Michael Jacobs, renomado roteirista da tevê norte-americana, responsável pela criação de ''A Família Dinossauro'' (1991-1994) e muitos outros shows, embarca na direção de "Casamento em Família", comédia romântica que não exatamente procura evidenciar o tão desejado "final feliz", mas propõe falar da jornada que pode ou não levar a ele.
Temos então Michelle (Emma Roberts) e Allen (Luke Bracey). O casal namora e já divide uma vida, pois estão sob o mesmo teto. O relacionamento fica estremecido quando vão ao casamento de amigos próximos e Allen entende que Michelle quer a mesma coisa, chegar ao altar vestida de branco e com o amado ao seu lado. O rapaz entra em curto circuito, pois não sabe exatamente o que quer. Para ele o que tinham estava bom e bastava. Para ela, o próximo passo ressignificaria a vida de ambos. Desse momento em diante, a película nos joga em uma terapia de casal conjunta, pois assistimos os pais dos jovens namorados, Howard (Richard Gere), Grace (Diane Keaton), Sam (William H. Macy) e Mônica (Susan Sarandon), viverem novas perspectivas de seus próprios relacionamentos. Não somente isso, se condicionam a estarem em um emaranhado de encontros um com os outros sem realmente se darem conta de que os filhos namoram, pois estes não chegaram a apresentarem as famílias entre si.
Ao passo que Michelle e Allen se dão um tempo, retornam para casa e começam a questionar os pais sobre relacionamento e sobre a situação que estão passando. Fazem comparações a vida de casado dos pais à deles de namoro e não necessariamente possuem uma visão ampla de tudo, pois romantizam os progenitores ainda estarem juntos. Michelle tem um pai protetor em Howard e uma super amiga na mãe Grace, já Allen é o oposto. Um pai amigo e sentimental em Sam e uma mãe leoa em Mônica. De cada lado, uma posição é muito certa. Para a família da moça, ela merece ser feliz com o amado, para a do moço "ele não deve se sentir obrigado a nada", contudo, Sam o avisa: "se ele a ama, deve sim se casar". Já Mônica acredita que a liberdade do filho é mais importante. E essas conversas de último minuto trazem um convite da parte de Michelle. As famílias finalmente se conhecerem em um jantar. O fatídico dia coloca em voga então, aquem da situação do jovem casal, aqueles outros dois casais que estavam ou não tendo casos foram da relação ou que chegaram a ter uma noite de conversa com o outro e se propuseram a viver algo diferente por uma noite.
Créditos: Divulgação
''Maybe I Do'' segue a linha leve de comédias românticas, mas não deixa de fazer você pensar sobre a temática principal: o casamento.
Nessa leitura reveladora de cada dupla, descobrimos como cada personagem na trama é oposto ao outro e como as construções de cada um, ao mesmo tem que são opostas, se complementam. A personagem da maravilhosa Susan Sarandon é o fio instigante do filme, que aliás é baseado em peça da Broadway (Cheaters, de Michael Jacobs) e tem estilo teatral por todo ele. Monica é daquelas mulheres que escolhem viver e opina sobre tudo. É fogosa, quer aventuras e não consegue ficar parada, apesar da idade que as rugas mostram. Sam, vivido por William H. Macy, é um senhor doce. Um homem que não tem exatamente se conectado a esposa, mas que percebe que queria sim poder conversar e amar novamente. E se ele encontra conversas profundas em Grace, em um dia qualquer e sem qualquer compromisso, Howard também vê algo em Mônica, mas um algo que ele mesmo revela querer ter com a tão estilosa e gentil Grace. A Michelle de Emma Roberts é o centro da atenção. Quer casar, quer seu namorado mais atento a ela. Já Allen, vivido por Luke Bracey, que já havia trabalhado anteriormente com Emma em ''Amor com Data Marcada'' (Netflix), é o cara paradão e confuso que apesar de gostar de quem está ao lado, não sabe se quer ficar a vida inteira com ela.
As situações cômicas do filme colocam esses três casais para pensarem sobre o casamento e sobre os relacionamentos que podem ser construídos, vividos ou perdidos a partir de tal união. Dar esse passo é o start de tudo, viver o sonho já pode levar a inúmeros outros tantos lugares e no fim o que todos querem amplamente é se conectarem com aquela pessoa especial e que fez o coração bater mais forte.
Não há um embate filosófico sobre a temática ou muitos conflitos dramáticos, mas a leveza e a comicidade do longa trazem bons momentos e reflexões. Ótimo para ir assistir com amigas, namorados e construírem a ponte de boas conversas.
Trailer
Ficha Técnica
Título original e ano: Maybe I Do, 2023. Direção e Roteiro: Michael Jacobs - baseada em peça de Jacobs titulada "Cheaters" (1978). Elenco: Emma Roberts, Luke Bracey, Richard Gere, Susan Sarandon, Diane Keaton e William H. Macy. Gênero: Comédia. Nacionadalide: Estados Unidos da América. Trilha Sonora Original: Lesley Barber. Fotografia: Tim Suhrstedt. Edição: Erica Freed Marker. Direção de Arte: Lily Guerin. Figurino: Sarah Fleming. Distribuição: Paris Filmes. Duração: 01h35min.
O filme ganha sessões antecipadas a partir desta sexta-feira (17) em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, Curitiba, Salvador, Recife e Fortaleza.
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