quinta-feira, 28 de maio de 2020

A Guerra de Anna (Anna’s War)


Dando o ponta pé inicial para o projeto 'Cinema Virtual' - plataforma que chega com o intuito de dar espaço para que as distribuidoras e exibidores possam operar seu próprio cinema digital - o russo A GUERRA DE ANNA, de Aleksey Fedorchenko, apresenta uma menininha de seis anos de idade, a Anna do título, que se vê lançada no mundo adulto e desumano cedo demais. Seus pais, como inúmeros outros judeus, foram vítimas do extermínio em massa decorrido na Segunda Guerra Mundial. A pequena garota é interpretada na produção por Marta Kozlova

O filme exibe em sua estante cerca de onze prêmios na indústria russa.

Trailer

Ficha Técnica

Título Originale ano: Annas’s War| Voyna Anny, 2018. Direção e roteiro: Aleksey Fedorchenko, Nataliya Meshchaninova. Elenco: Marta Kozlova, Lyubov Vorozhtsova, Vladimir Sapin. Nacionalidade: Rússia. Gênero: Drama, Guerra. Trilha Sonora Original: Vladimir Komarov e Atsuo Matsumoto. Edição: Pavel Khanyutin e Hervé Schneid. Fotografia: Alisher Khamidkhodzhaev. Distribuição: A2 Filmes. Duração: 74min.
Anna sofre realmente um trauma grande demais para qualquer ser, que dirá para uma criança. Sobrevive ao massacre graças ao corpo de sua mãe que a protege dentro da vala em meio aos corpos que se amontoam. Uma família a resgata, mas temendo alguma represália por abrigar uma criança judia, a entregam a um companheiro do partido. Assim, a menina fica escondida na parte superior de uma chaminé do prédio que abriga o escritório improvisado do comitê do terceiro Reich. Sem água, comida e sem poder fugir, pois a construção é vigiada por soldados e seus cães ferozes, Anna passa os dias encolhida no buraco escuro. A noite, arrisca-se a sair a procura de qualquer coisa que abrande sua sede, fome e frio.

O filme mostra a tentativa de sobrevivência e o passar do tempo sofrido e doloroso da protagonista. As marcas em seu corpo denotam tal sofrimento. O rosto cadavérico e envelhecido para uma criança assustam, aliás. E o lixo no interior da chaminé se mistura a livros. Ademais, ratos, ratoeiras, veneno também são seus companheiros. Por uma brecha, Anna vê o movimento do outro lado. Assiste crianças brincando lá fora, como ela também deveria estar. Mas sua realidade é outra, quieta, sofrida, impregnada de solidão. Um único amigo, um gato, traz algum alento, mas seu destino também está marcado. Anna precisa sair, porém, é perigoso e isto parece ser impossível. Logo,uma festinha dos camaradas russos se apresenta como a a oportunidade mais real de ter algum alimento, ainda que migalhas. 


O semblante sério e pesado da menina judia carrega toda carga emocional do filme. A atuação de Kozlova é sublime. O choro contido nos transmite uma tensão constante. A fotografia natural e sem cores vivas enfatiza o sofrimento. E temos então um drama de sobrevivência, denso sem ser apelativo. 

O roteiro é simples. A guerra se faz presente, mas como pano de fundo. Alguns bons momentos carregam o ápice da tensão. Emocionante e sim muito triste, o longa revela uma outra face deste período tão cruel e obscuro da história da humanidade.

Há sim o que se gostar na trama e acredita-se na capacidade destra agradar ao público também.

A Guerra de Anna foi exibido na 43a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e entraria em cartaz nos cinemas, porém devido à Pandemia irá fazer parte do catálogo da plataforma citada no inicio do texto e que surge como uma chance íncrivel do público de ter acesso a filmes inéditos no conforto de casa.


Ah, e para assistir ao filme no Cinema Virutal, o usuário deve acessar o site oficial: https://www.cinemavirtual.com.br, escolher o filme, selecionar estado, cidade e rede exibidora de preferência ou clicar diretamente sobre o exibidor preferido. Cada sessão custa R$ 24,90 e vale por 72 horas. O catalogo terá entre 10 e 15 filmes, será sempre renovado a cada quinta-feira e as produções poderão ser assistidas em até três plataformas diferentes, entre celular, TV, computador, tablet.

#FicaDica

HOJE NO CINEMA VIRTUAL!

sexta-feira, 8 de maio de 2020

Potiche - Esposa Troféu | Assista no Globoplay |


Uma verdadeira joia do cinema francês, como muitas das produções distribuídas no Brasil pela IMOVISION, está escondida e disponível para se assistir lá no Globoplay.

