O cineasta, falecido em 2016, aos 70 anos, tem em seu currículo cerca de doze filmes e durante o desenvolvimento de muitos destes trabalhos viveu dias impossíveis de se imaginar. Babenco viveu com o câncer indo e voltando desde os 38 anos de idade e fez tratamentos e mais tratamentos durante os loucos dias de filmagem sem que ninguém percebesse suas dores mais profundas.
Alegre e com um astral sem igual, Babenco pensava e respirava cinema. Assim, sua poesia cinematográfica bem como todo o seu jeito sortudo de ser é personagem no documentário Babenco – Alguém Tem Que Ouvir o Coração e Dizer: Parou, de Bárbara Paz. A película que passou por mais de 20 festivais por todo o mundo chega hoje aos cinemas brasileiros e foi selecionada pela comissão julgadora para representar o país na próxima edição do Oscar.
Trailer
Ficha Técnica
Título original e ano: Babenco - . Direção: Bárbara Paz. Roteiro: Maria Camargo, Bárbara Paz. Elenco: Hector Babenco, Willem Dafoe, Bárbara Paz. Gênero: Documentário. Nacionalidade: Brasil. Direção de fotografia: Stefan Ciupek, Carolina Costa, Bárbara Paz. Montagem: Cao Guimarães e Bárbara Paz. Consultoria de montagem: Yael Bitton e Karen Harley. Supervisão de Edição de Som: Miriam Biderman, ABC ; Rodrigo Ferrante. Trilha Sonora Original: O Grivo. Produtor associado: Willem Dafoe e Petra Costa. Produção: HB Filmes. Coprodução: Gullane e Ava Filmes, Lusco Fusco, Globo Filmes, GloboNews, Canal Brasil. Produzido por: Bárbara Paz. Coproduzido por: Caio Gullane e Fabiano Gullane. Produtora: HB Filmes - Myra Babenco. Distribuição Brasil: Imovision. Duração: 01h11min.
A película é sentimental, bela, real e não foge do seu papel de recontar quem foi este homem tão único chamado Babenco. Poliglota, de mãe judia, múltiplas nacionalidades e atento a um Brasil cheio de desigualdades e diverso, ele era artístico e muito anarquista.
Não vemos ao exato uma cronologia certinha dos acontecimentos de sua vida, mas temos imagens, vídeos de entrevistas do mesmo e de quem trabalhou com ele que remontam uma era de muita produtividade para o diretor. Sua doença também tem espaço na tela. Aliás, seus últimos dias são mostrados com muita delicadeza pela diretora e esposa.
Paz vê em preto e branco um homem sonhador e que vivia arte em todo o seu ser. Até tenta a ensinar sobre os planos em certo momento e fica bravo se aluna não faz o que pede, mas esta entende seu anseio e sua acolhida e vai aos pouquinhos focando e abrindo o plano como ele a pedira.
Alguns artistas e amigos aparecem aqui e revelam como Babenco era doce, detalhista e dedicado, a parte de ser um baita diretor. Aliás, com sua força de vida contagiante e imparável ele sequer pretendia morrer. Não mesmo. Ele é uma chama viva. Um coração que não para nunca.
Vale o ingresso, a emoção, a torcida e, sem dúvidas, a admiração.
Avaliação: Quatro doses de entrega, energia, trabalho e muita força (4/5).
Site do filme: http://babencotellmewhenidie.com/
SOMENTE NOS CINEMAS
See Ya!
B-
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