Mulher Maravilha 1984 é o nono filme do universo estendido da DC Comics na telona e não tem nada e nem ninguém que não exalte esta mega produção. Anunciado já no embalo do sucesso do primeiro filme que trouxe a super-heroína e deusa aos cinemas, MM1984 é um daqueles casos onde a 'pipoca' diverte, mas não esquece de trazer mensagens positivas, uma que vem a calhar no momento atual por qual o mundo passa com a pandemia da Covid-19.
A película tem também aquele gostinho empolgante de 'super experiência cinemática'. Ademais enlouquece sua mente com a trilha sonora do já aposentado Hanz Zimmer e faz os olhos brilharem com todo o visual que apresenta. O elenco reune novamente Gal Gadot, Cris Pine, Robin Wright e Connie Nielsen e tem a adição saborosa de Kristen Wiig e Pedro Pascal. Patty Jenkings volta a direção e é cabeça do projeto. Sua idéia de emplacar tempo a narrativa consegue fazer o espectador viajar aos anos 80 e delirar de nostalgia.
Trailer
Ficha Técnica
Título original e ano: Wonder Woman 1984, 2020. Direção: Patty Jenkins. Roteiro: Patty Jenkings, Geoff Johns, Dave Callaham, William Moulton Marston. Elenco: Gal Gadot, Chris Pine, Kristen Wiig, Pedro Pascal, Robin Wright, Connie Nielsen, Lilly Aspell, Amr Waked, Kristoffer Polaha, Natasha Rothwell, Ravi Patel e Jade Johnson. Gênero: Ação, Fantasia,Aventura. Nacionalidade: Eua. Trilha Sonora Original: Hans Zimmer. Fotografia: Matthew Jensen. Figurino: Lindy Hemming. Edição: Richard Pearson. Distribuição: Warner Bros Pictures Brasil. Duração: 02h31min.
Ao inicio do filme, voltamos a ilha das amazonas onde a pequena Diana (Lilly Aspel) está indo ao encontro de um torneio que começa em instantes. As amazonas não acreditam que a menina tentará provar sua força e resistência, mas ela realmente se alinha a turma e consegue ir bem, no inicio, se mostrando ser quase uma ''super triatleta''. Contudo, Diana tem um percalço e fica fora da prova. Ao tentar voltar e chegar ao ponto inicial de largada é frustrada pela tia Antíope (Robin Wright) que a repreende por tentar ganhar a prova sendo desonesta. Antíope a explica com muita sapiência que nada na vida de bom é ganho com mentiras ou trapaças.
É então que chegamos aos anos oitenta onde encontramos Diana (Gal Gadot) trabalhando com antropologia e arqueologia e mantendo seu disfarce para em outros horários se dedicar a ajudar as pessoas passando por algum problema. Prendendo bandidos que tentam furtar lojas em shoppings ou salvando mulheres de atropelamentos. No trabalho, Diana conhece a quase invisível Barbara Minerva (Kristen Wiig). Bárbara é uma super profissional, mas não faz sucesso com os homens ou tem muitas amigas. Ali a moça fica responsável por artefatos estranhos e um deles, uma pedra em formato de cristal e pontiaguda, parece poder conceder pedidos dos mais diversos a quem entende o poder da mesma. Como ninguém no departamento tem esse conhecimento, mal sabem ainda, que o empresário do ramo petrolífero Maxwell Lord (Pedro Pascal) esta na caça deste artefato para por em vigor todos os seus planos mirabolantes. Assim, ele se aproxima de Minerva até conseguir o que quer. Porém, antes disto, tanto Minerva quanto Diana tem contato com a pedra e a mesma escuta seus desejos mais íntimos e os torna realidade. No entanto, algo delas parece desvanecer com tal realização.
O roteiro do segundo filme da Mulher Maravilha, diria, tem pontos mais positivos que o primeiro. Principalmente, pela questão romântica que no anterior (ler comentários no post) parece estar ali de forma forçada e não tão bem dosada. Aqui vemos a personagem sentir falta deste amor precocemente interrompido e reencontrá-lo de forma mágica, mas seus passos a fazem entender que a liberdade na vida está em deixar ir e seguir em frente, apesar de querer tanto estar próximo a quem se ama. Quando cai a ficha aliás, Diana entende que não só ela, porém, todo o universo tem dificuldade em ceder. E este gancho vem exatamente por conta do artefato que pode trazer a qualquer um qualquer coisa. Se para Bárbara ser uma mulher empoderada e sexy como Diana era algo inalcançável, só tendo isto a ponto exagerado, se tornando a anti-heroína Cheetah, para compreender que super poderes não te fazem melhor que ninguém. O grande vilão da história, vivido por Pascal lindamente, também tem sua lição sobre egoísmo e ganância. Todavia, os finais felizes aqui são entediantes e acontecem em um salto quando talvez a narrativa necessita-se de um fim mais trágico em si para consumar as mensagens dadas degrau por degrau.
Patty Jenkings é uma diretora admirável. Consegue trazer um resultado na mesma medida de seu primeiro filme e que pode não ser tão perfeito, mas agrada pelo simbolismo e força das mensagens de fé, amor e liberdade. Filmado em 70mm e com câmeras IMAX, MM84 é coloridasso e impecável no sentido técnico. Takes abertos e super cheio de efeitos. A coreografia de lutas entre Gadot e Wiig é super sincronizada, aliás, os efeitos digitais nem estão tão fortes, mas percebe-se que a Cheetah vem totalmente assim, por conta da pelagem que deve ter como característica. O figurino oitentista é outro que está fenomenal. Gadot com roupas saídas das paginas das revistas Vogue e Pine e Wiig altamente a gosto popular.
Ao fim, fica a admiração pela protagonista da história que mais uma vez consegue abraçar a causa das mulheres. E trabalha a questão de amizade entre elas ou ainda o respeito ao encontro romântico de cada uma e sua libertação bem como o sucesso no campo profissional. Se prepare para inúmeras referências a série com Linda Carter e fique até o fim para ver a cena pós-créditos. Ela trará muita nostalgia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Pode falar. Nós retribuímos os comentários e respondemos qualquer dúvida. :)