quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Entre Rosas, de Pierre Pinaud | Assista nos Cinemas

O longa-metragem francês “Entre Rosas” (La Fine Fleur) recebeu classificação como comédia, mas prepare-se para refletir e se emocionar também. O longa conta com roteiro de Fadette Drouard, Philippe LeGuay e Pierre Pinaud, este último que também dirige a produção, e no elenco estão: Catherine Frot (Eve), Olivia Côte (Véra), Melan Omerta (Fred), Serpentine Teyssier (mãe de Fred), Damien Habouzit (pai de Fred), Fatsah Bouyahmed (Samir), Marie Petiot (Nadège), entre outros. O filme ganhou o prêmio do público no ''Annapolis Film Festival 2022.''

As personagens são simples, com diálogos diretos, mas que conquistam exatamente por sua simplicidade. Junte-se a isso as belas locações e um visual delicioso, que qualquer amante da natureza irá apreciar. A bela fotografia de Guillaume Deffontaines exibe uma variedade estonteante de rosas. Os pomares dos campos franceses são belíssimos. Todo este visual é embalado por uma agradável trilha sonora assinada por Mathieu Lamboley. Destaque para a cena do cemitério com a canção “Les Roses Blanches”.

Trailer

Ficha Técnica

  • Título original e ano:  2020. Direção: Pierre Pinaud. Roteiro: Fadette Drouard, Philippe LeGuay, Sara Wikler, Blandine Jet e Pierre Pinaud. Elenco: Catherine Frot, Manel Foulgoc, Fatsah Bouyahmed, Marie Petiot, Olivia Côte, Marie Petiot, Vincent Dedienne, Rukkmini Ghos, Serpentine Teyssier. Gênero: Romance, Comédia. Nacionalidade: França. Fotografia: Guillaume Deffontaines. Direção de arte: Philippe Chiffre e Manon Coaquette. Música: Mathieu Lamboley. Edição:Valérie Deseine  e Loïc Lallemand.  Distribuidora: Califórnia Filmes. Duração: 95 minutos.

Eve já foi muito famosa e destacava-se em sua profissão - cultivar rosas. O falecido pai deixou como herança não apenas os belos pomares de rosas, mas também todo seu conhecimento e, mais que isso, o amor e o sonho de manter o cultivo artesanal familiar. A vida de Eve se resumiu ao cuidado de suas rosas premiadas. “Sem marido, sem filhos. Sozinha e perfeitamente bem!”

Agora, já beirando a meia idade, Eve tornou-se obsoleta comparada ao cultivo industrializado. Um tanto amarga e anti social, soterrada em dívidas, vê seu meio de vida caminhar para a falência. Luta bravamente para não entregar sua plantação nas mãos do jovem e ganancioso empresário Lamarzette.

Ao seu lado sempre esteve a assistente e amiga Véra, que também abriu mão de sua independência para ajudar nas finanças e tudo mais. Como uma última tentativa de salvar a empresa, Véra contrata três pessoas que estão em um programa de reinserção social. Para eles, Fred, Samir e Nadège, esta é também uma tentativa de se reintegrar à sociedade e mudar de vida. 
 
Créditos: Divulgação   

Aqui o filme mostra as desigualdades e o contraste social e cultural destes diferentes universos. O mundo de Eve gira em torno de sua propriedade burguesa, livros, quadros, frascos de essências. E o universo dos três delinquentes tem lugares precários, famílias desajustadas e escassez.

A forma como cada personagem vai se revelando na história faz com que a trama desabroche como as rosas que expõe. Eve tem como projeto unir duas espécies de rosas, a “Wichuraiana” que ela já possui, e a “The Lion”, que apenas Lamarzette tem, e criar uma rosa luminosa, resistente a doenças e muito perfumada. Seria um sucesso nos concursos e salvaria suas finanças.

A senhora desesperada, arquiteta um plano maluco para pegar “emprestada” uma rosa do concorrente. Fred a ajuda na empreitada. O jovem que teve a guarda perdida pela família por negligência aos 14 anos, descobre em Eve a figura materna, aquela que acredita e incentiva. Com o passar dos dias, Eve começa a conhecer melhor aqueles funcionários que se mostram tão solidários, pois de seu sucesso depende seus futuros.
 
Créditos: Divulgação   

“Foi o tempo que dedicaste à tua rosa que a fez tão importante!”
 
Essa comédia leve usa como cenário o cultivo artesanal para abordar temas que fazem refletir, como a diferença de classes, a falta de oportunidades, as relações humanas e as renúncias que cada um faz em nome dos sonhos que muitas vezes são herdados. Fala do papel da família e as marcas que a ausência da mesma acarreta.

O roteiro não é propriamente original, está repleto de clichês, mas nada que chegue a incomodar. Um filme que fala de sonhos através do cultivo de belas rosas. De esperança, do trabalho em equipe para chegar a um propósito em comum e, principalmente, fala sobre acreditar que sempre é possível descobrir um novo dom e mudar o futuro para melhor.

01 DE SETEMBRO NOS CINEMAS 

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