Após quatro anos vivendo em uma comunidade hippie com seu namorado, Isabela decide fazer a primeira visita a seus pais desde então, em um fatídico almoço de domingo ao qual também são convidados seu irmão, sobrinho e cunhada, seu ex-noivo (e sócio de seu pai), assim como a namorada deste e outro membro do quadro diretor da empresa de Afonso. Além de empresário, o patriarca é um político acusado de corrupção, com investigações em andamento.
Se a visita já não fosse intensa o suficiente devido às circunstâncias e ao enorme tempo que passou distante, Isabela decide levar seu companheiro Giovani para apresentar à família. Assim que o casal chega com seu carro velho ao casarão guardado por seguranças, nota-se preso ao local, uma vez que uma manifestação ruidosa e acalorada se formou diante do portão do político, clamando por justiça.
A proposta se desenrola de maneira interessante por mais alguns minutos. A câmera opta por longos planos sequências e muda de direção abruptamente, abandonando certos personagens para buscar o paradeiro de outros. Assim, a casa parece uma prisão onde sempre se tem diversas situações acontecendo ao mesmo tempo e em cômodos diferentes. Isto gera dinamismo e tensão, mas também uma falta de pausas dramáticas, respiros e silêncios que poderiam engrandecer certos momentos.
O que começara promissor, logo desanda. Os familiares de Isabela são cada um uma caricatura de uma faceta da burguesia, tão estereotipados que o panfletarismo ronda o filme sem qualquer dedo de sutileza. Em certa cena, por exemplo, Rita (mãe de Isabela) diz que não saberia como teria criado os filhos sem o apoio da empregada para imediatamente depois dar ordens a ela em tom ríspido e seco, como se o espectador não fosse capaz de entender a hipocrisia da madame caso as duas falas fossem separadas por mais de dois minutos.
Giovani assume o protagonismo sendo colocado como a voz da razão em meio a um grupo de pessoas egoístas e desequilibradas. Porém, este não consegue despertar uma fagulha de empatia. Embora algo semelhante a isto possa ser experienciado pelo espectador uma vez que os demais personagens são didaticamente desenhados para despertar asco.
Giovani abandona sua usual passividade ante aos absurdos presenciados apenas nos últimos minutos de filme, tomando uma atitude drástica. Este final, que deveria ser catártico, traz uma solução simplista que magicamente controla a situação, fazendo os “vilões” caricaturescos perceberem de repente que deveriam colocar o amor ao próximo em primeiro lugar. O que não convence nem por um minuto.
Se as cenas na casa de Afonso não funcionam ou evocam qualquer sentimento genuíno, cabe dizer que os raros momentos filmados na comunidade alternativa em que vive o casal protagonista trazem uma cinematografia fluida e interessante, despertando um envolvimento que infelizmente não conseguimos, enquanto público, manter.
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Ficha Técnica
Título original e ano: O Buscador, 2019. Direção: Bernado Barreto. Roteiro: Bernardo Barreto, Andrés Gelós, Luís E. Langlemey, Martín Preusche Elenco: Monique Alfradique, José Araújo, Pierre Santos, Mário Hermeto, Débora Duboc, Erom Cordeiro. Gênero: Drama. Nacionalidade: Brasil. Trilha Sonora Original: João Viana. Fotografia: Luca Pougy, Ulrich Burtin. Edição: Pedro Durán. Distribuidora: O2 Play. Duração: 88 min.
O longa chega hoje aos cinemas e, na próxima quinta-feira (05), poderá ser alugado em diversas plataformas digitais.
Para aqueles que anualmente entram na fila do Cine Brasília para prestigiar as produções que passam pelo Festival de Cinema mais antigo deste país, o documentário 'Candango: Memórias do Festival', do estreante Lino Meireles, não pode e não deve passar despercebido. Conhecido por seleções provocadoras e debates acalorados, o FestBrasilia sempre foi palco de muito audiovisual de qualidade. Para quem trabalha no ramo ou para os cinéfilos de plantão, conhecer os bastidores do evento e/ou relembrar ocorridos de sua história, faz com que você sinta toda a magia dessa jornada incrível que foi e continua sendo construída.
