Dando o ponta pé inicial para o projeto 'Cinema Virtual' - plataforma que chega com o intuito de dar espaço para que as distribuidoras e exibidores possam operar seu próprio cinema digital - o russo A GUERRA DE ANNA, de Aleksey Fedorchenko, apresenta uma menininha de seis anos de idade, a Anna do título, que se vê lançada no mundo adulto e desumano cedo demais. Seus pais, como inúmeros outros judeus, foram vítimas do extermínio em massa decorrido na Segunda Guerra Mundial. A pequena garota é interpretada na produção por Marta Kozlova.
O filme exibe em sua estante cerca de onze prêmios na indústria russa.
Trailer
Ficha Técnica
Título Originale ano: Annas’s War| Voyna Anny, 2018. Direção e roteiro: Aleksey Fedorchenko, Nataliya Meshchaninova. Elenco: Marta Kozlova, Lyubov Vorozhtsova, Vladimir Sapin. Nacionalidade: Rússia. Gênero: Drama, Guerra. Trilha Sonora Original: Vladimir Komarov e Atsuo Matsumoto. Edição: Pavel Khanyutin e Hervé Schneid. Fotografia: Alisher Khamidkhodzhaev. Distribuição: A2 Filmes. Duração: 74min.
Anna sofre realmente um trauma grande demais para qualquer ser, que dirá para uma criança. Sobrevive ao massacre graças ao corpo de sua mãe que a protege dentro da vala em meio aos corpos que se amontoam. Uma família a resgata, mas temendo alguma represália por abrigar uma criança judia, a entregam a um companheiro do partido. Assim, a menina fica escondida na parte superior de uma chaminé do prédio que abriga o escritório improvisado do comitê do terceiro Reich. Sem água, comida e sem poder fugir, pois a construção é vigiada por soldados e seus cães ferozes, Anna passa os dias encolhida no buraco escuro. A noite, arrisca-se a sair a procura de qualquer coisa que abrande sua sede, fome e frio.
O filme mostra a tentativa de sobrevivência e o passar do tempo sofrido e doloroso da protagonista. As marcas em seu corpo denotam tal sofrimento. O rosto cadavérico e envelhecido para uma criança assustam, aliás. E o lixo no interior da chaminé se mistura a livros. Ademais, ratos, ratoeiras, veneno também são seus companheiros. Por uma brecha, Anna vê o movimento do outro lado. Assiste crianças brincando lá fora, como ela também deveria estar. Mas sua realidade é outra, quieta, sofrida, impregnada de solidão. Um único amigo, um gato, traz algum alento, mas seu destino também está marcado. Anna precisa sair, porém, é perigoso e isto parece ser impossível. Logo,uma festinha dos camaradas russos se apresenta como a a oportunidade mais real de ter algum alimento, ainda que migalhas.
O semblante sério e pesado da menina judia carrega toda carga emocional do filme. A atuação de Kozlova é sublime. O choro contido nos transmite uma tensão constante. A fotografia natural e sem cores vivas enfatiza o sofrimento. E temos então um drama de sobrevivência, denso sem ser apelativo.
O roteiro é simples. A guerra se faz presente, mas como pano de fundo. Alguns bons momentos carregam o ápice da tensão. Emocionante e sim muito triste, o longa revela uma outra face deste período tão cruel e obscuro da história da humanidade.
Há sim o que se gostar na trama e acredita-se na capacidade destra agradar ao público também.
A Guerra de Anna foi exibido na 43a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e entraria em cartaz nos cinemas, porém devido à Pandemia irá fazer parte do catálogo da plataforma citada no inicio do texto e que surge como uma chance íncrivel do público de ter acesso a filmes inéditos no conforto de casa.
Ah, e para assistir ao filme no Cinema Virutal, o usuário deve acessar o site oficial: https://www.cinemavirtual.com.br, escolher o filme, selecionar estado, cidade e rede exibidora de preferência ou clicar diretamente sobre o exibidor preferido. Cada sessão custa R$ 24,90 e vale por 72 horas. O catalogo terá entre 10 e 15 filmes, será sempre renovado a cada quinta-feira e as produções poderão ser assistidas em até três plataformas diferentes, entre celular, TV, computador, tablet.
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