quinta-feira, 30 de setembro de 2021

007 - Sem Tempo Para Morrer | Assista nos Cinemas


Da última vez que vimos o senhor Bond na telona, o mundo era outro. Lançado em 2015, Spectre (leia aqui os comentários), não foi a melhor aventura de Daniel Craig como o agente britânico mais famoso do mundo e, ele até insistia em dizer nas milhares de entrevistas que fazia, que não retornaria ao papel, ao menos não tão cedo. O filme, com um mega elenco e toda a estrutura que as produções de Bond demandam, fez um sucesso mediano. Nada comparado a aclamação que Skyfall (2012) ou Casino Royale (2006) tiveram.

Anos se passaram e tibum. Anúncio direto da Jamaica de que Bond retornaria e com uma super trupe. Remi Malek fora escalado para viver o vilão do filme e este contaria com o retorno não só de Craig como também de Christiph Waltz, Ralph Fiennes, Ben Wishaw, Naomie Harris, JeffreyWright, Rory Kinnear e teria ainda a ilustre participação de Ana de Armas e Lashana Lynch

Outra novidade chamou a atenção nos anúncios, depois de anos de contrato com a Sony Pictures, a distribuição passaria para a Universal Pictures. Claro foram previstas datas e mais datas, mas a pandemia fez com que a chegada de "Sem Tempo Para Morrer" fosse atrasada em quase um ano. Enquanto isso, o estúdio e os produtores gastavam não só milhares de dólares como de libras esterlinas (atualmente valendo 7 reais cada, aí meu bolso) com a promoção do filme. Bem, nesse meio tempo tivemos tempo para conhecer a música tema, composta pela cantora sensação do momento, Billie Eilish, e seu produtor e irmão, Phinneas. O mais incrível é que a composição não só chegou ao topo das paradas como ainda levou um Grammy de "melhor música feita para mídia visual" sem nem o filme ter estreado. Pensa na responsa. 

Assim, após meses de espera chegou então a hora do mundo conferir esse baita filmão na maior tela possível e se deliciar com as últimas horas de Craig vivendo talvez um dos melhores Bonds da história.

Trailer


Ficha Técnica

Título original e ano: 007 No Time To Die, 2021. Direção: Cary Joji Fukunaga. Roteiro: Neal Purvis, Robert Wade, Cary Joji Fukunaga, Phoebe Waller-Bridge - baseado no personagem criado por Ian Fleming. Elenco: Daniel Craig, Remi Malek, Léa Seydoux, Ana de Armas, Naomi Harris, Ralph Fiennes, Ben Wishaw, Lashana Lynch, Christoph Waltz, Jeffrey Wright, Rory Kinnear, Billy Magnussen. Gênero: Ação, Aventura. Nacionalidade: Reino Unido, EUA. Trilha Sonora Original: Hans Zimmer. Fotografia: Linus Sandgren. Edição: Tom Cross, Elliot Graham. Figurino: Suttirat Anne Larlarb. Distribuição: Universal Pictures Brasil. Duração: 2h43min.

A trama se volta para os dias de aposentadoria de 007 e como ele tem aproveitado sua vida ao lado da amada Madeleine Swann, personagem de Léa Seydoux, em uma tour super ultra romântica pela Itália. Ao passo que chegamos na parte das cenas calientes, as de ação começam. Logo, o roteiro também é eficiente em construir um background para o passado da moça deixando claro sua ligação com vilões que podem vir a atormentar sua vida no futuro.

Durante a viagem do casal, homens começam a persegui-los e o agente suspeita imediatamente que a amada não seja exatamente quem ele pensa que é. Decide então averiguar o "porquê estão a sua caça e quem" com a ajuda de seu amigo Felix Leiter (Wright) que o encontra na Jamaica e o faz ir para Cuba onde Bond irá trabalhar com Paloma (Ana de Armas) para entender melhor toda a situação. Enquanto isso no quarteirão da MI6, uma agente (Lynch) altamente badass é designada para ir procurar um cientista que foi raptado e levado a Cuba. Para que não atrapalhe a missão, 007 é avisado por ela e por M (Fiennes) para não estragar tudo.

Em pouco tempo, o agente descobre que uma arma letal está a solta e nas mãos de quem não deveria e precisará retornar para uma última tarefa e contar com o auxílio de Q (Wishaw) e Moneypenny (Harris). Ademais, precisará rever um dos últimos criminosos que jogou na cadeia, Spectre (Waltz) para então eliminar dúvidas de quem está por trás de tudo que anda ocorrendo.


