Terra de Deus, Hlynur Pálmason | 46ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo


                                                                                                         PERSPECTIVA INTERNACIONAL
Exibido na seção Um Certo Olhar do Festival de Cannes, e nos festivais de Karlovy Vary e Toronto


Terra de Deus é uma jornada metafísica em uma terra selvagem. A odisseia de um crente que perde sua fé e esperança na ilha da Islândia. Dirigido e escrito por Hlynur Pálmason com beleza e graça, esse longa-metragem de coprodução internacional da Dinamarca, Islândia, França e Suécia foi inspirado em fotografias muito antigas de um pastor dinamarquês que viajou para Islândia.
Ao pastor Lucas (Elliott Crosset Hove) foi dada a missão de erguer uma igreja em um povoado ermo da Ilha Islandesa. No século XIX, munido da uma das primeiras câmeras fotográficas e com a ajuda do Tradutor (Hilmar Gudjónsson), ele atravessa os mares entre a Dinamarca e a Islândia, aportando a vários dias de distância de seu destino. Seu desejo é chegar ao vilarejo por terra e a cavalo, aprendendo a língua e os costumes do lugar de pregação.
Na Islândia, eles contratam um homem da região para levá-los pelo interior da ilha. Esse rústico camponês Ragnar (Ingvar Sigurðsson) é uma esfinge. Ao mesmo tempo que acolhe o estrangeiro, briga com ele e não o entende. Suas rusgas acabam chegando ao extremo de um acidente na travessia de um rio, levando à morte por afogamento do tradutor.


Ficha Técnica

Título original e ano: Vanskabte Land, 2022. Direção e Roteiro: Hlynur Pálmason. Elenco: Elliott Crosset Hove, Ingvar Sigurðsson, Vic Carmen Sonne, Jacob Hauberg Lohmann, Ída Mekkín Hlynsdóttir, Hilmar Gudjónsson. Gênero: Drama. Nacionalidade: Dinamarca, Islândia, França, Suécia. Desenho de Som: Björn Viktorsson, Kristian Eidnes Andersen. Montagem: Julius Krebs Damsbo. Fotografia: Maria von Hausswolff. Design de Produção: Frosti Friðriksson. ProdutoresKatrin Pors, Anton Máni Svansson, Eva Jakobson, Mikkel Jersin. Empresa Produdora: Snowglobe. Duração: 143min
Sem entender a língua, sozinho, deprimido, o pastor adoece seriamente. Após muitos dias semimorto, acorda na casa do líder do vilarejo, pai de duas filhas, uma delas, é bela Anna (Vic Carmen Sonne), por quem o religioso se apaixona. Ragnar está lá ainda, ajudando a construir a igreja. Hostil e ao mesmo tempo companheiro, é um islandês malquisto neste povoado de dinamarqueses.

Enquanto Lucas se recupera completamente, a igreja vai sendo construída e o romance com Anna inicia-se, para grande desgosto do pai desta, Carl (Jacob Hauberg Lohmann). O veterano já percebeu que a Islândia enlouqueceu o pastor e que ele não serve para sua filha. Essa loucura vai progredindo até os momentos finais, impactantes e tristes.

Perda de fé, loucura, selvageria e amor entre paisagens belíssimas da Islândia. A fotografia do filme é espetacular e o roteiro vai num crescendo, desenvolvendo os personagens enquanto eles chegam aos extremos. O filme é longo, duas horas e meia; e de propósito tem muitos tempos mortos para criar no espectador a sensação de solidão que o personagem principal sente. É um filme para se perder e só se encontrar no final da exibição. Permitam-se essa experiência!

Nota: 8/10.

Escrito por Marcelino Nobrega

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