Assista este domingo (03), a partir das 21 horas, na plataforma É Tudo Verdade Play (link direto aqui)
COMPETIÇÃO INTERNACIONAL DE LONGAS
O que é futuro? Essa é a principal pergunta do documentário Retratos do Futuro, de Virna Molina. A dualidade “futuro e passado” é borrada assim como os limites entre documentário e ficção quando se trata de um cenário distópico, como foi isolamento na pandemia de Covid-19. A escolha de uma estética de ficção científica dá força a temática e tira o longa de um lugar comum.
É interessante notar que a Pandemia ou o isolamento não eram temáticas do filme inicialmente. O tema principal da película é a resistência dos trabalhadores do Metrô de Buenos Aires a campanha de privatização. Seria fácil perder o tema de vista quando se tem algo tão complexo e único como foi o isolamento vividos nos últimos anos. Mas o filme mantém o foco principal na luta desses trabalhadores e tem muito sucesso ao estabelecer paralelos com o passado da América Latina e até com clássicos da ficção científica como Metrópolis. Mais ainda, a conexão que da mobilidade urbana tem com a carreira da documentarista reforça a questão temporal e o poder do cinema sob o tempo. Com imagens de arquivo, gravações pessoais e entrevistas, o documentário cria uma reproduções complexas, contando passado, presente e futuro como uma única narrativa que vai e volta no ponteiro do relógio.
Em tempos de crise como 2020, vemos um movimento retrógrado nesta época não só para àqueles que desejam manter as estruturas de poder, mas até mesmo os rebeldes que enxergam com desilusão o esvaziamento constante de suas lutas e a desesperança das gerações atuais. Há um desejo de retornar a uma época mais simples e menos sombria. Paralelamente, a ditadura argentina deixou parte do passado inacessível. Portanto, muitos inventam dados que são reais: Fake News. Agora tudo é tão confuso que nos lembramos de um futuro que sonhávamos alcançar 20 anos atrás enquanto imaginamos o passado. O futuro é o passado esperando para se repetir?
Ficha Técnica
Título original e ano: Retratos del Futuro, 2021. Direção: Virna Molina. Roteiro: Virna Molina Elenco: Virna Molina, Virginia Bouvet, Karina Nicoletta, Beto Pianelli, Miguel Gozalez, Oscar Arturo, Arnaldo Aldaz, German Valdiviezo, Tali Goldman. Gênero: Documentário. Nacionalidade: Argentina. Som: Isadora Ardito, Nika Ardito Fotografia: Virna Molina, Ernesto Ardito, Nika Ardito. Edição: Virna Molina. Produção: Ernesto Ardito, Virna Molina. Duração: 1h29min.
Após explicar o contexto de onde o filme surgiu, a documentarista passa a tratar do movimento dos Metroviários e traça paralelos com outros mobilizações da história da Argentina como o sufrágio, o movimento sindical e o movimento pela liberdade durante a ditadura. Os desejos por um futuro melhor que todos esses rompantes encarnavam dão um gosto agridoce as cenas da moção atual, mostrando que embora tenham ocorrido avanços, por vezes demais se parece estar lutando contra os mesmos inimigos do passado, dando uma sensação de estagnação. Estes retratos do que se imaginava que seria 2020, cem anos atrás, contrastam com a realidade, quesitos técnicos, mas são quase espelhos de seu cenário social. As mulheres ainda lutam para serem ouvidas, as pessoas anseiam por trabalho e significado, os capitalistas ainda comandam e fecham seus olhos para os problemas ao seu redor. Mas temos aviões voando para todo lado. Isso é o futuro?
A estética pode ser incômoda para alguns. A maior parte do filme é em preto e branco. E faz uso de imagens estáticas e borradas. Mas a montagem tem ritmo e evita que o filme fique paralizado. A narração é monótona em alguns pontos e muda de idioma em alguns momentos fazendo da legenda algo indispensável, mas não é excessiva e conta bem a história. Um alerta importante é que o filme trata do desastre humanitário que foi a Pandemia iniciada em 2020. Algumas dessas cenas podem ser GATILHOS fortes para pessoas que carregam traumas desse período. O longa traz a frase “O futuro pertence a ficção científica, mas esta se inspirou em um documentário”. Para achar a resposta da pergunta inicial, a obra fez o caminho inverso. A realidade virou ficção científica, que virou documentário. Só nos resta torcer para que essa ficção tenha final feliz.
Vinheta do É Tudo Verdade
27º Festival Internacional de Documentários
Serviço:
Os filmes ficam disponíveis até o limite de visionamentos ou 24 horas.
COMO ASSISTIR AOS FILMES:
É TUDO VERDADE PLAY
1. Entre no site www.etudoverdadeplay.com.br
e faça seu cadastro.
2. Depois de realizar o login
é só clicar no filme selecionado.
3. Aperte o play e boa sessão!
ITAÚ CULTURAL PLAY:
1 - Entre no site www.itauculturalplay.com.br
2 - Clique em "Criar sua Conta" e preencha o cadastro.
3 - Clique no filme escolhido e boa sessão
A Plataforma Itaú Play abrigará a Competição Brasileira de Curtas-metragens de 01 a 10 de abril.
SESC DIGITAL:
Entre no site do Sesc Digital pelo endereço
sescsp.org.br/etudoverdade e acompanhe a programação.
Não é necessário fazer cadastro.
A Plataforma Sesc Digital abrigará a Competição Internacional de Curtas-Metragens de 01 a 05 de abril. Com limite de 2000 visionamentos por título, exceto “Como se mede um ano?” 1000 visionamentos.
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