Para além do que o Festival é, ou ressoa, também foi impactado com a chegada de novos diretores e produtores à cena, e, claro, pelas fases por qual o cinema brasileiro passou. Assim, em Candango é possível conhecer desde o inicio da organização e sua criação, ideia que nasceu do Professor de Cinema Paulo Emilio para uma ''Semana de Cinema Brasileiro'', na Universidade de Brasília, até os dias mais recentes. Brasília como capital política do país e a UNB como um centro acadêmico importante atraíram um público muito interessado no Festival e a formula do sucesso se deu com auxilio dessa parcela, sem sombra de dúvidas.
Se houve tempo para falar de cinema novo e para se retomar cinema com o festival, não esqueçamos que as festas e algazarras também fizeram parte do espetáculo em um dos hotéis mais tradicionais de Brasília, o Hotel Nacional. Atores, atrizes, produtores, diretores se encontravam por lá e compartilhavam suas experiências por completo. Reuniões estas que foram essenciais para todo um setor o fazendo o se desenvolver com ainda mais consistência.
Se o público exigia bons filmes, os críticos mais ainda. E muitas dessas coberturas, durantes os anos de festival, fizeram com que os cineastas se sentissem atingidos pelas avaliações negativas. Situações inusitadas que até começaram a premiar os críticos na edições iniciais.
Por ser um festival bastante político e passional, a cada ano, pode se dizer que ele se formatou com um contexto distinto. Diretores que tiveram seus filmes exibidos conseguem ter consciência da importância de se passar pelo FBCB e de como a plateia reagia (e reage) ao filme ali com o coração pulsando. Exibições deram o que falar e os discursos nas premiações também. Para quem nunca participou de um FestBrasília, Candango transparece a história brasileira a partir das lutas contra a censura, a ditadura e etc.
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Ficha Técnica
Título original e ano: Candango -Memórias do Festival, 2020. Direção e Roteiro: Lino Meireles. Entrevistados: Walter Mello, Cacá Diegues, Domingos Oliveira, José Eduardo Belmonte, Murilo Grossi, Walter Carvalho, Tizuka Yamazaki, Geraldo Sobral, Helena Ignez, Antonio Pitanga, Othon Bastos, Luiz Carlos Barreto, Berê Bahia, Vladmir Carvalho, Sérgio Moriconi, Walter Lima Jr., Neville D'Almeida, Kakau Teixeira, Nilson Rodrigues, Mario do Rosário Caetano, Fernando Adolfo, Rubens Ewald Filho. Gênero: Documentário. Nacionalidade: Brasil. Fotografia: Petronio Neto, Rita Albano, Raphael Borghi, André Freitas, Lucas Bobst, Armando Fonseca, Josicarlos Santana, Henrique Lopes. Montagem: Umberto Martins, Bernardo Serpa. Música: Sascha Kratzer, Rafael Maklon. Produtor: Lino Meireles. Produção: Metropoles.com. Duração:119 min. cor & pb.
A produção esteve nas seleções da ''44a Mostra Internacional de São Paulo de Cinema'' e também o ''13th Los Angeles Brazilian Film Festival''.
Já tem algum tempinho que junho foi declarado como o mês do orgulho LGBTQIA+ e vem bem a calhar assistir ainda mais filmes como Amonite neste período. Tramas, aliás, que mostram o sofrimento de pessoas que ousaram romper o amor heteronormativo. Esta produção do diretor Francis Lee com exatas 2 horas exibe em tela o envolvimento entre duas inglesas na era vitoriana da Inglaterra de 1840. Uma delas era a paleontologista Mary Anning (Kate Winslet), mulher pobre quarentona que procurava fósseis nas praias, as amonites. Autêntica, a cientista era menosprezada pelos seus conterrâneos devido a ousadia de ser solteira e trabalhar. A outra era a burguesa rica casada e jovem Charlotte Murchison (Saoirse Ronan), convalescente devido uma séria depressão.
