Da França, partimos para Israel onde está Mário. O rapaz parece altamente integrado ao corpo militar do país. Tem seus treinamentos, suas missões cotidianas e no meio tempo fala com os pais pelo telefone ou até com a namorada que vive ali com ele. Sua condição após ter ganho RG, mudou para a melhor e ele informa que não só possui direitos como benefícios por estar ali, desde estudos pagos com o dinheiro público como descontos para comprar carro e etc. Com a namorada, cria cachorros, tenta ter um vida normal onde joga videogame e divide tarefas. Aliás, ele até quer pular as mesmas, pois brinca que seu trabalho é muito mais importante que o da parceira. Mário não é visto falando tanto português como Bruno e usa não só o idioma indicado como o inglês. O jovem é bem consciente sobre suas escolhas e, apesar de não parecer ser doutrinado, prefere deixar sua opinião sobre tudo o que precisa fazer no trabalho em off para não ter problemas futuros.
Quando chegamos ao terceiro personagem real do filme, sentimos uma realidade impactante. Felipe Almeida é um ex-soldado da marinha norte-americana e lutou na guerra do Afeganistão na era Bush. Teve baixa da corporação e não ficou satisfeito com os documentos que recebeu, pois foi indicado como um militar mediano, apesar de todo o trauma sofrido. O brasileiro conta a uma advogada que busca justiça pelo erro nos documentos e pela retratação da marinha para com ele. Afinal, ele voltou de lá com a saúde mental desequilibrada, a física precisando de cuidados e totalmente sem estrutura para recomeçar uma vida. Algo que a mãe de Felipe até se emociona ao contar ao atual marido. Além disso, a ida dele ao exército fez o irmão se revoltar e perder um pouco o rumo, pois Felipe sempre foi um exemplo para este último.
Se o status de ser militar, os ganhos econômicos, a experiência de vida e a adrenalina que ele proporciona entram para a lista de vantagens, sem sombra de dúvidas, ficar longe da família, estar a todo tempo sabendo que se pode morrer ao realizar missões de alto risco, matar inocentes e/ou sair da corporação com um alto abalo emocional e físico, poderá ser pautado como o oposto.
É interessante como todos os três soldados são bem conscientes de suas posições e escolhas, talvez Felipe que esteja em um local menos favorecido é o mais lúcido de todos e é com ele que tiramos conclusões muito impactantes dessa vida.
Título original e ano: Soldado Estrangeiro, 2019. Direção: José Joffily e Pedro Rossi. Roteiro: Extratos do livro ''Johnny vai à guerra'', de Dalton Trumbo. Com: Bruno Silva, Mario Wasercjer e Felipe Almeida. Direção de Fotografia: Pedro Rassi. Fotografia adicional: José Joffily, Luis Abramo, André Lavaquial e Ricardo Wolokita. Correção de cor: Fabrício Batista. Identidade Visual: Estúdio Tey!.Som Direto: Felippe Mussel e Pedro Rodrigues. Desenho de Som e Mixagem: Françouis Wolf. Edição de som: Acacia Lima e Françouis Wolf. Supervisão Musical: Françouis Wolf. Montagem: Jordana Berg. Assistência de montagem: Bianca Oliveira, Lais Lifschitz, Mariana Barreiros, omás Muricy e Marcela dos Santos. Câmeras de Pesquisa: Pedro Urano e Bernado Pinheiro. Produção: Isabel Joffily. Produção Local (Israel): Felipe Wolokita. Direção de Produção: Anthonio Andreazza e Pedro Silva. Assistência de Produção: Patrícia Puppin. Pesquisa e Personagem: Felipe Wolokita, Leonardo Tinoco, Anthonio Andreazza, Patricia Puppin. Controller: Cheila Mascarenhas. Consultoria: Bruni Burres, Luciano Barisone e Mariana Oliva. ADR e Vozes Adicionais: Layse Diniz Medeiros, Daniela Vaillant, Isadora Figueira, Vinicius Mendes, Danilo Brandão, Nicholas Pimenta. Tradução: Adi Horn, Cristiano Fagundes, Francisco Joffily. Transporte: Carlos Mendes da Silveira, Antonio Cezar de Azevedo e Flavio Dias de Freitas. Seguro: Kirton Bank S.A. Produção: Coevo Filmes. Distribuição: Bretz Filmes. Duração: 01h26min.
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