Pode-se questionar muitas coisas sobre as comédias-blockbuster do Cinema brasileiro. Suas qualidades, a falta de coesão de seu roteiro, a quantidade de estereótipos que reproduz. Sim, este gênero realmente não é muito querido entre os cinéfilos. Mas algo que não se pode questionar é o seu apelo com o público. O alcance destes filmes com as massas é imenso, sempre rendendo vertiginosas cifras em bilheteria e boa audiência em suas reprises na TV. Trata-se do bom e velho entretenimento descompromissado. O escapismo que proporciona o conforto necessário para tantas almas que só querem desligar a mente por uma hora e meia ao lado da família.
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Título original e ano: Um Tio Quase Perfeito 2, 2021. Direção: Pedro Antonio. Roteiro e Argumento: Leandro Muniz, Sabrina Garcia, Rodrigo Goulart e Pedro Antonio. Elenco: Marcus Majella, Danton Mello, Letícia Isnard, Júlia Svacinna, Soffia Monteiro, João Barreto, Ana Lucia Torre, Fhelipe Gomes, Noemia Oliveira, Eduardo Galvão e Diego Becker. Produção: Erica Iootty. Coprodução: Mariza Leão. Produção Executiva: Tathiana Mourão, UPEX. Produção e Finalização: Thiago Pimentel. Produtor Associado: Jorge Peregrino. Distribuição: Sony Pictures Home Entertainment. Duração: 100min. Classificação Indicativa: LIVRE
Esta é a proposta de Um Tio Quase Perfeito 2, num momento em que as pessoas precisam urgentemente fugir um pouco da realidade. E, sendo assim, o filme não decepciona. Trambiqueiro incorrigível no primeiro filme, Tony (Marcus Majella) agora tem emprego fixo como professor e recreador. Seu jeito brincalhão e extrovertido faz sucesso na escola onde trabalha e é amado por todos, em especial seus 3 sobrinhos, Patricia (Julia Svacinna), Valentina (Soffia Monteiro) e João (João Barreto). Mas a calmaria de Tony é ameaçada quando sua irmã, Angela (Letícia Isnard), apresenta para a família seu novo amor, Beto (Danton Mello). Beto também é uma unanimidade, mas sendo justamente o oposto de Tony. Saudável, prudente e certinho, Beto intimida Tony com seu perfil de bom moço. Mas Tony não faz ideia do que um tio ciumento é capaz de fazer pra continuar sendo o preferido de seus sobrinhos.
O longa aprofunda a construção dos personagens e traz mais nuances para suas personalidades. O protagonista vivido por Majella é um show à parte. Conhecido pelo humor, ele empresta seu carisma a Tony e conquista o público até mesmo quando o personagem, cego pela insegurança, chega ao ponto de tentar sabotar o casamento da própria irmã para evitar que o cunhado usurpe tudo aquilo que ele construiu ao lado de sua família. Destacam-se no elenco, também, a sempre incrível Ana Lúcia Torre, como a matriarca Cecília, Danton Mello, irritantemente icônico em seu papel, e Eduardo Galvão, no derradeiro trabalho de sua carreira. Menção honrosa para Julia Svacinna, que rouba a cena como a sobrinha cheia de personalidade de Tony, Patricia.
Quem se permitir embarcar no humor despretensioso e acertadamente previsível dessa comédia para a família, pode até não ficar mais inteligente, mas talvez dê boas risadas.
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