Membros honorários da ''DCLiga dos SuperPets'' vem aparecendo nos quadrinhos desde ''As Aventuras do Superboy'' e ganharam narrativas solos até realmente se juntarem como um time ao inicio dos anos 60. Naquele universo, os bichinhos se denominam ''A Legião dos Super-Pets'', e mais de dez pets fazem parte do grupo, entre eles, Krypto, O Supercão e Ace, O Bat-Cão. A turminha foi criada por Jerry Siegel e Curt Swan. Krypto teve sua primeira aparição em março de 1955 na revista de número 210 da ''Adventure Comics''. Já Ace apareceu ao lado do homem morcego somente em junho no livreto ''Batman #92''.
De lá pra cá, os pet-heróis ganharam o mundo da tevê na série de 2005 ''Krypto - O Supercão'' e desde 2018 estava alinhado que a nova fase da DC traria também a turminha para as telas com Jared Stern na direção. Durante a pandemia, foi realizado um mega evento virtual de anúncios de projetos da marca que trouxe um teaser sobre a produção, mas somente em 2021 nomes como Dwayne Johnson, Keanu Reeves, Kevin Hart e John Krasinski foram revelados como vozes originais dos personagens.
Para a animação cinemática, os personagens originais sofreram alterações e alguns ainda não aparecem nesta primeira aventura. Assim, temos aqui os cachorros Krypto e Ace, a porca PB, a porquinha da índia Lulu, o esquilo Chip, a tartaruga Mirtes e a gatinha Cida. Nomes como Marcelo Garcia, Ilka Pinheiro, Angélica Borges, Monique Filliardis, Marco Luque e Priscilla Alcântara fazem parte do elenco de dubladores no Brasil.
Na trama,toda a Liga da Justiça é capturada após um plano maléfico da porquinha da índia Lulu (McKinnon/Borges) se confirmar. A porquinha totalmente sem pelos era propriedade de testes de Lex Lutor (Maroon) e após um incidente foi parar em um abrigo para animais, mas descobriu que um experimento de Lex com um artefato alien para ceder poderes funcionava em bichinhos como ela e não em humanos. Desta maneira, assim que ela tem em posse o objeto consegue se libertar e colocar os planos do seu amado ex-chefe que agora está preso longe de tudo. Porém, em um primeiro momento, Lulu não contava que o cão Ace (Hart/Espinosa), a porca PB (Bayer/Alcantâra), a tartaruga Mirtes (Lyonne/Pinheiro) e o esquilo Chip (Luna/Luque) também fossem adquirir poderes. Além do mais, assim que os super-heróis são 'botados para fora de campo', Krypto (Johnson/Garcia), o melhor amigo do Super-Homem, entra em ação para tentar ajudar a todos. Não demora e o supercão percebe que com a proximidade que teve da kriptonita também o deixou com os poderes bloqueados e sai em busca dos bichinhos para juntos terem alguma chance contra a malvada porquinha da índia e seus aliados.
A principio, os animais abandonados e agora soltos na rua, tem o grande sonho de irem morar em uma fazenda que cuida de bichinhos e ali viverem suas vidas com qualidade e conforto. Krypto então sugere à eles que podem ir para a fazenda que ele cresceu com Superman caso eles o ajudem e a turma aos poucos concorda com a idéia. Todos ainda não sabem ao exato controlar seus poderes e se atrapalham um pouquinho, o que frustra o supercão.
Krypto nunca antes teve contato com outros pets e ainda mais com poderes igual à ele. Assim, um laço de amizade entre o grupo e o cãozinho começa a nascer - o que também é beneficio ao lado emocional dos bichinhos que estavam abandonados aguardando uma casa. Por sua vez, ao fim da trama e da resolução dos conflitos, a turminha encontra algo muito melhor que uma fazenda longínqua para se viver.
O texto mostra um lado pouco visto dos super-heróis da DC. Isto porquê vê-los encontrando amigos bichinhos é algo que transborda amor e alegria. Não só isto, a mensagem de adoção de cachorros e bichinhos humaniza os heróis, Também nos relembra o quão é angustiante ver que o abandono de animais é uma ação terrível e sem noção do trauma que pode causar em todos eles.
A animação apresenta o mesmo estilo técnico visto em ''Scooby! O Filme'' e os heróis ganham caracterizações similares aos atores que vivem os personagens em outros filmes do estúdio. Um exemplo é o Aquaman que está idêntico ao visual de Jason Momoa, mas este não dubla o personagem e sim Jemaine Clement. Outra aparição fenomenal no elenco de vozes originais é Keanu Reeves como Batman pela dramaticidade que Bruce Wayne ganha. Além das piadas em si que surgem para destacar a rivalidade morna que perdura por anos entre Clark e Bruce. Dwaine Johnson e Kevin Hart, que dublam os cachorros de ambos os super-heróis, trabalham juntos mais uma vez após terem se encontrado no remake de Jumanji e também em uma das sequências de Velozes e Furiosos.
