Uma comédia romântica divertida, cheia de aventuras e bastante clichê, do jeito que deve ser!
Impossível falar de comédias românticas e não lembrar da super estrela Sandra Bullock, que já atuou em diversos filmes do gênero, que partem de clássicos como “Enquanto Você Dormia”, “Forças do Destino”, “Miss Simpatia” e “Amor a Segunda Vista”, a filmes mais recentes como “A Proposta”, “Maluca Paixão” e até mesmo a improvável sequência de “Miss Simpatia”, é exatamente uma mistura de tudo isso o que ela entrega em seu novo filme.
Em Cidade Perdida, Bullock apresenta uma protagonista cansada das histórias que já narrou em sua trajetória como uma celebre autora de romances. Brilhante, porém reclusa, ela escreve sobre lugares exóticos em seus romances populares de aventura, cujas capas são estreladas pelo belo modelo Alan, papel de Channing Tatum, que tem dedicado sua vida a personificar o personagem herói, Dash. Assim como a própria atriz, figurinha carimbada em comédias românticas, Loretta Sage, vive a exaustão e a rotina das personagens criados por ela, até que se vê envolvida em uma aventura em busca dos tesouros da cidade perdida. Incrédula, com tudo que está acontecendo ela vive ao lado de Dash tudo o que escrevia em seus livros.
A química da dupla Bullock e Tatum é incrível. Com um ótimo timing para a comédia, os atores entregam piadas e diálogos que se tornam divertidos e prendem a atenção do público. Loretta e Dash, que de início não possuíam nada em comum, acabam se tornam um casal clichê, e isso não é nem um pouco ruim, pelo contrário, pois temos em cena aqueles casais das famigeradas comédias românticas que marcaram muitos de nós e não nos cansamos de ver, aliás, estávamos até sentindo falta.
Outro ponto alto e um grande diferencial no filme é o protagonismo e empoderamento feminino retratados em Loretta, já que o roteiro apresenta uma “mocinha” que na verdade não precisa de homens para ser salva. Em uma inversão de papeis e da própria desconstrução do masculino (que sempre é evidenciado como o grande “herói” das donzelas em perigo), é ela que se torna a grande heroína de Dash, o desejado modelo de capas de revistas e de seus próprios livros. Assim como a atriz por traz da personagem, Loretta é uma mulher forte, inteligente e esperta.
O vilão do filme Abigail Fairfax, protagonizado por Daniel Radcliffe, que ficou marcado por viver o personagem título da saga “Harry Potter” e já se desprendeu das amarras deste trazidos para sua carreira após a franquia, entrega um personagem capaz de rir de si mesmo. Fica nítido que o ator ao viver esta persona não se levou tão a sério, e isto faz tudo mais cômico, ao introduzir nesta maluca aventura um bilionário excêntrico em busca de tesouros inimagináveis, onde satirizando e se inspirando em outros vilões caricatos já conhecidos do público, temos uma figura “maléfica” que torna tudo ainda mais engraçado.
E ainda se tratando de elenco, Da'Vine Joy Randolph rouba a cena como Beth Hatten, a editora de Loretta, que passa todo a produção tentando resgatá-la, e acaba trazendo uma certo destaque para as sub-tramas presentes no longa. Assim, assistimos mulher se envolvendo em situações tão divertidas e absurdas quanto a protagonista, o único ponto fraco em Cidade Perdida é o fato de que Randolph merecia mais tempo em tela.
A direção de Aaron e Adam Nee está impecável. É perceptível a referência que os cineastas fazem a grandes clássicos da ação e da comédia (como o momento em que Brad Pitt está comendo um sanduíche e falando ao telefone, saudação a cena similar de seu personagem em ''Clube da Luta''). A edição caprichada junto de uma trilha recheada de canções conhecidas do grande público como ''True'', do Spandal Ballet ou ''Final Countdawn'', do Europe, revela um filme muito dinâmico, levando o espectador a não perceber o tempo passando, o que torna a experiência ainda melhor.
Apesar de deitar e rolar em todos os clichês possíveis e imagináveis, “Cidade Perdida” vale a pena ser visto na telona, seja pelo elenco, pelos momentos cômicos, por uma história repleta de aventura e romance ou pelas deslumbrantes paisagens onde a trama acontece, afinal, fazia tempos que não nos divertíamos assistindo a um filme, e este, possivelmente se tornará o “confort movie” de muita gente.
Trailer
Ficha Técnica
Título original e ano: The Lost City, 2022. Direção: Aaron Nee e Adam Nee. Roteiro: Oren Uziel, Dana Fox, Adam Nee, Aaron Nee com argumentos de Seth Gordon. Elenco: Sandra Bullock, Channing Tatum, Daniel Radcliffe, Da'Vine Joy Randolph, Brad Pitt, Oscar Nuñez, Patti Harrison, Bowen Yang, Joan Pringle, Slang, Hécton Aníbal. Gênero: Comédia, Ação, Aventura. Nacionalidade: EUA. Trilha Sonora Original: Pinar Toprak. Fotografia: Jonathan Sela. Edição: Craig Alpert. Direção de Arte: Maria Fernanda Muñoz. Figurino: Marlene Stewart. Distribuidora: Paramount Pictures Brasil. Duração: 01h57min.
No Tio Sam, a produção deve chegar ao streaming da Paramount+ após 45 dias de exibição nos cinemas.
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