Se aventura tivesse um codinome, ela se chamaria Indiana Jones, não é mesmo? E esta aventura especificamente nos leva diretamente para uma sessão que traz de volta um dos maiores clássicos personagens do cinema nos anos 90, incluindo ainda velhos conhecidos e novos rostinhos que sai sensação na cultura pop. Indiana Jones e a Relíquia do Destino não é a sequência que a gente pediu, mas é talvez, a sequência que precisávamos. Existem alguns passos em falso no meio do caminho, mas é divertido ver o ator Harrison Ford encarnar o arqueologista aventureiro Indy mais uma vez e não só isto, mas reencontrando figuras de seu passado, e lidando com novas ameaças.
O longa de 2023 traz Indy, com seu amado chapéu e o chicote famoso que estão na memória de todo mundo, embarcando em uma jornada atrás de um artefato chamado anticítera, que pertenceu ao matemático Arquimedes. Isso graças ao caos criado por sua afilhada Helena Shaw, vivida por Phoebe Waller-Bridge (Fleabag), traficante de artefatos históricos. Esse item precioso foi a peça de estudos que levou o pai de Helena à loucura. Basil Shaw (Toby Jones), esteve com Indiana num confronto com os nazistas, em busca da anticítera, e a pedido dele, a metade dessa máquina, que eles haviam encontrado, deveria ser destruída.
Alerta de spoiler: Indiana não a destrói, porque quer conservar a história, e então a mantém escondida sob cuidados dele. Até que anos depois, a afilhada Helena o engana, e rouba dele o artefato. Mas a moça está sendo perseguida por agentes norte-americanos e a equipe do suposto professor Schmidt, que é nada mais nada menos, que o cientista nazista Dr. Voller, interpretado por Mads Mikkelsen (Doutor Estranho, Polar, Rogue One). Ele lutou contra Indy e Basil, pelo objeto, e perdeu. Entretanto, esta era sua obsessão de vida.
Trailer
Ficha Técnica
Título Original e Ano: Indiana Jones and The Dial of Destiny, 2023. Direção: James Mangold. Roteiro: Jez Butterworth, John-Henry Butterworth, David Koepp, James Mangold - baseado nos personagens criados por George Lucas e Philip Kaufman. Elenco: Harrison Ford, Phoebe Waller-Bridge, Antonio Banderas, Karen Allen, John Rhys-Davies, Toby Jones, Madds Mikkelsen, Boyd Holbrook, Shaunette Renée Wilson e Thomas Kretschmann. Gênero: Ação, Aventura. Nacionalidade: EUA. Trilha Sonora Original: John Williams. Fotografia: Phedon Papamichael. Edição: Andrew Buckland, Michael McCusker e Dirk Westervelt. Design de Produção: Adam Stockhausen. Direção de Arte: Martin Foley. Figurino: Joanna Johnston. Produção Executiva: George Lucas e Steven Spielberg. Distribuidora: Walt Disney Studios e Lucas Film. Duração: 02hrs24min.
O filme tem tudo para ser uma experiência ótima para os fãs das aventuras de Jones, mas se perde nos seus longos 154 minutos de duração. A sensação que passa, é que ele poderia se aprofundar no fato de Indy agora ser um professor se aposentando, tendo que lidar com seus dias de glória ficando para trás, e com algumas escolhas dele que vieram o perseguir agora que não está mais por aí se aventurando, lidando então com o fato de que todos nós envelhecemos. Seria ótimo ver uma franquia de tamanha relevância para o cinema, discorrendo sobre o ato de envelhecer. Mas o que recebemos, são piadas sobre o tópico, ou um entendimento raso sobre o fato.
A produção também poderia ter explorado mais a grandiosidade de trazer uma personagem feminina como Helena, que ao ser interpretada por Bridge, é uma personagem mais solta das amarras de personagens femininas que costumávamos ver em filmes como esse. Ela é como vários personagens masculinos que já encontramos, e é gostoso ver o seu desprendimento. Helena é filha de um homem muito inteligente, que enlouqueceu e morreu por causa de um objeto histórico. É afilhada de um professor aventureiro e apaixonado por história. Mas ela demonstra não ter apego a nada daquilo, apesar de um conhecimento imenso sobre todo esse mundo. Para ela, o importante é faturar em cima de objetos históricos.