No elenco de vozes brasileiras, o grande Guilherme Briggs é rei (para variar), pois arrasa. Todavia, Marco Luque e Priscilla Alcântara fazem uma boa estreia como dubladores. Luque vive o esquilo Chip e está quase irreconhecível e Alcântara vive a porca PB.
Para os pais, mães e tutores de pets, o filme é um acalanto ao coração e a alma. Já para as crianças tudo na tela será uma baita diversão. Então a dica é correr para os cinemas hoje mesmo.
A conceituada rede de escolas de inglês Cultura Inglesa está oferecendo, durante todo o mês de julho e agosto, uma experiência única para os apaixonados pelo mais célebre detetive de todos os tempos: um jogo de escape room baseado no personagem de ficção da literatura britânica, Sherlock Holmes.
Gratuito e aberto ao público, o jogo, que está disponível nas unidades de Santo André, em São Paulo, e Barra da Tijuca e Niterói, no Rio de Janeiro, proporciona uma experiência imersiva no universo de Sherlock, além de estimular o uso da língua inglesa em um contexto lúdico.
Para participar, os interessados devem reservar antecipadamente um horário por meio dosite oficial do escape room. Cada reserva deve somar um grupo de três a cinco participantes. Além disso, as cincos salas temáticas foram planejadas de acordo com as medidas de prevenção da COVID-19.
SOBRE A CULTURA INGLESA
Com mais de 85 anos de tradição, a Cultura
Inglesa é uma instituição sem fins lucrativos voltada para o ensino do
idioma inglês. Em março de 2021, a marca consolidou sua posição no
mercado de ensino de línguas ao
anunciar a unificação de suas operações nos Estados de São Paulo, Rio de
Janeiro, Bahia, Santa Catarina, Espírito Santo, Goiás, Tocantins e Rio
Grande do Sul, além do Distrito Federal. Na ocasião, a Cultura Inglesa
também ampliou sua presença
no ensino online com a plataforma Hyper English. Com a conclusão da
integração das operações, a instituição somará 121 unidades espalhadas
pelo País. A Cultura Inglesa propõe uma experiência digital e imersiva
de aprendizado do inglês, por
meio de cursos oferecidos no formato presencial e remoto, com aulas ao
vivo pela internet, além de oferecer um programa bilíngue
intracurricular para escolas regulares.
A sexualidade feminina é a temática principal a ser explorada no precioso filme ''Boa Sorte, Leo Grande''. A produção britânica é escrita por Katy Brand e dirigida por Sophie Hyde e contou com pré-estréias pagas por todo o país prévia a sua chegada oficial as salas nesta semana. Com distribuição da Paris Filmes, na película, a ganhadora de Oscar Emma Thompson e o ator irlandês Daryl McCormack, ainda galgando passos no mundo da tv e do cinema, vivem Nancy Thompson e Leo Grande, respectivamente. O nome da dupla, aliás, também é fictícia devido ao encontro dos dois se dar mediante um acordo financeiro para manter relações sexuais e Leo Grande é o profissional do sexo em questão que fará Nancy aliviar não só a vida como a tensão que teve por toda ela.
O filme lembra bastante o formato de uma peça teatral, pois se dá a partir dos vários encontros que a professora Nancy (Thompson) tem com Leo Grande (McCormack) e tem um texto peculiar e muito bem trabalhado. A mulher, que é viúva nos dias atuais e não encontra nos filhos nenhum tipo de companhia, decide começar a pagar pela mesma e se libertar aos poucos de diversos preconceitos impostos por sua criação ou casamento. O cavalheirismo e calma de Leo Grande ajudam Nancy também a se conhecer melhor e entender seu corpo. Logo, a cada encontro que os dois tem, sente-se que um muro acaba desmoronando no mundo da viúva e barreiras são rompidas.
A película, altamente indicada ao público feminino, discute não só o medo que as mulheres com mais idade tem do próprio desejo sexual e talvez de explorá-los com homens mais jovens, algo que a sociedade não julga que os homens façam, mas é implacável quando o mesmo é feito pelo sexo oposto, como também retrata este outro personagem e sua história, o profissional do sexo. Tido muitas vezes como alguém pervertido ou sem qualquer traço ético, o garoto de programa ganha aqui humanidade e simbologia. Algo talvez até raro de se ver pela indústria do cinema.
Trailer
Ficha Técnica
Título original e ano: Good Luck To You, Leo Grande, 2022. Direção: Sophie Hyde. Roteiro e criação: Katy Brand. Elenco: Emma Thompson, Daryl McCormack, Les Mabaleka,
Lennie Beare, Carina Lopes, Charlotte Ware, Isabella Laughland. Gênero: Drama, romance. Nacionalidade: Reino Unido. Trilha Sonora Original: Stephen Rennicks. Fotografia e Edição: Bryan Mason. Figurino: Sian Jenkins. Distribuidora: Paris Filmes: Duração: 01h37min.