Esta depressão une-as, pois o marido de Charlotte convence a cientista a colocá-la como aprendiz, uma companheira nas caminhadas pelas praias à procura de pedras fossilizadas, em troca de uma recompensa monetária. Obviamente este acordo não dá certo no início. Visto que juntar uma solteirona que só pensa no seu trabalho com uma jovem depressiva e longe do marido complica toda a situação pelo grande desnível social entre elas, muitos desencontros se dão. Mas Charlotte acaba ficando muito doente devido um banho frio de mar e precisa se recuperar na casa de Mary, para grande desgosto de sua mãe, a sra. Molly Anning (Gemma Jones), acostumada com a solidão e a lembrança dos filhos que morreram.
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Ficha Técnica
Título original e ano: Ammonite, 2020. Direção e Roteiro: Francis Lee. Elenco: Kate Winslet, Saoirse Ronan, Gemma Jones, James McArdle, Alec Secareanu, Fiona Shaw. Gênero: Drama, biografia, romance. Nacionalidade: Reino Unido, Austrália. Trilha Sonora Original: Volker Bertelmann e Dustin O'Halloran. Figurino: Stéphane Fontaine. Fotografia: Michael O'Connor. Edição: Chris Wyatt. Direção de Arte: Grant Bailey, Guy Bevitt e richard Field. Distribuidora: Sony Pictures Home Entertainment. Duração: 120 min.
Nessa habitação estóica e miserável, ao decorrer do processo de recuperação, Mary e Charlotte veem nascer um grande amor. Charlotte cura-se pouco a pouco de sua depressão e Mary revive, destrancando os sentimentos que ela guardava tão a fundo. Essa relação amorosa gera algumas cenas de sexo ardentes, mas que não são gratuitas. Isto porque tem o intuito de abordar a descoberta do prazer entre as duas. Infelizmente o marido de Charlotte a chama de volta ao lar, até que Mary vai visitá-la em Londres, a convite da amada. Lá elas decidem o destino de seu romance.
As atrizes principais estão primorosas. Kate Winslet mais uma vez revela o porquê é considerada uma das melhores atrizes de sua geração e Saoirse Ronan demonstra toda sua competência como a complicada burguesa Charlotte. O elenco de apoio é fantástico. Pena que o roteiro não aproveitou melhor seu elenco para esmiuçar seus personagens coadjuvantes. O filme é muito engessado no seu molde clássico, avesso a criatividades. E quando se pensa no filme francês Retrato de Uma Jovem em Chamas (leia aqui os comentários da Helen), Amonite empalidece por culpa da falta de ousadia de seu diretor Francis Lee.
Fica aquele gostinho de que 'poderia ser bem melhor'. Os valores técnicos (fotografia, edição, direção de arte, etc) são excelentes, mas o roteiro e a direção ficaram bem aquém da qualidade do elenco.
Assistam essa estória de amor e comentem depois o que acharam!
Nota: 6,5/10.
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Serviço:
Plataformas digitais de Aluguel e Compra: Apple TV (iTunes), Google Play e Microsoft Films &TV (Xbox) Plataformas digitais exclusivamente para aluguel: Looke, NOW, SKY e Vivo Play
Quando o mundo testemunhou a megalomaníaca versão de King Kong dirigida por Peter Jackson, a grandiosidade do filme parecia exagerada até mesmo para os padrões do aclamado cineasta de O Senhor dos Anéis. Contudo, o remake foi muito bem aceito pelo público e pela crítica, rendendo toneladas de dinheiro em bilheteria e venda de DVDs. Anos depois, a possibilidade de uma sequência chegou a ser considerada por Jackson, que cederia seu cargo para o jovem diretor Adam Wingard, conhecido na época pelo slasher Você é o Próximo. A continuação acabou nunca indo pra frente, uma vez que os direitos de uso do personagem voltaram para a Warner Bros. Era apenas questão de tempo até o estúdio reavivar King Kong, o que aconteceu no segundo capítulo da franquia MonsterVerso, Kong: Ilha da Caveira, sem nenhum envolvimento de Peter Jackson ou Adam Wingard. O nome de Wingard, porém, aparentemente nunca saiu da lista de contatos da equipe. Após dirigir Bruxa de Blair e a versão estadunidense em live action de Death Note, o cineasta foi anunciado pela Legendary Pictures como diretor do esperado crossover entre Kong e Godzilla.