O gatilho da trama: o pano de fundo está relacionado a vírus, cientistas, armas letais, gente sendo contaminada por conta de dna x e gente contaminando gente. Não atoa, não teria mesmo como a produção ter saído um ano atrás, no ápice do ocorrido todo dessa loucura que ainda estamos vivendo. 

Saindo desse lugar e chegando a muitos outros, a narrativa é muito fantástica. Temos romance por todo o filme e ação, muita ação. Craig tem tempo de sobra para não só visitar os amigos ou dar umas namoradas como também usar seus dublês para as cenas mais intensas possíveis - afinal, ele se machucou muito em Spectre e sua esposa, Rachel Weisz, deixou claro que ele não iria bancar o Tom Cruise mais, pois é ela quem tem que aguentar a lamúria toda.


Aqui a parceria com Q e Moneypenny dá uma super incrementada com entrada de uma agente 00... Uma mulher porreta que está por cima da operação ao mesmo tempo que  vira aliada de Bond.

Lashana Lynch é essa musa.

Temos M revelando que o Reino Unido é cheio das pesquisas secretas e perigosas e vilões que não necessariamente são superiores ao nosso protagonista, mas fazem um bom bate bola. Felix Leiter, papel de Jeffrey Wright, parceiro de Bond de longa data (Casino Royale e Quantum of Solace) ganha outro nível aqui e a amizade com 007 se abala.


Se Lynch trouxe empoderamento e força, quando a incrível Ana de Armas entra em cena, temos o triplo disso tudo. A atriz, que aliás foi convidada por Craig qndo eles trabalharam em "Entre Facas e Segredos", tem tempo de comédia e manda ver na porradaria. Muito capaz que o público peça que ela retorne em outros filmes, hein?!


Daniel Craig atua profissionalmente desde 1992 e, em 2006, ganhou muito reconhecimento por ter aceito se tornar um Bond. Seu agente classudo, másculo e rebelde é talvez um dos mais humanizados já apresentados, fora a desconstrução que ele sofre. O ator chegou a interpretar o papel cinco vezes, perdendo tempo de tela apenas para Sean Connery e Roger Moore que o viveram seis e sete vezes, respectivamente. 

Nesta última aventura, Bond é romântico ao extremo e vemos camadas das quais poucas vezes foi possível termos tempo para analisar. Principalmente no quesito ''relações mais profundas e vontade de viver, não só existir". E o trabalho de Craig foi imprescindível para a construção do personagem e dessa era tão renovada e ambiciosa. Se puder, assista o documentário disponível na APPLETV+ sobre essa jornada, Being James Bond.

Um legado, é Um legado.

Casino Royale (2006) e No Time To Die (2021)

Cary Joji Fukunaga dirigiu anteriormente "Beasts of Nation" (2015), filme disponível na Netflix, e o drama de época Jane Eyre (2009). Também esteve a frente da condução de séries como Maniac e True Detective (HBO). Aqui, substituiu Danny Boyle e conseguiu entregar um filme cheio de carga emocional e muita ação. O roteiro escrito pela dupla Neal Purvis e Robert Wade, que sempre esteve a frente do texto dos Bonds nesta era, tem pitacos de Fukunaga, de Scott Z. Burns (O Ultimato Bourne) e da sensacional Phoebe Waller-Bridge, e convence. Aliás, as tiradas que os personagens tem são escaladas com ótimo timing e sagacidade. Assim, não há risada boba aqui, mas sim diversão pura. 

A trilha sonora mudou de compositor já na pós produção. Antes de Hans Zimmer assumir, Dan Romer estava escalado para o trabalho. O craque das trilhas nos presenteou com sons conhecidos da franquia de um modo ainda mais elegante aos ouvidos. E sim, temos que louvar o tema do filme, pois é uma canção incrível que capta perfeitamente bem toda a jornada de Bond aqui. 

#NoTimeToDie foi rodado na Jamaica, Escócia, Noruega, Inglaterra e Itália e valeu cada passagem gasta com o elenco e a equipe.

Avaliação: Quatro garrafas do melhor Whisky escocês (4/5).

Hoje nos Cinemas!

See ya 
-B


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