Gravado de forma linear para que os próprios atores sentissem o crescimento dos personagens dentro da narrativa e pelo curto período de dezenove dias, Boa Sorte, Leo Grande apresenta um primeiro ato em que a ação ocorre no bate bola entre os atores. O homem contratado para satisfazer Nancy tenta acalmá-la e deixá-la leve para que tudo flua sem que ela se sinta mal. Afinal, ela se julga muito por estar ali naquela situação e muito mais por não ter tido a oportunidade de experimentar a vida com mais liberdade antes de ser mãe e se tornar uma mulher casada. Explica por quase todo o momento em que está com Leo que seu marido era um homem prático e se contentava em se dar prazer não em dar a ela o mesmo e este foi o único homem com quem ela manteve relações sexuais por toda a sua caminhada até ali.
A mulher a todo tempo tenta saber mais de Leo e de suas experiências ou de como ele é fora daquele quarto de hotel. Não consegue compreender com facilidade de que tudo pode ser um ''teatrinho'' e prefere tentar também entender o porquê aquele jovem tão bonito e inteligente trabalha vendendo sua companhia, e, por consequência, seu sexo. Ele nos primeiros momentos reverte o jogo e a informa bastante de que está ali por ela e que tem apenas um dever que é satisfazê-la, pois a vida dele em si não está no contrato, mas chega a revelar um ou outro segredo. Contudo, a necessidade de Nancy por saber e conhecer melhor o homem com quem vem transando a deixa em maus lençóis com o garoto que foge rapidamente dela e fica extremamente chateado com as atitudes invasivas da mulher.
O final dessa história nos entrega uma ótima resolução e todas as barreiras que foram construídas, de ambos os lados, ou proteções que eram necessárias para ambos se sentirem confortáveis com o momento todo, são vencidas ou destruídas. Nancy percebe quem é após a experiência. E Leo Grande acaba entendendo que seu passado e futuro não o fazem menor ou maior que ninguém, mas que tudo pode sim se resolver com a família que o abandonou após um incidente intimo.
A australiana Sophie Hyde já produziu vinte produções, tem em sua filmografia seis roteiros escritos e quatorze trabalhos como diretora, sendo estes curtas e séries também. Conduz o longa com maestria, pois explora seus personagens passo a passo e acompanha o progresso destes. Consegue talvez enervar o espectador aqui e ali, no entanto, chega a bons lugares. A criadora e roteirista Katy Brand é também uma super artista, pois além de escrever é atriz, diretora, produtora e já teve seu próprio show. Brand trabalhou com Thompson em ''Nanny McPhee e as Lições Mágicas'' e agora escreve o texto em que Thompson se desnuda na frente da câmera literalmente.
O longa teve sua pré estréia no Festival de Sundance deste ano e por lá Emma Thompson disse que as cenas nuas ''foram uma das coisas mais difíceis que já fez, pois ela, Daryl e Sophie ensaiaram e bateram o texto nus ''. Conversaram também naquele momento sobre seus corpos e sobre o corpo do outro. Uma prática que ajudou e muito a vermos na tela o crescimento da confiança da personagem da atriz. Ela que atuou em filmes de época, na saga Harry Potter e em comédias como ''Mais Estranho Que a Ficção'' pouco foi vista em papéis que exploravam esta parte da atuação. E, sinceramente, ela arrasa. Constrói com credibilidade alguém real e cheio de questionamentos sobre como vencer o próprio medo do desconhecido. Em certa cena, a personagem, inclusive, lista que nunca fez sexo oral ou recebeu e até que isto se dê (não explicitamente, claro) a conversa entre Nancy e Leo dá muitas voltas para logo então decolar rumo ao sucesso.
Daryl McComarck tem um sotaque irlandês encantador e é um vislumbre aos olhos. O ator iniciou sua caminhada em 2015 e já esteve em diversas séries, entre elas, a queridinha dos fiéis da Netflix ''Peaky Blinders'', que é uma produção original da BBC. Também esteve no longa ''Pixie'' (2020) e nas series ''A Roda do Tempo, do Amazon Prime Video, e Vikings.
Boa Sorte, Leo Grande pode não ser um filme para toda a família, todavia, é um que deve chegar aos que estão interessados em refletir sobre a temática, sejam estes homens ou mulheres.
Avaliação: Três encontros fora do Tinder e meia garrafa de vinho (3,5/5)
A adaptação da peça teatral de Laura Castro (atriz, cantora, dramaturga, roteirista, produtora cultural e ativista feminista e na causa LGBTQI+), que esteve em cartaz por três anos no Brasil e também em Portugal, chega nesta quinta-feira (28) aos cinemas.
“Aos Nossos Filhos” tem direção de MariaMedeiros, que divide o roteiro com Castro, também interpreta uma das protagonistas. Na trama, temos Tânia (Laura Castro), uma advogada ambiciosa e empenhada em seu objetivo de passar no concurso público para se tornar juíza. Tânia vive uma relação homoafetiva de longa data com Vanessa (Marta Nóbrega), uma executiva de uma grande agência de publicidade.