Adiado diversas vezes devido à pandemia de COVID-19, Godzilla vs. Kong finalmente foi lançado em 2021, tanto nas salas de cinema quanto na HBOMAX (apenas em solo Estadunidense). No longa, o outrora aliado da Humanidade, Godzilla, mostra-se inexplicavelmente hostil e ataca instalações da companhia Apex Cibernética. Uma equipe científica encabeçada pelo geólogo Nathan Lind (Alexander Skarsgård) e pela antropóloga Ilene Andrews (Rebecca Hall), recorre a Kong para tentar deter a fúria de Godzilla. Paralelamente a isso, o paranoico funcionário da Apex e especialista em monstros gigantes, Bernie Hayes (Brian Tyree Henry), a jovem-prodígio Madison (Millie Bobby Brown) e seu amigo Josh (Julian Dennison), investigam a verdade por trás dos ataques de Godzilla, assim como as intenções secretas da Apex, que podem ser ainda mais perigosas do que o próprio poder das criaturas.
Levemente inspirado no filme King Kong vs. Godzilla, de 1962, a versão atualizada do confronto entre titãs dá continuidade tanto a Kong: Ilha da Caveira quanto a Godzilla II: Rei dos Monstros. A mitologia do MonsterVerso segue sendo expandida, adentrando temas já apresentados nos longas anteriores, como, por exemplo o reino pré-histórico subterrâneo inexplorado pela Humanidade, chamado carinhosamente de Terra Oca (não confundir com Terra Plana, por favor). Este mundo secreto nas profundezas do planeta é uma das grandes novidades e acaba sendo palco de alguns dos momentos mais memoráveis do longa. Outro cenário icônico do filme é Hong Kong. Com prédios imponentes cravejados de luzes neon, a metrópole se torna um ringue futurista quando os monstrões que dão nome à obra finalmente se encontram por lá. As grandiosas cenas de luta, não apenas entre os protagonistas, mas também envolvendo outras criaturas, são muito bem coreografadas e não ficam devendo em nada às vistas nos capítulos anteriores da saga. Os efeitos visuais criam ambientes virtuais críveis que conseguem manter o senso de escala e realismo (ilusão sustentada muito mais pela estética dos efeitos do que pela qualidade do roteiro).
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Ficha Técnica
Título original e ano: Godzilla vs. Kong, 2021. Direção: Adam Wingard. Roteiro: Eric Pearson e Max Borenstein com argumentos de Terry Rossio, Michael Dougherty e Zach Shields. Elenco: Alexander Skarsgård, Rebecca Hall, Julian Dennison, Brian Tyree Henry, Millie Bobby Brown, Kyle Chandler, Demián Bichir, Lance Reddick. Gênero: Ação, Scifi, Thriller. Nacionalidade: EUA. Trilha Sonora Original: Junkie XL. Fotografia: Ben Seresin. Edição: Josh Schaeffer. Distribuidora: Warner Bros Pictures do Brasil. Duração: 01h53min.
