Essa comédia francesa, de aproximadamente uma hora e meia, é uma verdadeira tour de force de Valérie Donzelli. Acumulando os cargos de diretora e atriz principal, ela dá vida à simpática e estabanada arquiteta Maud Crayon. A mulher trabalha em uma agência onde não tem contrato, é mãe divorciada de duas crianças, ainda está imensamente ligada ao ex-marido Martial (Thomas Scimeca), de quem acaba engravidando do terceiro filho, e reside numa Paris belíssima, fantasiosa e caótica, onde a Catedral de Notre Dame é simbólica e histórica.
Por causa da lendária Catedral, sua vida começa a mudar. Numa noite de muito vento, sua maquete criada para um parquinho é levada por ventos fortes e bondosos para a prefeitura de Paris, onde está sendo realizado um concurso entre arquitetos para a reforma da praça da igreja medieval. Sem muita lógica, afinal, temos aqui uma comédia fantasiosa, Maud acaba vencendo o concurso e, de repente, conhece a prefeita da capital. Logo, encabeça um projeto de milhões de euros e reencontra o jornalista Bacchus (Pierre Delandonchamps), antigo namoradinho de sua juventude.
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Ficha Técnica
Título original e ano: Notre Dame, 2019. Direção: Valérie Donzelli. Roteiro: Valperie Donzelli e Bejanmin Charbit. Elenco: Valérie Donzelli, Pierre Deladonchamps, Thomas Scimeca. Gênero: Comédia. Nacionalidade: França. Trilha Sonora Original : Philippe Jakko. Fotografia: Lazare Pedron. Edição: Pauline Gaillard. Figurino: Elisabeth Mehu. Direção de Arte: Charlotte Luneau. Distribuição: Califórinia Filmes. Duração: 90 min.
Mas será que o azar sumiu da vida de Maud? Claro que não. Os parisienses odeiam seu projeto fálico para a praça da Notre Dame e ela se vê em um apuro atrás do outro, até o inevitável final feliz. As cenas parecem ter saído do mundo da imaginação e se mostram surrealistas, desde a epidemias de tapas na cara a ataques terroristas de nuvens cor de rosa ou ainda canções cantadas em momentos inusitados, dancinhas divertidas e personagens histriônicos.
Esse é o grande problema do roteiro. Esta Paris charmosa e fantástica lembra muito O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, do diretor francês Jean-Pierre Jeunet, de 2001. A angústia da influência se manifesta com força aí; faz-se de imediato o paralelismo entre os dois filmes. E graças a isso, tira-se muito do encanto da descoberta de Notre Dame. A comédia é interessante, mas a comparação com a obra prima de Jeunet o empalidece e descaracteriza.
Para quem gostou de Amélie Poulain, aconselho fortemente a assistir Notre Dame. Os estilos parecidos vão fazê-lo reviver uma Paris de sonhos, bela, fantástica, com personagens adoráveis. Aproveite e reassista a obra-prima estrelada por Audrey Tattou e tenha uma overdose da cidade luz!
Nota 6/10.
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