Ambas estão decididas a levar adiante a ideia de serem mães e para isso estão encarando um desgastante processo de reprodução assistida, onde Vanessa se submete a tratamento hormonal e inseminação com esperma adquirido em um banco estrangeiro. Os sucessivos abortos estão abalando a relação. O fator financeiro também pesa em todo processo e Tânia decide recorrer à sua mãe, Vera (Marieta Severo), com quem não fala há anos. A principal questão levantada aqui é a obsessão de Tânia pela maternidade e sua relação conflituosa com a própria mãe. Duas mulheres que se amam, mas têm diferentes vivências, olhares e opiniões sobre o mundo.
Vera vem de um passado de lutas contra a ditadura no Brasil. Foi presa, torturada e exilada, guardando traumas não digeridos. Separada de Fernando (José de Abreu), pai de Tânia, após tantos anos em um casamento tradicional, Vera vive um momento de imensa fragilidade. Os pesadelos externam suas inseguranças e medos. Fernando, por sua vez, tem uma relação muito amorosa com a filha e dá todo apoio ao relacionamento e sonhos de maternidade.
O que lhe dá sentido à vida é a coordenação da Ong Positivida, que dá apoio à crianças e jovens soropositivas em uma comunidade no Rio. O dia a dia de dificuldades na adoção destas crianças estigmatizadas pelo preconceito é sua maneira de seguir sua luta.
Um dos garotos, Caique (Andrei Cardoso) está neste processo de adaptação à família adotante e Vera o ampara no delicado processo. Entretanto, Vera cai em contradição ao afirmar que “faz revolução onde pode”, enquanto ainda mantém uma visão rígida e antiquada sobre "família'', acreditando que uma criança poderá ser feliz se seguir os moldes da “família tradicional”.
Essa postura rígida leva a um constante embate com a filha homossexual, pois para ela é impensável duas mulheres optarem por gerar um bebê com métodos artificiais, enquanto há tantas crianças esperando por um lar. É contradição sobre contradição!!
Toda essa problemática será exacerbada com a chegada de Sérgio (Cláudio Lins), jornalista e filho de uma antiga amiga dos tempos de lutas. Sérgio está fazendo uma pesquisa sobre a vida de sua mãe e precisa da ajuda de Vera. O passado mal trabalhado virá à tona em uma ebulição de sentimentos e dores.
Trailer
Ficha Técnica
Título original e ano: Aos Nossos Filhos, 2021. Direção: Maria Medeiros. Roteiro: Laura Castro e Maria Medeiros. Elenco: Marieta Severo, Laura Castro, Marta Nóbrega, Aldri Anunciação, Ricardo Pereira, Jose de Abreu, Cláudio Lins. Gênero: Drama. Nacionalidade: Brasil. Som: PedroSáEarp. Fotografia: Edgar Moura. Figurino: Renata Russo. Direção de Arte: Ana Paula Cardoso. Produção: Paula Cosenza, Denise Gomes, Laura Castro, Marta Nóbrega. Produção Executiva: Gisela Camara. Coprodução: Globo Filmes e Canal Brasil. Distribuição: Imovision. Duração: 01h47min.
O filme além de mostrar a dualidade mãe/filha, de gerações e temperamentos distintos, também aborda temas como preconceito, discriminação, experiências traumáticas e suas consequências psicológicas, adoção e métodos de reprodução, modelos de família. São muitos temas polêmicos, delicados e complexos, que devem ser abordados e debatidos sempre. Mas que são de tamanha profundidade que não se encerram ao subir dos créditos.
Marieta Severo entrega uma personagem profunda, densa, que embora procure demonstrar força e convicções inabaláveis, guarda em seu íntimo traumas profundos que foram silenciados por toda uma vida. Seu discurso é marcado por condicionamentos arraigados.
Na trilha sonora temos, entre outras, canções como “Aos Nossos Filhos”, de Ivan Lins, “Tanta Força” do álbum “Golpe no tempo”, de Laura Castro.
Começa na quinta, 28 de julho, a edição 2022 do Festival "8½ Festa do Cinema Italiano" em diversas cidades brasileiras. A mostra é realizada com o intuito de trazer ao Brasil o que há de novo no cinema italiano, promovendo uma troca cultural entre o país europeu e os países de língua portuguesa.
Um dos filmes mais esperados é "Ennio, o Maestro", documentário de Giuseppe Tornatore sobre o mais importante compositor de trilhas sonoras para o cinema. O filme foi exibido no Festival de Veneza de 2021, um ano após a morte do lendário compositor, e funciona como uma clássica homenagem singela e afetuosa a um homem excepcional.
Ficha Técnica
Título original e ano: Ennio, 2021. DireçãoeRoteiro: Giuseppe Tornatore. Com: Quentin Tarantino, Clint Eastwood, Kar-Wai Wong, Oliver Stone, Terrence Malick, Hans Zimmer, Barry Levinson, John Williams, Darío Argento, Ennio Morricone, Bernardo Bertolucci, Giuseppe Tornatore, Bruce Springsteen, James Hetfield, Quincy Jones. Gênero: Documentário, biografia. Nacionalidade: Itália. Departamentode Som: Fabio Venturi. Fotografia: Giancarlo Leggeri e Fabio Zamarion. Edição: Massimo Quaglia. Duração: 02h36min.