Potiche, o título do filme, simboliza o mesmo que 'pequeno vaso de porcelana' e é usado como elemento de decoração. Bem, a trama, é inspirada em uma peça teatral de Pierre Barillet e Jean-Pierre Grédy, e já contou com uma versão anterior exibida na tv francesa no ano de 1983. Nesta releitura de 2010, a comédia de costume do diretor François Ozon traz a deslumbrante Catherine Deneuve, em um momento excelente, junto a Gérard Depardieu, Fabrice Luchini, Karin Viard, Jérémie Renier, Judith Grodrèche e muitos outros.

Com humor ácido e bem forçado, chegando às beiras do pastelão, somos apresentados já nas primeiras cenas a Suzanne Pujol (Deneuve), impecável, que no ano de 1977 representa a típica 'esposa troféu' que todo marido gostaria de ter na sua estante. Submissa, bem arrumada até para uma corridinha no parque, totalmente do lar  e seguindo todas as tradições da boa mulher francesa. Ela arrasta um casamento de 30 anos com Robert Pujol (Luchini), sortudo que com o matrimônio abocanhou como dote uma fábrica de guarda chuvas, herança do pai de Suzanne. 

Trailer

Ficha Técnica

Título original e ano: Potiche, 2010. Direção: François Ozon. Roteiro: François Ozon adaptado da peça de Pierre Barillet e Jean-Pierre Grédy. Elenco: Catherine Deneuve, Gérard Depardieu, Fabrice Luchini, Karin Viard, Jérémie Renier, Judith Grodrèche. Nacionalidade: França. Gênero: Comédia, romance. Trilha Sonora Original: Philippe Rombi. Fotografia: Yorick Le Saux. Edição: Laure Gardette. Figurino: Pascaline Chavanne. Distribuição: IMOVISION. 

Robert administra a fábrica com mãos de ferro e como típico patrão tirano não dá voz a seus empregados e estes começam a reivindicar seus direitos trabalhistas. O homem também age assim com os filhos. Laurent (Renier), um estudante pacifista, que leva uma vida boa, porém não pode agir de acordo com suas vontades e gostos. Joëlle (Grodhèche), a filha submissa, é mãe de dois filhos, e infeliz no casamento, mas reproduz o cenário matrimonial que aprendeu com os pais. 

Refletindo os anos 70,vê se que a mulher não tinha voz ativa e era propriedade do pai e marido,aliás,a esposa cabia apenas os cuidados diários com o lar e os filhos, os programas femininos à tarde na tevê, sem se sequer poder se envolver nos negócios da família. Mas este cenário está prestes a se transformar.


Pujol - '' Quem é o chefe aqui?''
Suzanne- ''Eu''.

Após uma greve dos funcionários e um mal súbito que afasta Robert da empresa, Suzanne é obrigada a assumir a presidência e negociar com seus subordinados. A cena da negociação é impagável. Surpreendendo a todos e a si própria, a esposa troféu descobre seu espírito de liderança, toma a frente dos negócios gostando do que faz. E assume a posição de forma eficaz, se mostrando aberta ao diálogo, as negociações e a inovações no design dos guarda chuvas. Também dá chance aos filhos de mostrarem suas habilidades. Suzanne mostra que mulheres podem e sabem liderar e ganha o apoio e confiança de todos. Contudo, não demora e o marido retorna aotrabalho, o que torna o desenrolar da história ainda mais interessante e engraçada. 


De maneira leve e sutil essa comédia nos traz um panorama muito leal da luta e ascensão da mulher à cargos antes apenas ocupados por homens. A secretária e amante de Robert, Nadège (Viard) aprende com Suzanne a descobrir seu valor e se vira sua aliada. O político e sindicalista Maurice Babin (Depardieu), antigo amor de Suzanne, traz o lado masculino aceitando essa igualdade nos negócios e nos relacionamentos.

Por fim, vamos perceber que por trás da mulher submissa já havia uma pontinha de rebeldia que precisava apenas de uma oportunidade para mostrar a que veio. Os pontos altos do longa se apresentam na dança de Suzanne e Babin, no antes proibido Badaboun, e também na canção final "C'est beau la vie", interpretada por Deneuve.

Realmente, temos aqui aquela comédia descompromissada que traz mil mensagens e rende muita reflexão. Sim, você poderá se surpreender!


Assista no Globoplay (clique aqui).
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