Trailer
Ficha Técnica
Título original e ano: Cracolândia, 2020. Direção: Edu Felistoque. Diretora assistente: Marina Franzolim. Produtora e Assistente de direção: Antônia Levy. Gênero: Documentário. Diretora e diretores de fotografia conceitual: Elisa Souza, Willian Prado, Edu Felistoque. Operadoras e operadores de câmera: Elisa Souza, Bettina Hanna, Marina Franzolim, Victor Dias Willian Prado. Operador de câmera de frente: Oslaim Brito/Canal Brito.Técnico de Som Direto: Marcos Ventura. Editor Offline: Gab Felistoque. Montadora e montador – Corte final: Raffy Dias e Edu Felistoque.Montadoras – Primeiro e segundo cortes: Sarah Trevisan, Marina Franzalim. Supervisor de Color Grade: Marco Oliveira (Core). Colorista: Leco. Criador de trilha sonora original: Guilherme Picollo. Desenhistas de som e mixadores: Guilherme Picollo, Lucas Costabile. Finalizadora: Marina Franzolim. Produtora e Produtores Executivos: Denise Castelano, Júlio Meloni, Victor Dias, Sergio Martinelli, Edu Felistoque, Eduardo Cattai. Produção: Felistoque Filmes. Coprodução: Spcine. Distribuição: O2 Play. Duração: 87'
O filme se inicia comparando imagens que exemplificam o crescimento acelerado que essa terra de ninguém teve dos anos 80 até os dias atuais. Número que hoje chega a 3000 pessoas circulando pela área por dia, uma massa com um pouquinho de fermento que virou um problema enorme. O narrador então diz que o assunto sempre gera polêmica ou sempre é deixado de lado por ser um incômodo e deixar os ânimos das pessoas muito a flor da pele, o que faz muito sentido já que a sociedade se sente atacada, mas não faz nada para resolver.
Passamos por todo o documentário com a companhia do cientista político Heni Ozi Cuckier e este nos leva a assistir suas conversas com profissionais da área da saúde ou do campo da educação, segurança pública, governo e afins. Ele revela que a situação tem dois lados claros o da assistência social a quem vive ali e o da repressão onde se pensa em bater, prender e punir tais pessoas. Porém ele aponta que é preciso pensar como um todo na segurança pública e então ouvimos um policial civil relatar como os oficiais ao tentarem fazer entradas na Cracolândia são atacados - e mais a frente é revelado que equipes de saúde também sofrem do mesmo mal. Fala-se também na questão do crime organizado comandar o local e até levar pessoas sequestradas para lá ou ainda drogas e armas e mesmo que uma base policial esteja ali perto a dificuldade de combater e erradicar a Cracolândia é óbvia pela perca do controle.
Ao vermos discursos políticos de ex-prefeitos da cidade de São Paulo ou até do atual governador, João Dória, sentimos como nenhuma daquelas falas realmente entende o problema e sabe como tratar dele. Sejam tais políticos de qualquer corrente ideológica. Na sequência, escritores, psiquiatras e sociólogos apresentam dados estatísticos sobre como o craque afeta uma quantidade grande de pessoas e não só os usuários como suas famílias sofrem com essa situação. Abordam também os problemas graves que ele cria a partir do tráfico da droga como o aliciamento desses usuários que até chegam a se prostituir para consumi-lo e como ele também atrai pessoas de distintas idades e sexos.
É explicado que a droga em si é uma variação da cocaína sendo que aquela se injeta ou se cheira e o craque se fuma. Este provoca uma sensação muito intensa e que tende a exigir daquele que o experimenta a necessidade de mais e mais, pois o escapismo que surge dali traz prazer. Por isso, a conversa chega ao ponto da prevenção e de como as pessoas a margem da sociedade precisam ter acesso a cultura, lazer e ainda orientações espirituais. Algo que muitos daqueles que ali estão talvez nunca tiveram.
A Cracolândia despertou o interesse de muita gente e é interessante ver como algumas ONGs tentam trabalhar em prol da defesa daquelas pessoas e do seu direito a escolha, mentalidade que pode ser complicada de se relacionar ao falar de indivíduos que não tem mais o controle da própria vida. O ativista responsável pela ONG ''Craco Resiste'' também compara o uso do craque ao álcool e traz pontos controversos e muitas vezes difíceis de se salvar.
Serviço:
CRACOLÂNDIA – 44ª MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA EM SÃO PAULO
ESTREIA 29 DE OUTUBRO, ÀS 20h
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