Ennio, o Maestro segue por duas horas e meia a carreira prolífica do músico italiano. Com mais de 500 composições para cinema e TV, acompanhamos o filme pela perspectiva profissional de Morricone e sempre que seus familiares e amigos são citados, a relação é vista a partir do ponto de vista do impacto no trabalho de Morricone. Um exemplo muito direto nesse sentido é sua relação com o pai, um trompetista de banda militar e bailes que o ensinou o trompete aos 6 anos. Com o ofício aprendido com o pai de forma rigorosa e os estudos no Conservatório, além da realidade humilde que o fazia tocar na noite no fim da adolescência, Morricone se molda à pressão de ser o melhor, mais aplicado e incansável músico que poderia ser.
Os depoimentos do próprio Morricone contando sua vida são bastante espirituosos, muitas vezes fofos. Morricone não se resume a contar as sequências de acontecimentos que o levaram até ali, também conta alguns detalhes (inclusive um pouco técnicos musicalmente) do seu pensamento sobre música, medos, frustrações e caprichos.
A película se curva a Morricone durante toda sua duração. O que poderia se tornar enfadonho (até pela duração do filme), é assumido como tom oficial do documentário. Além de focar inteiramente em seu trabalho e sua contribuição para a música e para o cinema, um exemplo muito claro da devoção do filme a seu retratado é quando o próprio Tornatore, diretor do documentário, comenta a trilha de um filme antigo seu, Cinema Paradiso. Na visão mais tradicional, o diretor normalmente é o “autor” da obra, mas aqui Tornatore aparece como um simples entrevistado com seu nome e profissão na tela.
O documentário, portanto, é bastante simples no modelo clássico de depoimentos e imagens de arquivo. Mas é bastante interessante entender o pensamento musical por trás de um dos maiores gênios do século XX, guia absoluto para a composição para o cinema, mas também na música popular italiana e mundial, especialmente nos anos 60. Compreender como Morricone uniu a música pop, a erudita, a trilha sonora e a música experimental torna a história bastante envolvente. O modo como um artista exerce seu ofício gera bastante interesse e Ennio Morricone nos ensina com maestria a mesclar todas as referências ao seu redor a fim de criar o novo.
Teaser Trailer
Serviço:
De 28 de Julho a 03 de Agosto
Onde Assistir: Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Salvador, São Paulo, Recife e Rio de Janeiro.
Depois do longa Todos Já Sabem (2018) filmado na Europa e falado em espanhol e inglês, AsgharFarhadi retorna à sua língua, sua terra natal e ao seu tom costumeiro de contar histórias em UmHerói. Neste último filme, que será lançado comercialmente neste dia 28 de julho, o diretor relembra aos cinéfilos o gostinho de tensão e suspense trazido anteriormente em O Apartamento (2016) e A Separação (2011).
O longa se inicia com uma sequência em que o protagonista deixa a prisão e caminha longamente até uma grande obra onde trabalha seu cunhado. Em silêncio e sob um sol escaldante, Rahim gasta um tempo considerável de seus dois dias de indulto da cadeia neste trajeto, que é apenas o começo de uma jornada para tentar anular sua pena.
Preso por dever dinheiro a um familiar de sua ex-esposa (algo que, no país, é um crime que se procede mediante queixa), Rahim tentou convencer seu credor a aceitar o pagamento da dívida de forma parcial e parcelada. Mas o homem já está farto das promessas do agregado e está convicto de que ele deve cumprir sua pena a menos que devolva o valor integralmente e com juros.
Rahim precisa de um milagre. Algo como encontrar uma bolsa perdida cheia de moedas de ouro. E é isso que lhe acontece. Porém, o personagem se compadece da pessoa que perdeu os pertences e os devolve (não sem antes titubear um pouco e tentar negociar com o credor). Ao saberem do ato de bondade, os diretores da prisão informam a mídia, que logo faz uma matéria com Rahim. A situação se escalona rapidamente. Logo o protagonista recebe outro indulto, uma promessa de liberdade, oferta de emprego, diploma de mérito, é reconhecido na rua por ter passado na TV e é ajudado por uma instituição filantrópica a levantar fundos para abater seu déficit. É como um segundo milagre, ainda maior que o primeiro.
Rahim é alçado ao posto de herói nacional. Porém, a mídia e as redes sociais agem como costumam agir: se aproveitam da história, exploram seus detalhes, mastigam-na até não sobrar mais nada e então, antes que os 15 minutos de fama do homem acabem e ele desapareça novamente no anonimato, é levantada a hipótese de que o herói na verdade seja um pária, um mentiroso. Novamente a situação escalona-se rapidamente. Deslizes do personagem são usados contra ele. Conflitos de terceiros envolvem-se na trama.
