Filme sobre fuga do encarceramento, este longa metragem inglês e australiano de 2020, produção da TNT Original, dramatiza a história real de Tim Jenkin e seu amigo Stephen Lee, jovens brancos sul-africanos que combateram o regime opressivo do Apartheid da África do Sul, na década de 70. Os rapazes, junto com outro detento também preso político, conseguiram fugir espetacularmente de uma prisão de segurança máxima de Pretoria, exclusiva para brancos, a qual foram condenados pelo crime terrorista de divulgar as idéias radicais do ANC, de Nelson Mandela.
O diretor inglês Francis Annan concentra seus esforços em mostrar, durante os 106 minutos da película, o plano engenhoso de Jenkin em abrir as portas para a liberdade usando chaves de madeira, numa miraculosa fuga e esta foi narrada pelo próprio homem em um livro de memórias, base para o roteiro, que se preenche com suspense e momentos de tensão.
Trailer
Ficha Técnica
Título original e ano: Escape from Pretoria, 2020. Direção: Francis Annan. Roteiro: Francis Annan, L.H. Adams, Tim Jenkin e Carol Griffiths. Elenco: Daniel Radcliffe, Daniel Webber, Ian Hart, Mark Leonard Winter. Gênero: Biografia/Drama/Thriller. Nacionalidade: Reino Unido e Austrália. Trilha Sonora Original: David Hirschfelder. Fotografia: Geoffrey Hall. Edição: Nick Fenton. Distribuição: Cinecolor Films Brasil. Classificação: 13 anos.
Esse é o grande problema do filme, o roteiro. Em um período tão conturbado da história humana, onde um país africano tinha uma política pública de separar as raças branca e negra, condenando os negros a viver em situação degradante para servir os colonizadores brancos, concentrar o drama em apenas um plano de fuga é frustrante. Podia-se ter abarcado com mais riqueza a vida antes e pós presídio, talvez até mesmo dentro da prisão, onde coexistiam presos políticos e presos comuns. Faltou essa visão macro do que acontecia na África do Sul. Inclusive, acredito que 80% do filme poderia ter-se passado em qualquer prisão do mundo e em qualquer época, os 20% restantes é que são interessantes, pois mostram as particularidades desse regime tão absurdo de segregação racial e que era a política oficial deste país no século XX.
Daniel Radcliffe, o eterno bruxinho Harry Potter, personifica o Tim Jenkin e mais uma vez, entra na sua jornada pessoal de apostar a carreira em filmes mais sérios e alternativos. O elenco em si é bom, são competentes no que fazem, pena que o roteiro não ajude. Os aspectos técnicos do filme são bem cuidados, todos a nível de funcionais; é um filme de prisão, então são poucos cenários, naquela visão claustrofóbica que se repete nos filmes do gênero.
É aquele tipo de cinema que deixa um gostinho de quero mais. Os personagens são ricos, a situação calamitosa do apartheid tinha muito o que se explorar. Concentrar o filme na fuga não foi uma boa opção; os dramas individuais eram muito interessantes para ocupar tão pouco espaço. Bem, pelo menos o plano de fuga era engenhosíssimo e o esforço para alcançar a tão sonhada liberdade gerou um divertido thriller. Filme mediano.
Em cartaz
Escrito por
Marcelino Nobrega
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