Copacabana, Rio de Janeiro. Os amigos Valentim, Kodak e Eddie, interpretados respectivamente pelos atores Marcelo Serrado, Otávio Muller e Ailton Graça, possuem lojas em um prédio falido que não necessariamente tem uma leva enorme de clientes. Belo dia, a celebridade de reality shows Paula, personagem vivida por Luciana Paes, chega na porta com malas cheias de produtos para levar a uma loja que comprou ali e os três homens ficam alvoroçados ao vê-la, mas discutem entre si e se seguram para não fazerem pose de machos em alerta. Ainda assim, alguém passa perto da moça e a assedia.
Paralelo a abertura do Salão de Paula, a administração convoca uma reunião para informar das dividas do espaço e todos ficam ainda mais desanimados. Contudo, ficam sabendo que há uma proposta de compra do prédio e de todas as lojas, mas nem todos estão afim de sair e recomeçar. Principalmente, Valentim, Kodak e Eddie. Os três reagem com revolta e querem permanecer ali. Kodak é do ramo da fotografia, Eddie tem uma loja com artigos para mágica e Valentim é gerente de uma locadora de filmes.
O que nenhum deles esperava é que houvesse um baú cheio de drogas guardado na loja de Kodak, por quase trinta anos, e que o achado pudesse os ajudar a pagar as dividas e manter a Galeria. Paula os ajuda então com o repasse do alucinógeno a quem ela conhece dos inúmeros empregos que tem (a mulher é maquiadora em filmes pornô também e poucos sabem). Assim, eles vão entrando no mercado ilícito e perigoso desse mundo sem saber que o tráfico local é comandado por Mesbla (Milhem Cortaz) e estão atrapalhando o negócio do bandido. Claro, a confusão está armada e entre o segundo e o terceiro ato assistimos esses quatro cambalear para salvar a pele, o dinheiro que conseguem e a sua adorada galeria.
Com uma edição de 90 min, o filme não deixa o espectador dormir. Tem comicidade, boas e ilustres participações e inúmeras confusões. O texto exibe falas que relembram um passado sem ''o politicamente correto'' em vigor, mas também tenta trabalhar com o futuro. Não deixa de enaltecer as décadas passadas e mostra o dia a dia de pessoas comuns que, por mais que se glorifique no inusitado, é bem identificável. Existem, aliás, inúmeras Galerias do Futuro ao redor do Brasil. Lugares comerciais mortos que aos poucos vão ganhando caras modernas pela transformação das cidades. E, de certa forma, fazendo com que o passado seja enterrado.
O elenco é sucinto e não deixa a peteca cair. Cada um dos atores principais ganham bons arcos e jornadas e se o Kodak de Muller tem sua familia para agradar, o Valentim de Serrado não vê a hora de sair com Paula. Graça tem um tôm cômico e consciente e é tão eficiente quanto Paes. Eles ainda tem de lidar com o 'velho modernoso das lives e mobiles' que Taumaturgo Ferreira interpreta e no fim tudo se ajeita.
Sanches e Poyart trabalham um roteiro escrito por mais de quatro mãos (Matheus de Souza, Pablo Padilla, Cristiano Gualda, Bia Crespo e Fernando Sanches) e mais acertam do que erram quando não pesam no drama e deixam a ação comandar os últimos minutos de filme.
Trailer
Ficha Técnica
Título original e ano: GaleriaFuturo,2021. Direção: Fernando Sanches e Afonso Poyart. Roteiro: Matheus de Souza, Pablo Padilla, Cristiano Gualda, Bia Crespo e Fernando Sanches. Elenco: Marcelo Serrado, Otávio Müller, Ailton Graça, Luciana Paes e Taumaturgo Ferreira. Gênero: Comédia. Nacionalidade: Brasil. Direção de Arte: Mariana Falvo. Figurinista: Melina Schleder. Maquiagem: Rafaela Figueiredo. Direção de Fotografia: Carlos Zalasik. Som Direto: Denis Melito. Montadores: Saulo Simão e Alexandre Boechat. Pós-Produção: Picma Post. Som e Mixagem: Pipoca Sound. Trilha Sonora: Lucha Libre. Produção: Afonso Poyart, Diane Maia, Marcio Fraccaroli e Sandi Adamiu. Produtor Associado: Carlos Diegues, Marcelo Serrado e Otavio Muller. Produção Executiva: Emerson Rodrigues e Angela Farinello. Direção de Produção: Jair Neto. Produção de Elenco: Renata Kalman. Coprodução: Globo Filmes e Universal Pictures. Distribuição: H2O Films. Duração: 90min.
A produção já está em cartaz e pode te ganhar pelo bom tom de comédia.
Avaliação: Dois discos de vinis e meio alucinógeno 'dubom' (2,5/5)
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