Soma-se às acusações, a carga que a honra e a moral têm na sociedade iraniana. Os parentes de todos os envolvidos preocupam-se com a imagem de suas famílias. Rahim passa a temer mais a humilhação que o retorno à prisão. Os dilemas que as figuras enfrentam transformam-se também em um dilema para a audiência.
No que acreditamos ser o clímax, nos sentimos impotentes, nos bastando apenas torcer para que as coisas se resolvam e tudo dê certo. Mais adiante, deixamos de torcer. Não há para quem. Não há solução correta. A situação é como um lençol curto, que se é puxado de um lado, deixa o restante descoberto. Não há como contemplar as necessidades de todos os personagens. E, ainda, não conseguimos escolher com assertividade quem apoiar, visto que são todos muito humanos. Dúbios, falhos e extremamente propensos a identificação.
Trailer
Ficha Técnica
Título original e ano: Ghahreman, 2021. Direção e roteiro: Asghar Farhadi. Elenco: Amir Jadidi, Mohsen Tanabandeh, Sahar Goldust, Fereshteh Sadre Orafaiy, Sarina Farhadi, Ehsan Goodarzi, Alireza Jahandideh, Maryam Shahdaei. Gênero: Drama, suspense. Nacionalidade: Irã, França. Trilha Sonora Original: Rymin e Ariyan Islam Rafi.Edição: Hayedeh Safiyari. DireçãodeFotografia: Ali Ghazi. Montagem: Haydeh Safiyari Produção: Alexandre Mallet-Guy, Asghar Farhadi. Distribuição: Califórnia Filmes. Duração: 127 minutos.
A película recebeu 37 indicações em diversas premiações e festivais e saiu vencedora em 12 delas. Foi ganhadora do Festival de Cannes, em 2021, na categoria do "Grande Prêmio do Júri" e também levou o "Prêmio François Chalais", conferido a filmes com valor afirmativo sobre a vida e o jornalismo. O longa teve exibição na última edição da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo e no Festival de Cinema do Rio e foi a escolha do Irã para a submissão do país na categoria de "Melhor Filme Internacional" no Oscar deste ano.
Os Festivais de Cinema aos poucos tem retornado as salas e alguns adotaram o modo híbrido onde o público tem a chance de assistir um ou outro filme no formato virtual. Na próxima quinta-feira (28), um dos mais prestigiados festivais, o 8 ½ Festa do Cinema Italiano, que enaltece as produções italianas inicia sua jornada de exibições na rede Itaú Cinemas, que é uma das responsáveis pelo evento em parceria com o Circuito Cinearte. O Festival segue até o dia 03 de agosto nas cidades de Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Recife, Salvador e São Paulo. Os valores dos ingressos variam entre R$10 (meia) e R$20 (inteira).
A abertura do evento se dará em todas as capitais citadas nesta terça-feira (26) com a exibição de ''Ennio, O Maestro'', de Giuseppe Tornatore. Ocompositor,
arranjador e maestro italiano, autor de trilhas sonoras para cinema e
televisão, incluindo todos os filmes do diretor Sergio Leone, além de
obras clássicas, é o principal homenageado da película.
Outro dos títulos a ser exibido na programação é Mamma Roma e prestará homenagem no ano do centenário do celebre Pier Paolo Pasolini. Obras como Il Buco, de Michelangelo Frammartino, Leonera, Adeus, de Paolo Taviani, Laços, de Daniele Luchetti e Guia Romântico Para Lugares Perdidos, de Giorgia Farina, revelam o vigor da produção
atual do cinema italiano, com um conjunto de filmes provenientes dos
principais festivais internacionais e alguns dos maiores sucessos de
bilheteria na Itália.
Longa de Giorgia Farina conta com os atores Clive Owen e Jasmine Trinca
A realização do Festival fica por conta da Associação Il Sorpasso / Risi Film Brasil e tem o apoio dos Institutos Italianos de Cultura de São Paulo e Rio de
Janeiro e da Embaixada da Itália, do MIBACT e da Cinecittà, com
organização Logística - BonFilm.
Além
dos parceiros institucionais, o evento é realizado com o patrocínio
principal da Generali Seguros, primeira seguradora estrangeira a chegar
ao Brasil, há 97 anos. A Generali Seguros integra o Grupo Generali,
maior companhia de seguros da Itália e uma das maiores da Europa,
presente em cerca de 50 países.
Em 2022, o Festival 8 ½ Festa do Cinema Italiano também conta com os parceiros de mídia Folha de São Paulo, Papo de Cinema e Comunità Italiana.
Teaser Trailer
Serviço:
SESSÕES acontecem em seis cidades, na próxima terça-feira, dia 26 de julho, com o filme "ENNIO, O MAESTRO", de Giuseppe Tornatore
A obra “Pluft - O Fantasminha” foi escrita pela dramaturga brasileira Maria Clara Machado e consagrou o teatro infantil ao ser encenada pela primeira vez em 1955. O texto concebido originalmente no gênero teatral, ganhou mais tarde a versão em prosa, escrito pela própria autora e ilustrado por Graça Lima.
