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ENCERRAMENTO
O filme escolhido para encerrar a 27⁰ edição do Festival é Tudo Verdade é forte, significativo, essencial e não poderia ser diferente devido a dedicação do evento em presentear o público com muita reflexão. "O Território", documentário de estreia do diretor de fotografia Alex Pritz aborda uma temática de suma importância para o povo brasileiro e para o mundo - a proteção das terras dos povos indígenas da Amazônia e, consequentemente, a preservação da própria floresta, vital para o equilíbrio ecológico. Produzido com o envolvimento e participação efetiva da Comunidade Aru-Eu-Wau-Wau e do renomado diretor, roteirista, produtor e ambientalista Darren Aronofsky (Mãe). A película nos entrega credibilidade e realismo.
O que é conhecido como 'o território' é uma área de aproximadamente 7000 m2, localizada no estado de Rondônia, região onde reside o povo Aru-Eu-Wau-Wau e outras comunidades indígenas, em perfeito equilíbrio com a Natureza, vivendo da pesca, caça de pequenos animais e do que a floresta fornece.
"O rio, a floresta é nossa casa, onde a gente se mantém."
As cenas, de qualidade primorosa, são de uma beleza excepcional, com closes detalhados de pequenos animais, insetos, pássaros, apresentando a exuberância da floresta tropical. A exuberância natural do lugar contrasta com cenas que mostram o impacto destrutivo da chegada do homem branco. Somente nos anos 80 o governo brasileiro fez contato com o povo indígena Aru-Eu-Wau-Wau pela primeira vez. E a narrativa começa em 2018, época das campanhas políticas do atual Presidente, e seu discurso já levantava um sinal de alerta sobre o que estaria por vir com relação a proteção ambiental. Imagens chocantes de desmatamento, com a queda de árvores centenárias, queimadas que destruíram vários espécimes, e a formação de cooperativas por grupos de agricultores com o intuito de ter 'seu pedaço de terra', sem levar em conta as consequências que tal atitude acarretaria para o meio ambiente. Tudo com o aval das falas dos políticos.
Na visão do agricultor, o índio não planta, não produz, portanto, não merece as terras que tem. O colono é levado a crer que pode invadir o lar dos indígenas e os expulsar. Dizem eles: ''é preciso plantar para o Brasil ir pra frente''. Na sequência, vamos conhecer o jovem Bitaté Aru-Eu-Wau-Wau, que virá a se tornar um líder com uma visão consciente e inteligente sobre os fatos e a importância de se ouvir os mais velhos e valorizar sua sabedoria. Também acompanharemos o dia a dia de lutas e incertezas da líder ambientalista Ivaneide Bandeira (conhecida como Neidinha), que tem um contato muito próximo e afetivo com as populações indígenas. Ela coloca sua vida e de seus familiares em risco para desempenhar seu trabalho e honrar seu compromisso. Trabalho este que deveria estar sendo feito por órgãos específicos como a Funai, que se mantém omissa e indiferente.
Ficha Técnica
Título original e ano: O Território, 2022. Direção: Alex Pritz. Com: Neidinha e a tribo Aru-Eu-Wau-Wau. Gênero: Documentário. Nacionalidade: Brasil, Alemanha, Estados Unidos da América. Trilha Sonora Original: Katya Mihailova. Fotografia: Alex Pritz e Tangãi Uru-eu-wau-wau. Edição: Carlos Rojas e Alez Pritz. Direção de Arte: Hodja Diallo Berlev. Produtores: Darren Aronofsky, Sigrid Dyekjær, Will N. Miller e Alex Pritz. Duração: 0123min.
Tem se também as falas do agricultor Sérgio, que após passar a vida prestando serviços para outrem, se vê no direito de ter seu pedaço de chão. Para ele é justo se organizar em associações e lutar pelo direito de realizar seu sonho, tudo 'dentro da lei'. O agricultor Martins parte para sua empreitada particular e com sua serra vai desmatando, queimando e tomando posse de terras demarcadas, acreditando que 'sempre foi assim' e se apoiando em um discurso religioso. O pequeno produtor é manipulado para mais tarde os grandes do agronegócio se apossarem das terras. A ganância fala mais alto e o ecossistema sofre.
As filmagens abrangem um período de três anos, passando pelo assassinato do indígena Ari, morto por defender seu território. E nenhum suspeito foi preso por sua morte. Com a chegada da Pandemia em 2020, os indígenas tiveram que se isolar e evitar o contato com o branco. Adaptaram-se munindo-se de câmeras, equipamentos e drones que lhes permitiram se conectar com o mundo, se expressarem e ter sua causa divulgada. Ter a própria visão do nativo nas filmagens enriqueceu a produção imensamente. Assim, o filme descortina o crime ambiental. o desrespeito com as populações indígenas, a violência na região e, principalmente, a omissão daqueles que deveriam preservar a cultura destes povos. Uma triste realidade!
"As invasões de terras indígenas dobraram em 2021."
"O Território" foi ganhador dos prêmios "Audience Award" e "Impact for Change Special Award", no Festival Sundance, em 2022, e levou menção especial do júri na categoria F:ACT no CPH:DOX, do Festival Internacional de Documentários de Copenhagen. E merece ganhar o mundo!!
Vinheta do É Tudo Verdade
27º Festival Internacional de Documentários
Serviço:
Os filmes ficam disponíveis até o limite de visionamentos ou 24 horas.
“O Território” no Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade
Espaço Itaú de Cinema Botafogo - Sala 6
Quando: 10 de abril, às 20h
Onde: Praia de Botafogo, 316 - Botafogo, Rio de Janeiro - RJ
Espaço Itaú de Cinema Augusta - Sala 1
Quando: 10 de abril, às 20h
Onde: R. Augusta, 1475 - Cerqueira César, São Paulo - SP
É Tudo Verdade Play
Quando: 10 de abril, às 21h
Onde: Plataforma de streaming É Tudo Verdade Play
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COMO ASSISTIR AOS FILMES:
É TUDO VERDADE PLAY
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A Plataforma Itaú Play abrigará a Competição Brasileira de Curtas-metragens de 01 a 10 de abril.
SESC DIGITAL:
Entre no site do Sesc Digital pelo endereço
sescsp.org.br/etudoverdade e acompanhe a programação.
Não é necessário fazer cadastro.
A Plataforma Sesc Digital abrigará a Competição Internacional de Curtas-Metragens de 01 a 05 de abril. Com limite de 2000 visionamentos por título, exceto “Como se mede um ano?” 1000 visionamentos.
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