Em 2006, a BBC lançava ''Life on Mars'', dos criadores Matthew Graham, Tony Jordan e Ashley Pharoah. O show recebeu título inspirado na famosa canção de David Bowie e chegou a ter uma segunda leva de episódios no ano seguinte. A trama revelava um inspetor da polícia inglesa chamado Sam Tyler, papel de John Simm, que após se envolver em um acidente de carro acorda no ano de 1973. Três anos após o inicio da produção, Graham e Pharoah se juntaram novamente para mais aventuras envolvendo o distrito de polícia que Sam trabalha e é comandado por Gene Hunt, personagem de Philip Glanister na série que foi nomeada ''Ashes to Ashes'', entregando mais referências à Bowie. Desta vez, quem tem de descobrir o mistério por trás do retorno de Tyler ao passado e até mesmo o significado de sua morte é a inspetora Alex Drake, vivida pela atriz Keeley Hawes, porém, o que ela mal sabe é que acontecerá algo similar com ela. A inspetora viajará até 1981, o ano em que seus pais faleceram, após ser baleada por Arthur Layton, que é vivido por Sean Harris (Spencer).
A primeira temporada de Ashes To Ashes ganhou casa no Brasil esta última segunda-feira (02). Assim, será possível acompanhar toda semana um episódio da série, no streaming do Belas Artes À La Carte (assista aqui). E no primeiro episódio, temos a apresentação da vida da inspetora Alex Drake e seu amor pela filha Molly (Grace Vance). Os minutos iniciais, aliás, retomam um pouco do que se passou com Tyler e seguimos mãe e filha em uma ida normal a escola. Contudo, a inspetora é chamada no rádio para atender uma tentativa de assassinato em praça pública no meio de uma Londres diurna.
Ficha Técnica
Título original e ano: Ashes to Ashes, 2008. Direção: Jonny Campbell , Bille Eltringham e Catherine Morshead. Roteiro: Ashley Pharoah, Matthew Graham, Julie Rutterford, Mark Greig e Mick Ford. Elenco: Philip Glenister, Keeley Hawes, Dean Andrews, Marshall Lancaster, Montserrat Lombard, Amelia Bullmore, Stephen Campbell Moore, Adam James, Joseph Long e Geff Francis. Gênero: suspense, fantasia. Nacionalidade: Reino Unido. Produção: Beth Willis. Duração: 8 episódios com cerca de 1h cada. Disponível no: Belas Artes À La Carte (link aqui).
Quando a policial chega ao local, é informada de que o assassino clama por ela e só soltará a refém se ela for conversar com ele. Enquanto ela se dirige ao local em que ele está e inicia o contato, Molly salta do carro e vai até a mãe, é o momento em que Arthur Layton, o assassino em questão, troca de refém e faz Alex se desesperar. O misterioso homem desce com a menina para as docas próximo ao rio Tâmisa e desaparece, dando tempo para que Alex resgate Molly, apesar do susto todo.
Ali mesmo as duas encontram um amigo e Molly, que está comemorando seu aniversário naquele dia, sai com o rapaz para comprar presentes e sua mãe retorna ao carro para seguir com seu dia de trabalho. Já no veículo, se assusta com a presença de Layton no banco de trás e os leva dali guiado por ele. O homem começa a falar frases soltas e sem contexto, o que confunde a inspetora, mas é perceptível que ele a conhece e liga para alguém para contar que a fará entender certos acontecimentos do passado. É neste momento que a mulher é baleada e retorna a 1981 dando de cara com playboys em uma festa no rio e vestida de prostituta. Minutos depois, Gene Hunt e sua equipe de policiais chegam ao local cheios de estilo e a salvam de qualquer perigo.
É ao entrar na delegacia com Gene, Ray (Dean Andrews) e Chris (Marshall Lancaster) que ela entende que voltou ao passado também para trabalhar como inspetora e decide então decifrar o mistério em torno de sua ''suposta morte'' enquanto ajuda o trio que a salvou a desvendar crimes na região.
A cultura britânica invade não só nossa playlist como a grande maioria dos filmes e séries que assistimos são produzidas por artistas da terra de Betinha há séculos. E Ashes to Ashes é mais um caso bem sucedido de boa escrita, imersão cultural e muita ação. Para uma série lançada em 2008 e que continua acontecimentos do show 'Life of Mars'', ela se estabelece bem. Aliás, na época de sua estreia atingiu a cota de 7 milhões de espectadores na estreia, batendo até mesmo sua antecessora, em 2006, que contou com 5 milhões.
Ademais, o retorno dos personagens da primeira iniciativa foi muito bem recebido pelos fãs do chefe de policia canastrão que Gene Hunt é. Em detalhes, Hunt é um tipo à la Liam Neeson muito bem resolvido com sua sexualidade e que não perde um minuto em cena sem dar em cima da nova parceira de trabalho Alex ou ofender qualquer mulher que passe pela sua visão. Os outros policiais também não são lá muito respeitosos com a inspetora e soltam inúmeras piadas quando a veem pela primeira vez ainda vestida de trabalhadora do sexo. Na equipe há outra mulher e uma super competente, Shaz (Montserrat Lombard), e a mesma também não escapa de momentos constrangedores com os colegas. O show foi ao ar de 2008 a 2010 e consegue retratar os anos 80 extremamente bem como uma direção de arte e figurinos no tom.
A musicalidade da produção se baseia na canção que a nomeou, mas também insere The Clash e outras bandas britânicas de sucesso. O texto é rico e o sotaque inglês dos atores acendem a nossa vontade interna de falar de forma cantarolada. Keeley sofreu duras críticas ao inicio da temporada, mas por termos um roteiro que presenteia os personagens masculinos com muito testosterona e desrespeito ao feminino fica óbvio que tais ataques eram para que eles estivessem mais em cena que ela. Philip Glanister, inclusive, chegou a defender a atriz e disse que ''ela trabalhava duro como ninguém no show''.
Temos referências também a David Bowie de forma visual. Para quem assistiu ao vídeo da canção ''Ashes to Ashes'' sabe que o músico aparece no curta vestido de Palhaço Pierrot e o show traz essa referência quando um homem de roupas similares grita, persegue e aparece nos pensamentos de Alex a todo instante. O texto também menciona frases da canção e usa de forma repetitiva certas falas. A exemplo, algo que Alex escuta no futuro, ela também vai ouvir no passado, mas na boca de outra pessoa. E assim o mistério que envolve o retorno dela aos anos 80 vai ficando ainda mais intrigante e ela não perde o rumo e a vontade de descobrir como foi parar ali.
Fiquem ligados que também teremos comentários do segundo episódio que estreia na próxima segunda.
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Serviço:
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