Armugan | 45ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo


Perspectiva Internacional

A Morte já foi tema de filmes lindíssimos. É o caso de Armugan, este filme catalão que estará no catalogo da 45ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Fotografado em um preto e branco deslumbrante, a película passeia pelas montanhas dos Pirineus, em paisagens rurais de se cair o queixo. O espectador é apresentado a uma hora e meia de cenas de tirar o fôlego!

Mas toda essa beleza não compensa a aridez do texto e seus motivos recorrentes... O filme se torna repetitivo e, a partir de certo momento, bem cansativo de se assistir. O tema é fascinante, nas montanhas espanholas existem os amigos Armugan (Iñigo Martinez) e Ánchel (Gonzalo Cunil) que são requisitados a acompanhar os moribundos na sua passagem, ajudando-os a ter uma morte tranquila. Armugan é uma pessoa com deficiência e precisa ser levado nas costas por Ànchel em suas caminhadas pelas montanhas às casas das pessoas que necessitam que os seus amados façam a última viagem. Essa simbiose de irmãos entre estes finalizadores gera momentos muito bonitos, sacralizados em longos e poéticos monólogos, em contexto mítico e religioso que remete a muitas lendas.

Esse é o problema desta película de uma hora e meia do diretor catalão Jo Sol. Monólogos profundos e líricos, paisagens lindas, mortes tranquilas, nenhum acontecimento, cenas que se repetem sem variantes e percebe-se que o filme poderia ser um excelente curta-metragem, e que poderiam ter sido cortados por volta de setenta e cinco minutos de cenas durante a edição.


Ficha Técnica

Título original e ano: Armugan, 2020. Direção e roteiro: Jo Sol. Elenco: Gonzalo Cunill, Iñigo Martinez. Nacionalidade: Espanha. Gênero: Drama, Fantasia. Trilha Sonora Original: Juanjo Javierre. Fotografia: Daniel Vergara. Edição: Afra Rigamonti.  Direção de arte: Cristian Diamante. Duração: 91 min. P&B.

Na esfera do mito e da religiosidade, de beleza estonteante, o roteiro poderia ter acrescentado mais tensão e mais diálogos, quebrando a monotonia das sequências. Talvez uma pitada de humor ou de conflito poderia ter emplacado o drama que falta à estória. O resultado é um filme cansativo, belo, de cenas que ficarão na sua cabeça por um bom tempo, mas que não resultam em uma experiência cinematográfica completa.

Uma pena... pois havia potencial aqui para uma obra-prima. Não deixem de assistir e nos contar suas conclusões. A 45ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo será online e presencial e todos terão a chance de assistirem suas obras-primas ou filmes menores, como esse. Divirtam-se! 

Nota: 5/10.

SERVIÇO:
MOSTRA PLAY

São 131 títulos confirmados na Mostra Play, cada um deles terá um limite de visualizações!

Serão oferecidos três pacotes exclusivos (não são válidos para nenhuma exibição presencial) e devem ser solicitados via e-mail (pacote_mostraplay@mostra.org). O pagamento deve ser realizado via transferência bancária. Quantidade e valores: 5 ingressos (R$ 57,00), 10 ingressos (R$ 105,00) ou 15 ingressos (R$ 150,00).

A programação da Mostra Play e das salas tem outro formato, isto se deve porque nem todos os filmes que estão disponíveis nas salas poderão ser assistidos também virtualmente. O ingresso individual para cada título da Mostra Play estará disponível a partir do domingo, 17 de outubro, custa R$ 12,00 e pode ser comprado diariamente no site https://mostraplay.mostra.org (pagamento por cartão de crédito das bandeiras visa ou mastercard). Após a compra, os filmes ficam disponíveis por 72 horas e, após o play, por 24 horas.

Escrito por Marcelino Nobrega

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