Enquanto o MonsterVerso avança, é palpável o distanciamento do senso de realidade que o Godzilla de 2014 tentou criar, o que faz o filme inaugural da franquia soar cada vez mais uma história isolada. As continuações ampliaram a estrutura de universo compartilhado ao mesmo tempo que incentivaram uma aparente isenção de verossimilhança. Agora, a Ficção Científica (muito mais ficção do que científica, diga-se de passagem), é a palavra de ordem. E a verdade é que a Ciência deste mundo de monstros gigantes existe mais em função da aventura do que de qualquer embasamento científico concreto. Isso pode até ser encarado como demérito, se considerarmos o esforço do diretor Garrett Edwards em tornar o Godzilla de 2014 mais do que "apenas" um filme de monstro. Porém, os episódios posteriores do MonsterVerso abraçaram um ensinamento bastante valioso: não há nada de errado em ser “apenas” um filme de monstro. Não importa quão vazia ou absurda seja a ciência especulativa por trás do enredo, porque ela existe unicamente em favor do entretenimento. É a existência dos tais titãs que rege as leis da Física e da lógica neste universo, não o contrário. O mesmo se aplica aos seres humanos da trama de Godzilla vs. Kong: com exceção do elo entre a personagem de Rebecca Hall, sua filha adotiva, Jia (Kaylee Hottle), e Kong, os demais personagens são meros avatares e estão lá só para que a história avance. Mesmo o luto, motivação de alguns dos personagens, é tratado com tanta superficialidade que é usado somente para criar algum background para eles, e só. E tudo bem: a história não é sobre eles. Aliás, o protagonista não é ninguém além de Kong. Ele é o centro de tudo, o condutor emocional da trama. Mesmo com as limitações do roteiro, o filme é muito bem-sucedido em fazer o público se simpatizar com o titã peludinho, construindo um arco dramático até bastante competente para desenvolver a história que o leva até o lendário título de King Kong. Godzilla, obviamente, tem bastante destaque, já que o longa é sequência direta da última aventura protagonizada por ele. Mas, narrativamente, desta vez sua função é simplesmente fazer contraponto a Kong.
A parte boa do crescente desprendimento da saga em relação a amarras realistas é bem mais profunda do que aparenta. Este espírito de aventura fantasiosa foi por décadas a base do universo cinematográfico de monstros gigantes produzidos pelo estúdio japonês Toho. Enquanto o primeiro filme de Godzilla, lançado em 1954, serviu como uma introdução séria e fúnebre do lagartão atômico (originalmente, uma alegoria que simbolizava os horrores do holocausto nuclear) os capítulos subsequentes a ele se tornaram aventuras episódicas cada vez mais mirabolantes e até mesmo engraçadas. Talvez o MonsterVerso esteja seguindo o caminho de suas raízes clássicas, não apenas em estrutura e temática, mas também em seu legado espiritual. A esperança para o futuro (ainda incerto) da franquia é que esta “emancipação” também se reflita na liberdade criativa para cineastas na cadeira de direção, já que a Legendary Pictures parece vir evitando algum tom mais autoral nos últimos filmes, de modo que a longa jornada de Adam Wingard até Godzilla vs. Kong, infelizmente, resultou num filme que não tem muito da identidade de seu diretor.
Com certeza é uma experiência bastante divertida acompanhar o “enfarofamento” desta franquia. Pode não ser uma culinária muito refinada, nem agradar a todos os paladares. Mas, pra quem gosta, este entretenimento ultraprocessado com certeza é uma delícia! A fórmula funcionava há 60 anos e continua funcionando hoje. Alguns clássicos não saem de moda.
Desde os primórdios da indústria do entretenimento, os astros do esporte tem ganho reconhecimento nas telas e promovido produtos de grandes marcas. Ao
decorrer dos anos 90, o astro do basquete Michael Jordan topou fazer uma campanha
pra Nike que envolvia as animações da série Looney Tunes e um face-off para provar a agilidade de um super jogador usando um super tênis, o ''Aeropasce Jordan'' (assista a propaganda aqui). O vídeo deu tão certo que surgiu a proposta para um filme que levasse a vida do atleta as telas em uma trama que misturava as aventuras malucas de Pernalonga e sua turma. A produção escrachada e divertida era dirigida por Joe Pytka, contava com a participação de Bill Murray, como ele mesmo, e atingiu sua meta: alcançar crianças, adolescentes e seus pais.
