sequência, Ray acorda completamente sem memória e ao redor de rostos que nunca vira antes. Ali, o doutor Harting o mostra o que foi feito dele - sua regeneração a partir de nanotecnologia e como esta está em seu sangue o fazendo ficar ainda mais forte.

No lugar, ele entra em contato com KT (Eiza Gonzalez), Jammie (Sam Heughan) e Tibs (Alex Hernandez) e o braço direito do doutor, Eric (Siddharth Dhananjay) e começa a entender como estes também vivem a sua segunda chance: treinando bastante e aprimorando suas novas habilidades. Porém o que Ray mal pode esperar é que todo o espetáculo criado envolta dele faz parte de um roteiro batido para fazê-lo matar constantemente sem necessáriamente compreender que sua vingança é manipulada.

Diante disso, a película caminha com explicações de minuto em minuto - algo que cansa, mas deixa óbvio ao espectador que no filme quem está sendo enganado não é ele e sim o personagem. Aliás, este só vai entender um pouco mais de sua trajetória e toda a motivação de estar ali quando encontrar o hacker Wilfred Wigans (Lamorne Morris). 

É super interessante ver Pearce no filme já que o ator interpretou um 'desmemoriado' no incrivel ''Amnésia'', de Christopher Nolan (2000). O arco do personagem de Diesel nos faz lembrar também Robocop e, por que não, o amado herói Wolwerine - ainda que Ray não esteja no mesmo patamar de nenhum deles, ao menos não nesta representação cinematográfica. O aclamado ator da franquia 'Velozes & Furiosos' tem uma baita chance de sair de um estigma de 'ator de um gênero só', mas não inova tanto quanto poderia. Todos em cena aparecem bem e ele é ele.

A direção aqui assume um papel descontraído e deixa claro que, não só a trama, se assemelha a filmes que já vimos antes como também pega dessas refências para entreter. O visual do filme é espetacular. Trabalhar cenas em slowmotion, lutas com inúmeros ângulos e efeitos especiais plausíveis. A fotografia tem um tom mais scifi e em certos momentos é vermelha como o sangue poderoso de seu protagonista. A trilha sonora vem bem no estilo e consegue ritmar bem as cenas de ação. Rola também um momento para o ouvido do espectador mais jovem conhecer a banda Talking Heads, já que Tobby Kebbell dança ao som da contagiante 'Psicho Killer'.

Em Suma, Bloodshot, não surpreende. Talvez divirta os amantes de produções com muita porrada, bomba, falas engraçadinhas (ou de efeito) e inúmeros tiros, mas não vai além disso.
Trailer



Ficha Técnica


Título original e ano: Bloodshot, 2020. Direção: Dave Wilson. Roteiro: Jeff Wadlow e Eric Heisserer - baseado na HQ de Kevin VanHook, Bob Layton, Don Perlin. Elenco: Vin Diesel, Guy Pearce, Tobey Kebbell, Eiza González, Sam Heughan, Talula Riley, Jóhannes Haukur Jóhannesson, Lamorne Morris, Siddharth Dhananjay, Alex Hernandez. Gênero: Ação. Nacionalidade: Eua. Trilha Sonora Original: Seve Jablonsky. Fotografia: Jacques Jouffret. Edição: Jim May. Supervisor de Efeitos Especiais: Cordell McQueen. Distribuição: Sony Pictures Brasil. Duração: 01h49min.
Para quem curtir o filme, independente do que ler por ai ou por aqui, fica a dica: os quadrinhos originais e todos o universo do personagem pode ser encontrado nas redes da Social Comics gratuitamente (veja aqui).

Avaliação: Dois ciborgues confusos. (2/5)

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-B

Escrito por Bárbara Kruczyński

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