Houve uma adaptação para a tevê, assinada por Geraldo Casé, que foi a primeira produção em cores no Brasil. Composta por oito capítulos, dirigidos pelo próprio Casé, que foram exibidos pela Globo em 1975. Agora, o público terá a chance de assistir a adaptação feita para o cinema. Inspirada no texto original de Machado, a obra tem roteiro de José Lavigne, (que, aliás, está na produção e e interpreta o Tio Gerúndio) e Cacá Mourthé. Rosane Svartman é responsável pela direção do longa. Um detalhe importante: a roteirista Cacá Mourthé é sobrinha de Maria Clara Machado e foi sua aprendiz. Logo, podem esperar um roteiro fiel à obra original, rico em detalhes, embasado em profunda pesquisa tecnológica, sem perder a riqueza artesanal. A produção assumiu o grande desafio de traduzir a mágica do teatro para o cinema utilizando-se de truques que falam ao coração.
No elenco temos: Nicolas Cruz (Pluft), Fabiola Nascimento (Mãe do Pluft), Lola Belli (Maribel), Juliano Cazarré (Pirata Perna de Pau), Arthur Aguiar (Sebastião), Lucas Sales (João) e Hugo Germano (Juliano), entre outros.
Este é o primeiro filme infantil brasileiro de live action em 3D e tem um dos maiores orçamentos no gênero. A produção tem cenas complexas e inovadoras que foram gravadas debaixo d’água, o que confere leveza, fluidez e realismo aos movimentos dos fantasmas. Produzido pela Raccord Filmes, co-produzido pela Globo Filmes e pelo Gloob, o filme de 90 minutos é distribuído pela Downtown Filmes.
Na trama, Pluft é um garoto fantasma, que vive com a mãe fantasma e o tio fantasma em uma velha casa abandonada em uma ilha deserta. Sempre curioso e questionador, o garoto pergunta insistentemente à sua mãe o que é “gente”, aquela espécie viva de quem ele tem muito medo. A carinhosa mãe lhe explica que não há o que temer, pois “gente” também tem muito medo de fantasma e dificilmente vai se aproximar da casa.
A “vida” da pequena família seguia tranquila. Mamãe fazendo deliciosos pastéis de vento, em animadas conversinhas ao telefone com a tia Bolha, enquanto o tio Gerúndio passava todo tempo dormindo o sono eterno em seu baú. Longe dali, vivia a menina Maribel, neta do falecido Capitão Bonança Arco-Íris, que lhe deixou um tesouro como herança escondido exatamente na casa onde mora o Fantasminha Pluft.
Um belo dia, o ganancioso Pirata Perna de Pau sequestra Mirabel para se apossar do tesouro, e a leva para a ilha. Os três amigos de Mirabel, os marujos do Capitão, saem em seu resgate. Aliás, as cenas mais engraçadas estão por conta do Pirata e dos marinheiros atrapalhados. Presa na velha casa, Maribel conhece Pluft. A princípio o medo é recíproco, mas logo uma bela amizade nasce entre eles. Juntos irão enfrentar o malvado Pirata.
Trailer
Ficha Técnica
Título original e ano: Pluft - O Fantasminha, 2022. Direção: Rosane Svartman. Roteiro: José Lavigne, Cacá Mourthé e Rosane Svartman. Elenco: Juliano Cazarré, Fabiula Nascimento, Arthur Aguiar, Lucas Salles, Hugo Germano, Orã Figueiredo, Gregório Duvivier, Simone Mazzer, Ariane Souza, Thaís Souza e Ricardo Kosovski, Lola Belli e Nicolas Cruz. Gênero: Aventura, Fantasia. Nacionalidade: Brasil. Direção Musical e Trilha Sonora Original: Tim Rescala, MBr. Direção de Fotografia: Dudu Miranda. Direção de Arte: Fabiana Egrejas. Supervisão de Efeitos: Sandro Di Segni. Produção de Elenco: Cibele Santa Cruz. Montagem: Natara Ney e Welington Dutra. Figurino: Márcia Tacsir. Maquiagem: Mari Figueiredo e Cacá Zech. Som Direto: Alvaro Correia. Edição de Som: Waldir Xavier. Mixagem: Armando Torres Jr., ABC, e Caio Guerin. Supervisor de Finalização: Juca Díaz. Supervisão de Estereografia: José Francisco Neto, ABC. Supervisão de Tecnologia: José Dias. Direção de Fotografia Subaquática: Roberto Faissal, ABC. Produção: Clélia Bessa. Produção Executiva: Diogo Dahl. Produtores Associados: José Alvarenga Jr., Bruno Wainer e Marcos Pieri. Coprodução: Globo Filmes e Gloob. Distribuição: Downtown Filmes. Duração: 90min.
