Lançamento no 27º Festival Internacional de Documentários ''É Tudo Verdade 2022'', Pele é uma viagem sensorial às grandes cidades brasileiras. Sem diálogos, este filme, dirigido por Marcos Pimentel, encanta o espectador com imagens de arte urbana. Em 75 minutos de duração, faz-se uma peregrinação pelos grandes temas da atualidade, numa ampla discussão de gênero, raça, ambientalismo, política e ocupação. A pele das cidades, vincada destas cicatrizes artísticas, é mostrada em toda sua beleza e sabedoria, num retrato urbano rico e variado da realidade conflituosa do Brasil.
A montagem é extremamente competente em juntar estes temas em blocos. Assim, mesmo sem uma discussão verbal, usa-se as imagens de grafites e pichações para criar um raciocínio sobre a realidade brasileira, especificamente nas cidades de Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro. É deliciosa a opção da direção de, em alguns momentos, juntar às abstrações performances de danças variadas. Cria-se um mosaico de interações entre as pessoas e as artes.
O resultado proposto exige a interação também de quem está assistindo. A falta de uma voz guiando o raciocínio pressupõe do olhar de quem está do outro lado da tela uma interpretação das cenas e uma percepção própria da realidade apresentada. As únicas vozes que ainda se ouvem, além de uma trilha musicada, são gritos coletivos de manifestações ou discursos históricos e públicos de Marielle Franco, por exemplo.
Ficha Técnica
Título original e ano: Pele, 2021.. Direção e roteiro: Marcos Pimentel. Gênero: Documentário. Nacionalidade: Brasil. Duração: 01h15min.
Para quem é das cidades citadas acima, algumas paisagens são familiares. A arte urbana, mesmo que temporária, gruda nas mentes e peles dos cidadãos, tornando-se espaços familiares de identificação e empatia. Verificar como a arte urbana consegue ser uma tribuna de representação válida para discussões - importantes à vivência nesse século XXI tão conturbado - é fascinante.
A interação dos moradores pode ser desde a passagem descompromissada pelas intervenções como por selfies tirados dos celulares. Mas a mensagem está lá. Como comunicação visual, esta arte, espalhada nas paredes das cidades, influencia os movimentos urbanos e as tomadas de decisões.,
Este documentário é uma poesia de desbravamento visual. Como flâneur, o espectador maravilha-se, espanta-se, sensibiliza-se e constrói sua visão deste recorte de realidade. O diretor Marcos Pimentel foi muito habilidoso em concentrar as controvérsias mais importantes da realidade contemporânea nas suas imagens temporárias, pois arte urbana é isso, fugaz, mesmo que representativa.
Disponível na plataforma etudoverdadeplay.com.br gratuitamente, esse poema cinemático poderá ser conferido a partir do desta segunda-feira, 04 de abril, às 21 horas. Para os paulistanos e cariocas, há a possibilidade de assistir em alguns cinemas. Viva a poesia urbana dos grafites!
Os filmes ficam disponíveis até o limite de visionamentos ou 24 horas.
É TUDO VERDADE PLAY
1. Entre no site www.etudoverdadeplay.com.br
e faça seu cadastro.
2. Depois de realizar o login
é só clicar no filme selecionado.
3. Aperte o play e boa sessão!
ITAÚ CULTURAL PLAY:
1 - Entre no site www.itauculturalplay.com.br
2 - Clique em "Criar sua Conta" e preencha o cadastro.
3 - Clique no filme escolhido e boa sessão
A Plataforma Itaú Play abrigará a Competição Brasileira de Curtas-metragens de 01 a 10 de abril.
SESC DIGITAL:
Entre no site do Sesc Digital pelo endereço
sescsp.org.br/etudoverdade e acompanhe a programação.
Não é necessário fazer cadastro.
A Plataforma Sesc Digital abrigará a Competição Internacional de Curtas-Metragens de 01 a 05 de abril. Com limite de 2000 visionamentos por título, exceto “Como se mede um ano?” 1000 visionamentos.
0 comments:
Postar um comentário
Pode falar. Nós retribuímos os comentários e respondemos qualquer dúvida. :)