Com uma vibe empolgante, pela ótima trilha sonora de James Newton Howard e ainda uma estupenda seleção de canções, o filme chegou a abocanhar 250 milhões de dólares ao redor do globo, virou até videogame e ainda garantiu a Warner Bros tempo para aprimorar suas animações. Um sequência fora pensada com Jordan ainda como estrela, mas o jogador não aceitou a proposta e então tudo se voltou para o novo rei da NBA, LeBron James. Assim, Malcolm D. Lee foi chamado para assumir a direção de Space Jam - Um Novo Legado e o ator Don Cheadle para alavancar os rumos da narrativa como um vilão moderno e high tech. O elenco ainda conta com Sarah Silverman, Cedric Joe, Kris Davis, Sonequa Martin-Green Ceyar J. Wright, Harper Leigh Alexander e vozes de Zendaya e dos jogadores Anthony Davis, Diana Taurasi, Nneka Ogwumike, Klay Thompson e Damian Lillard.
Se no primeiro filme, os membros do Looney Tunes estavam sofrendo ameaças de uma gangue de aliens minúsculos e sem escrúpulos e precisou da ajuda de um baita jogador de basquete para ganhar um jogo e se ver livre, agora é um jogador famoso quem precisa de auxilio para recuperar seu filho Dom (Joe) das garras de Al G. Rhythm (Cheadle), um algoritmo revoltado com o pouco reconhecimento dos administradores da Warner Bros.
A turma de Pernalonga, na verdade, estava toda passando um tempo em outros universos criados pelo Estúdio. Lola estava tentando ser uma amazona junto a Mulher Maravilha, Patolino e Gaguinho foram parar no mundo do Batman e por ai vai. Logo, o coelho espertalhão estava sozinho e sem amigos para atazanar. Com a chegada de LeBron, Pernalonga vê uma oportunidade de recuperar os camaradas e ter uma nova grande aventura, mas ele sabe que isso não será nada fácil, pois Al G. controla tudo dentro do sistema Warner e seu poder é enorme ali.
Com uma mensagem que explora a relação entre pais e filhos e vai além, devido as escolhas e ao crescimento dos personagens, a sequência de Space Jam não entrega um filme necessariamente perfeito, mas tem seu poder em comunicar positividade. Aborda também a amizade entre os personagens animados e suas vontades de conhecerem novos mundos e se provarem.
Há um número ainda maior de referências ao universo cinematográfico que a Warner Bros trouxe ao mundo e o contexto da comédia consegue inserir piadas ligadas a isto. Assim, fazendo o filme bem universal tanto em seu idioma original como dublado.
As atuações estão convincentes para o que a produção propõe e isto basta. Há uma aparição surpresa mais ao fim do filme que fará muita gente gargalhar. Apesar de termos um filme ultra colorido e com um design incrível, não foi desta vez que a Warner conseguiu cativar os amantes da música. Space Jam 2 não consegue embalar como o seu anterior neste quesito. Até ouvimos notas da canção emblemática do primeiro, contudo, não há um grande momento melódico.
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Ficha Técnica
Título original e ano: Space Jam - A New Legacy, 2021. Direção: Malcolm D. Lee. Roteiro: Juel Taylor, Tony Rettenmaier, Keenan Coogler, Terence Nance, Jesse Gordon, Celeste Ballard - baseado nos personagens criados por Timothy Harris, Steve Rudnick, Herschel Weingrod e Leo Benvenuti. Elenco: LeBron James, Don Cheadle, Sarah Silverman, Cedric Joe, Kris Davis, Sonequa Martin-Green Ceyar J. Wright, Harper Leigh Alexander, Zendaya,Anthony Davis, Diana Taurasi, Nneka Ogwumike, Klay Thompson e Damian Lillard. Gênero: Animação, comédia, aventura. Nacionalidade: EUA. Trilha Sonora Original: Kris Bowers. Fotografia:Salvatore Totino. Edição: Bob Ducsay. Figurino: Melissa Bruning. Distribuição: Warner Bros Pcitures Brasil. Duração: 01h55min.
Por fim, vale saber que o filme tem um ótimo tom família e que pode sim surpreender a todos ai na sua casa.
Avaliação:Dois pontos bônus e meio (2,5/5).A produção tem um ótimo ''tom família'' e pode te surpreender!