Eu Sou Cuba | Assista no Belas Artes À La Carte


A película Eu Sou Cuba é um filme-panfleto. Com uma mensagem política bem definida, em plena Guerra Fria, era uma peça de propaganda do regime comunista da União Soviética, a respeito da Revolução de Cuba de 1959. Isso desmerece o longa? De maneira alguma. O espectador, consciente desse fato, pode desfrutar de um filme inventivo e inovador, com fotografia, edição, design de produção e direção sofisticados e vanguardistas.
O roteiro é uma peça política do realismo socialista soviético. Dividido em quatro segmentos, glorifica o povo em detrimento dos algozes, numa clara distinção entre o bem e o mal. Nas estórias contadas, não esperem dubiedades, nuances, é tudo muito maniqueísta. Os heróis são uma prostituta de comunidade, um camponês expulso de suas terras, um estudante universitário e um guerrilheiro de Sierra Maestra. Os vilões são norteamericanos clientes de bordéis, donos de terras, policiais e o regime de Fulgêncio Batista

Ficha Técnica

Título original e ano: Soy Cuba, 1964. DireçãoMikhail Kalotozov. Roteiro: Evgeniy Evtushenko e Enrique Pineda Barnet. Elenco: Sergio Corrieri, Salvador Wood, José Gallardo, Raúl García, Luiz María Collazo, Jean Bouise. Gênero: Drama. Nacionalidade: União Soviética, Cuba. Trilha Sonora Original: Carlos Fariñas. Fotografia: Sergey Urusevskiy. Edição: Nina Glagoleva. Duração: 141min
Diretor premiado em Cannes por Quando Voam as Cegonhas, o realizador da ex-URSS Mikhail Kalatazov faz um trabalho de gênio aqui. Tendo como cenário a ilha de Fidel Castro, ele realiza uma ode de amor à terra cubana, glorificando seu povo, sua cultura e sua luta contra a miséria e a violência política. Para isso, em quase duas horas e meia de duração, ele cria uma trama ousada, onde cada frame desperta admiração pela beleza e engenhosidade. O trabalho de câmera é incrível, movimentando-se de maneira ágil entre atores profissionais e figurantes e demonstrando em seus caminhos a emoção da cena. A fotografia em preto e branco dos cenários cubanos é sofisticadíssima, parecendo fotos do ilustre Sebastião Salgado em movimento. O som é um capítulo à parte. A música latina é explorada à exaustão, um rico detalhe deste filme já tão belo de ser assistido. Uma característica irritante é que a cada fala em espanhol é sobreposta uma voz russa e isto sim pode atrapalhar a experiência de quem está assistindo. Mas sabemos que o filme tem viés de uma propaganda política, portanto os trabalhadores soviéticos teriam de assistí-lo no cinema, saindo reconfortados com os caminhos da revolução e satisfeitos com seus líderes.
Atores profissionais e figurantes fazem sua parte e passam a mensagem com eficiência. Trabalham muito bem com o roteiro engessado e estratégicamente pensado para exibir uma mensagem política. O destaque do filme são suas soluções técnicas. Desprezado pelo público quando passou na grande tela, ele é admirado por cineastas e cinéfilos do mundo todo. O diretor Martin Scorsese até encabeçou uma campanha para restaurá-lo. E é essa versão restaurada que estreia hoje no streaming do Petra Belas Artes. Assistam e deliciem-se com esta pérola da cinematografia soviética e mundial! 

Nota: 8/10.

Cardápio Semanal: 20.01.22 - programa 107

Serviço:
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Escrito por Marcelino Nobrega

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