A vida em condomínio depende do auxílio de alguém muito importante para o bem estar da comunidade, o porteiro. Uma figura que é representativa em muitos lares brasileiros e dispensa apresentações. Não é atoa há seis anos uma peça que retrata exatamente esse personagem tão cativante tem ganho o Brasil em ''O Porteiro - A Comédia'', de Paulo Fontenelle. O ator Alexandre Lino é responsável por dar vida ao personagem e já passou por diversos estados, cidades e a capital federal. Assistindo o sucesso de público na peça, os responsáveis a adaptaram para as telas e o que era um texto emblemático se tornou uma produção cinematográfica mostrando as confusões que aparecem no dia a dia de Waldisney a frente da portaria de um edifício em um bairro carioca.
Nas telas, Alexandre Lino divide as cenas com Mauricio Manfrini, Cacau Protásio, Daniela Fontan, Bruno Ferrari, Aline Campos e muitos outros. Fontenelle é responsável pelo roteiro e pela direção, assim como no teatro. O longa tem produção da Rubi Produtora, coprodução das produtoras Bronze Filmes, Kimonos e Cineteatro. A distribuição ficou por conta da Imagem Filmes.
Como forma de apresentar o filme ao público cinéfilo, nas últimas semanas O Porteiro ganhou diversas pré-estreias ao redor do país. Logo, contou com exibição no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Recife e etc. A equipe também fez uma coletiva virtual (disponível aqui) onde falou mais sobre o trabalho e desenvolvimento da película.
Trailer
Ficha Técnica
Título Original e Ano: O Porteiro, 2023. Direção: Paulo Fontenelle. Roteiro Original: Paulo Fontenelle. Elenco: Alexandre Lino, Mauricio Manfrini, Cacau Protásio, Daniela Fontan, Bruno Ferrari, Aline Campos, Cesar Boaes, Heitor Martinez, Alana Cabral, Juliana Martins, Raissa Chaddad, Duda Barata, Renato Rabelo, Cristiano Garcia, Zé Wendell, Tom Pires, Andrea Veiga, Adeilson Santos, Francisco Furtado/Seu Chico, Luciana Novak, Alexandre Lino, Theo Noritomi Fontenelle, Helena Noritomi Fontenelle, Lucas Wilman, Zezé Antonio, Deise Lino, Lisa Papageorgiou, José Aldo, Suely Franco, Rosane Gofman. Gênero: Comédia. Nacionalidade: Brasil. Direção de Fotografia: Juarez Pavelak. Direção de Arte: Fernanda Teixeira. Figurino: Juli Videla. Maquiagem: Carol França. Produção de Elenco: Alexandre Lino, Paulo Fontenelle, Suzana Amancio. Som Direto: Daniel Mello. Música Original: Danilo Moura. Direção de Produção: Vivi Caetano. Produção Executiva: Samantha Queiroz. Produtora: Patricia Chamon. Produção: Rubi Produtora. Coprodução: Bronze Filmes, Kimonos e Cineteatro. Distribuição: Imagem Filmes. Duração: 01h23min
O lugar para encontrar um porteiro certamente é na portaria de um prédio, mas o inicio dessa história nos leva a delegacia onde nosso protagonista está prestando depoimento sobre uma confusão enorme que se deu no seu trabalho. O delegado (Mauricio Manfrini) o informa que ele está ali para responder a queixas de diversas instâncias feitas contra ele e assim sugere que ele conte tudo e não esconda nada. É então que Waldisney (Alexandre Lino) se apresenta e começa o falatório, inclui até um pequeno resumo de sua vida familiar e de como seu irmão Paul Macartiney está perdido pegando ônibus errado. O homem vive no mesmo lugar que trabalha e vez ou outra precisa sair da entrada do edifício para auxiliar algum vizinho ou vizinha. Tem uma filha linda e inteligente chamada Waldisneya (Alana Cabral) com a esposa que é um furação, Laurizete (Daniela Fontan), e vive para o oficio. O novo síndico, Astolfo (Bruno Ferrari), está cobrando cada vez mais que o funcionário faça suas funções e não seja relapso, mas inúmeras situações surgem durante o dia e ele precisa se ausentar, pois é requisitado a resolver tudo. Desde a verificar vizinhos fazendo barulho com a mulher, como o senhor Gustavo (Heitor Martinez), ou fumando ''um'' dentro do apartamento, algo que a Dona Alzira faz bastante, e até dar remédio para o cachorro da Dona Adelaide (Rosane Gofman). Certo dia, Astolfo decide marcar uma reunião para rever alguns problemas do prédio e enquanto todos o aguardam, assaltantes entram no prédio para roubarem os moradores e Waldisney sem saber como salvar a todos, pois tem uma arma apontada para ele, tenta apaziguar a confusão e finge que está tudo bem. O fim dessa bagunça, só assistindo para saber.
Créditos: Imagem Filmes/Laura Campanella
A peça, que é um monologo, reflete um material bem estruturado de pesquisa de Lino e Fontenelle sobre a vida de porteiros em São Paulo e no Rio de Janeiro.
O longa tem formato de cinema, mas traz elementos muito claros do teatro como o exagero das situações ou os ''silêncios constrangedores'' que vemos nos palcos - momentos estes que os atores consegue tirar muita gargalhada da plateia. A naturalidade do elenco em lidar com a proposta do texto faz do filme um material riquíssimo para performances inusitadas. Situações corriqueiras do dia a dia ganham destaque e trazem ao espectador assimilação da realidade. A diversão é garantida, não tem jeito. Personagens com nomes engraçados, mulheres fortes, e até uma super participação especial de José Aldo são o carro chefe aqui. A atuação de Lino se destaca por não ser caricata, mas pontual. Aliás, a obra, mesmo com exageros, vence preconceitos ligados a personagens nordestinos, mulheres místicas ou homens fortões. Tem se em cena um retrato divertido do Brasil e de vidas particularmente simbólicas como a de profissionais que trabalham em prédios e condomínios.
Créditos: Imagem Filmes/Laura Campanella
Uma mulher brava, uma zeladora tarada e um vizinho com problemas de ''falta de banho'' são alguns do dilemas que O Porteiro precisa lidar no filme.
Singelamente a trama celebra a vida de pessoas que saem de suas casas para seguir a vida na cidade grande e ali construir família e morada. Jornadas que chegam e se instalam para agregar. Pessoas de sangue enérgico e que querem vencer. Talvez nem sempre elas ganhem uma resposta de ''bom dia'', mas continuam a ser quem são e trabalham por dias melhores. É a graça natural de Waldisney que ganha o espectador, mas é também o bom direcionamento Fontenelle de não encaixar pessoas reais em caixas do mais do mesmo. O texto divertidíssimo e super bem representado também é um grande destaque.
Uma outra personagem que fez muito sucesso nas telas é homenageada e nos faz recordar de bons momentos no cinema (e no teatro) com ela, a Dona Hermínia, eternizada pelo ator Paulo Gustavo, falecido em 2021, em Minha Mãe É Uma Peça (2013 a 2019). O que também nos faz pensar no poder que o teatro tem e que chegando a um público ainda maior como o cinema pode alcançar a todos de forma única. Um casamento que funciona e que pode ter trago ao público a chance de conferir novos personagens em outros espaços e em continuações também.
O diretor é responsável por inúmeros trabalhos na tv (Se Eu Fosse Você - A Série) e no cinema (Divã 2) e em breve estará envolvido no filme que contará a vida do cantor e músico Lobão na telona.
Avalição: Três ônibus certos para a diversão (3/5)
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