O roteiro, que traz de volta a inocência do imaginário brasileiro, aborda inicialmente a questão do medo do desconhecido. Pluft tinha pouco conhecimento do mundo fora das paredes da casa, pois ele sempre estava na companhia da mãe e temia tudo que estivesse fora de sua zona de segurança. Comparando aos tempos modernos, ele representa as crianças que ficaram em casa durante a pandemia. Já Maribel tinha o medo natural de fantasmas, por ser algo inexplicável. Ambos têm medo do desconhecido. Também mostra como o poder da superação e da coragem de enfrentar os medos pode ser íncriveis e conhecemos uma Maribel que, respeitando o universo de Maria Clara Machado, consegue ser atual e empoderada.
“Você não sabe do que nós meninas somos capazes!”
O texto também trata de amizade, empatia e amadurecimento. Os marujos enfrentam os mares, a distância e seus medos para socorrer a amiga que tanto amam. Maribel e Pluft se tornam amigos, superando suas inseguranças e respeitando as diferenças, como num rito de passagem.
Em um mundo sufocado de informação, Pluft traz de volta um olhar inocente, que respeita o momento da criança. As mensagens são diluídas na história. E, ao final, todos se tornam amigos e companheiros de aventuras. O tesouro é uma surpresa à parte. Observe!!
A trilha sonora, gostosa e envolvente, tem a assinatura de Tim Rescala, que também faz uma participação especial como um dos piratas. Foram criadas mais de 80 faixas e regravadas 3 canções originais da peça. A trilha toda é incrível e vale ser conferida. Destaque para a canção ''Pluft e Maribel'' na voz de Frejat e Coro Infantil da UFRJ. Há também faixas com a participação do Coral da Gente e da Orquestra de Heliópolis.
Esta deliciosa produção chega aos cinemas num ótimo momento e certamente será uma referência para futuras gerações. Aproveite as férias escolares e curta com a garotada!
Nas últimas semanas, vem ocorrendo exibições de imprensa e pré estreias da produção, mas o filme foi conferido na sessão exclusiva de Pré Estréia do “Vibra Open Air” no mês de junho o que fez a diferença, pois foi presenciado a reação das crianças no evento.
Intimista, independente e experimental, Última Cidade, de Victor Furtado, vai na mesma linha do também cearense O Último Trago (2016). Tememos que nosso rico cinema brasileiro, agora com lançamentos que remetem aos últimos anos de razoável incentivo governamental (lembrem-se que filmes lançados agora foram idealizados anos atrás), dê agora seus últimos suspiros. No entanto, são suspiros inspirados e diversos.
O longa-metragem acompanha a trajetória de João, um homem obrigado a deixar sua casa no sertão que decide peregrinar até Fortaleza para tentar reaver as terras que lhe foram tomadas pelas forças dominantes do estado e do capital e obter sua vingança. No caminho, o protagonista conhece Tahiel, um hispanohablante que está há mais tempo na vida de andarilho e une-se à jornada até a cidade grande, cercada por escombros e estruturas abandonadas. Outro dos poucos personagens retratados em tela é Cruzeiro, o cavalo nomeado como as estrelas. Companheiro de João, o animal é enquadrado de forma tão humana quanto seus associados.
Imagens de divulgação
Em momento nenhum a película dirigida por Victor Furtado se vale de discursos camuflados nas falas dos personagens. O cinema panfletário, por vezes necessário, constantemente cai no erro de deixar a mensagem falar mais alto que a forma e, infelizmente, a qualidade. Não é o caso aqui. O diretor transmite suas ideias de forma muito mais potente (e ainda clara) através da estética. A forma díspar como a belíssima fotografia enquadra o sertão e a capital, a caracterização dos intérpretes, os cenários escolhidos e a maneira como ocorre a quebra do naturalismo. Tudo grita resistência.
João, representado com chapéu de couro e peixeira, simboliza a luta do folclore contra a estrangeirização. São cultura e tradição versus uma modernização vazia e desigual. O povo contra a concentração de renda. Os trechos que valem-se de não-atores - os mais potentes do filme, diga-se de passagem - estampam que a relação dos personagens com a cidade não é apenas ficção distópica. A distopia corre entre nós.
Trailer
Ficha Técnica
Título original e ano: Última Cidade, 2022 . Direção: Victor Furtado. Roteiro: Thiago Mendonça, Victor Furtado. Elenco: Júlio Adrião, Hector Briones, Danilo Pinho, Yasmin Salvador. Gênero: Drama/Suspense. Nacionalidade: Brasil. Fotografia: Victor de Melo. Direção de Arte: Thais de Campos. Figurino: Diogo Costa. Edição: Ricardo Pretti. Mixagem e edição de Som: Lucas Coelho De Carvalho. Som Direto: Nicolas Hallet. Desenho de Som: Gabriela Bervian. Trilha Sonora Original: Pedro Fonseca. Produção Executiva: Amanda Pontes e Caroline Louise. Direção de Produção: Laila Pas. Produtora: Marrevolto Filmes. Distribuição: Marrevolto Filmes. Duração: 70min.