A Córsega é uma ilha do Mar Mediterrâneo pertencente à França. Grande parte de seu território são florestas preservadas em parque nacional. Como suas origens são italianas, sua língua corsa e seus costumes lembram muito a Itália, principalmente a região de Gênova. Com todos esses atrativos e peculiaridades, o turismo é a principal fonte de renda da ilha e no verão a população dobra de tamanho.
Este filme francês do diretor Pascal Tagnati foca-se nos corsos nesta estação mais quente do ano. Que interessante primeiro longa-metragem este realizador dirigiu! Baseado na estética do falso documentário, sua mão leve passeia entre as crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos da região, desvendando seus anseios, dúvidas, alegrias, tristezas, etc. Como um Robert Altman sem tanta cacofonia, sua câmera capta diálogos realistas e espontâneos, onde aos poucos desvendamos o dia-a-dia desta população.
Estética de falso documentário é aquele filme de ficção que finge ser um documentário, tentando ser o mais natural possível na captação das imagens. Há um trabalho de direção de atores, mas bem sutil, para que as situações sejam cotidianas e espontâneas. Portanto fala-se muito de sexo, de relações, de ciúmes, de aporrinhações. A mudança rápida de ponto de vista entre os personagens permite formar uma ideia de como a sociedade do local age, de suas interações e conflitos. Isso é muito interessante!
Título original e ano: I Comete - A Corsian Summer,2021. Direção e roteiro : Pascal Tagnati. Elenco: Jean-Christophe Folly, Pascal Tagnati, Cédric Appietto, Apollonia Bronchain Orsoni, Jérémy Alberti, Davia Benedetti. Gênero: Drama. Nacionalidade: França. Trilha Sonora Original: Gaetan Kolly. Fotografia: Javier Juiz Gomez. Duração: 127 min.
Algumas situações, entre as várias estórias contadas, se repetem entre os indivíduos. Não seria spoiler contá-las pois são previsíveis em qualquer comunidade pobre, sem muitas perspectivas econômicas. Jovens migrando para o continente europeu, crime organizado sendo o sustento de muitas famílias, apego às tradições culturais e regionalismos, falta de empregos e de perspectivas, desilusões e depressões entre os integrantes da comunidade. Tudo isto num pacote bem naturalista, onde nos identificamos com os personagens e pensamos que nestas situações poderíamos ser iguais a eles. Há nudez e cenas explícitas de masturbações, então é um filme para plateias adultas.
A música e os costumes são encantadores. As belas paisagens da ilha são pano de fundo em várias cenas. Acabamos fazendo turismo também e somos como os franceses, que os corsos tanto implicam, bisbilhotando e descobrindo os segredos destes interessantes moradores. Vale demais a pena compartilhar essa jornada com os corsos! Assistam e aprendam um pouco da cultura corsa!
Nota: 7,5/10.
Vinheta da 45ª Mostra
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