Claro que tudo isso é fachada, e ela se importa, mas falta um aprofundamento nessa questão. Isto não é uma crítica negativa aos esforços da atriz, que soube trabalhar com o que ganhou. E os fãs de do trabalhado de Bridge podem até simpatizar com Helena, e esperar que esta também quebre a quarta parede, como de praste na série que a levou ao sucesso, mas a personagem percorre outros caminhos, exceto quando ela sussurra para si mesma em uma cena e fica aquela nostalgia de que é a Fleabag por debaixo de Shaw.
Créditos: ©2022 Lucasfilm Ltd. & TM. All Rights Reserved.
A Relíquia do Destino levou um período de 15 anos para ser produzido e teve a data de lançamento alterada inúmeras vezes, as últimas delas, devido a pandemia da Covid-19.
Mesmo que a narrativa construida tenha se esforçado e conte com arrependimentos ao longo do caminho, incluindo acontecimentos com o filho do personagem, ainda faltou exercitar mais um desenvolvimento sólido a trama. Depois de plots extensos e um pouco exaustivos que discorrem sobre linhas do tempo - as franquias cinematográficas grandes estão explorando o tópico até a última gota. Aos 45 minutos do segundo tempo, prevemos que a obra finalmente encontrou o tom emocional para o que Indy estava sentindo, quando nos deparamos com o reencontro dele e de Marion (Karen Allen), que ocorre de maneira rápida e poderia ter sido explorado desde o começo do filme.
Ainda que falte profundidade, o filme ainda nos entrega cenas em que Indy demonstra estar dividido entre um passado glorioso e os dias atuais em que ele considera já não ser necessário. Em uma reviravolta, a relíquia tão procurada nesta aventura é encontrada finalmente, porém, o desenrolar da "coisa toda" dá errado. O vilão faz uso do artefato como pretendia, mas acaba que essa máquina que poderia alterar o tempo com a ajuda de cálculos matemáticos, voltou precisamente para o período em que Arquimedes vivia. E embora aqui o roteiro tenha muitos erros, e existam furos na temática de viagem no tempo, conseguimos entender o dilema do envelhecimento de Indiana Jones, que entra em um conflito grande se fica ali com Arquimedes, alterando a história, ou se volta para seu tempo, onde não acredita que existem pessoas esperando por ele. Mas, claro, ele está errado.
Enfim, apesar dos pesares, o longa tem um elenco excelente, que conta com figuras conhecidas dos outros filmes com o personagem, como John Rhys-Davies, interpretando Sallah, e Antonio Banderas, que interpreta o nadador amigo de Indy, Renaldo. Além de Waller-Bridge, o filme tem outras caras novas, como Shaunette Renée Wilson (The Resident), que interpreta a agente Mason, e considera que o longa trouxe pela primeira vez alguém que pessoas como ela podem sentir que estão sendo representadas. E ainda, acostumado a interpretar os vilões mal compreendidos que amamos ver nas telas, Boyd Holbrook (A Hospedeira, Narcos), o capacho do cientista nazista interpretado por Mads. E Ethan Isidore, na pele de Teddy Kumar, o jovem adolescente, parceiro das trambicagens de Helena.
Créditos: ©2022 Lucasfilm Ltd. & TM. All Rights Reserved.
Em entrevista ao talk show ''The Late Show With Stephen Colbert'', o ator Harrison Ford explicou que as cenas em que aparece rejuvenecido foi feita por captura de imagens e finalizado com inteligência artificial. A AI também utilizou todo o arquivo Indiana Jones que a Lucasfilm possui. Até mesmo videos nunca lançados.
O longa é dirigido e escrito por James Mangold (Logan/ Garota, Interrompida), e produzido por Kathleen Kennedy (E.T), Frank Marshall (Jurassic Park, E.T, Franquia Indiana Jones) e Simon Emanuel (Solo, Rogue One). Com escrita original de George Lucas (Star Wars), que também é produtor executivo do longa, junto de Steven Spielberg (Back To The Future). Este é na verdade, o primeiro longa do arqueólogo Indy, que Steven não assumiu a direção.
É uma despedida que divide opiniões, mas não é uma perda de tempo total de se assistir. O nome e sobrenome da aventura ainda é Indiana Jones. Mas tomara que seja mesmo uma despedida, Indy merece uma aposentadoria tranquila e calma como qualquer outro ser humano.
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