Trailer
Título original e ano: Matrix Ressurections, 2021. Direção: Lana Wachowski. Roteiro: Lana Wachowski, David Mitchell e Aleksandar Hemon - baseado nos personagens criados por Lana Wachowski e Lilly Wachoski. Elenco: Keanu Reeves, Carrie Anne-Moss, Yahya Abdul-Mateen II, Jonathan Groff, Jessica Henwick, Neil Patrick Harris, Jada Pinkett Smith, Pryanka Chopra Jonas, Christina Ricci, Lambert Wilson, Andrew Caldwell, Toby Onwumere, Max Riemelt, Joshua Grothe, Eréndira Ibarra, Michal X. Sommers, L. Trey Wilson, Telma Hopkins, Chad Stahelski, Amadei Weiland, Elle Hollman. Gênero: ação, Scifi. Nacionalidade: EUA. Trilha Sonora Original: Johnny Klimek e Tom Tykwer. Fotografia: Daniele Massaccesi e John Toll. Edição: Joseph Jett Sally. Design de Produção: Hugh Bateup e Peter Walpole. Supervisor de Direção de Arte: Maya Shimoguchi e Stephan O. Gessler. Figurino: Tom Davies e Barbara Munch. Distribuição: Warner Bros Pictures Brasil. Duração:02h28min.
Trinity (Moss) e Neo {Reeves) em Matrix (1999) e Matrix Ressurections (2021)
A primeira vista, o baque será grande e por quase uma hora de filme o roteiro vai convencer com argumentos bem impressionantes acerca da causa e do motivo real da ressurreição da dupla ou da repaginada que Morpheus sofreu. O encaixe de outros personagens, contudo, talvez embarque o espectador numa repetição de atos sem sentido, como o tempestuoso Agente Smith (Groff) que volta a duelar com Neo e o valor de sua presença seja por quase todo o filme uma incógnita. Niobe (Pinket-Smith) sempre foi uma personagem crítica a questão do Salvador e seus milagres e aparece ainda mais realista frente aos novos acontecimentos. A mulher se torna general e está no comando da segurança do povo de Io, lugar que ela ajudou a construir após o acordo de Neo e as máquinas. Bugs e sua turma representam a busca pela compreensão do passado e do agradecimento àqueles que ajudaram a mudar um pouco do presente e não é muito difícil não gostar de cara de todos ali.
Se o telefone ainda era um artefato altamente usado nos filmes anteriores, aqui o campo desta ferramenta tecnológica se altera para o caminhar por espelhos - que não é algo novo, mas que joga com a brincadeira da própria continuação da trama escrita por Lewis Carroll, Alice Através do Espelho, obra muito referenciada aqui. Representações dos personagens do mundo real na Matrix também se tornam mais comuns e apesar de não serem hologramas, tem a mesma proposta.
A guerra toma outro direcionamento e "lado a e parte do lado b" se unem formando uma aliança inteligente e frutífera. O controle e o detenção das mentes agora reverbera pela "uberização". Ou seja, o conformismo de uma situação de aprisionamento que prefere estar onde está e pensa ser dono do seu próprio eu, quando na verdade, está pior e é explorado ainda mais.
Não distante desse debate, a produção evoca a equalização dos gêneros e diz que a troca de posições é valida e também traz de volta sua tese utópica do romantismo, explicitamente evidenciada em Revolutions. Todavia, o que realmente agrega é ver o empoderamento feminino ganhando cena como ainda não havíamos visto. O questionamento da realidade da mulher e seu papel essencial para toda a história.
Lana Wachowski fez um filme impactante, com boas pitadas cômicas e que deve agraciar sim o espectador de inúmeras formas. Sua direção se faz vibrante e cheia de pirotecnias, por vezes similares aos seus trabalhos anteriores, mas com um olhar ainda mais detalhado e, infelizmente, muito explicativo.
O roteiro que tenta fazer mais sentido do que realmente tem, tem furos aqui e ali, e não entrega um resultado alinhado. Mas convence no que pode e decepciona onde não deveria. A trilha sonora tem seus momentos, but poderia ter ainda mais. Se a trilogia teve captura de imagens em formato de 35mm e uma fotografia esverdeada simbólica, em Ressurections o modo digital é pleno e tem também sua beleza.
Destaques no elenco: prestem bastante atenção em Jéssica Henwick, Jonathan Groff, Neil Patrick Harris e Toby Onwumere.
Em suma, se em 2021, o público tem a chance de revisitar este universo e conferir outros ângulos dessa trama clássica. Porque não?
Avaliação: Três coelhos brancos e meio espelho codificado (3,5/5).
HOJE NOS CINEMAS
atualizado em 25/12/21, às 19:48
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