quinta-feira, 30 de novembro de 2023

As Aventuras de Poliana - O Filme | Assista nos Cinemas

 
''As Aventuras de Poliana - O Filme'' reverbera no cinema as historietas criadas para a telenovela de mesmo nome e que foi ao ar entre 2018 e 2020 e também sua continuação,  ''Poliana Moça'' [2022-2023, Ricardo Mantoanelli]. Os shows foram um tremendo sucesso para a rede de tevê SBT e continuaram batendo recordes de views quando chegaram a Netflix e ao Prime Video. O enredo inicial trata da garota Poliana (Sophia Valverde) que perde os pais e vai morar com a tia em São Paulo e ainda que tenha passado ou passe por momentos difíceis deixa que seu jogo do contente a faça tirar algo bom de tudo que acontece para que sempre tenha motivo para sorrir. A telenovela é inspirada e adaptada do livro ''Pollyanna'', de Eleanor H. Porter, publicado em 1913 e que se tornou um clássico da literatura. No Brasil, a tradução original da história é de Monteiro Lobato. Poliana também virou estudo psicológico, pois o ''polianismo'' ou a ''tendência à positividade'' traz a tona o trabalho do subconsciente e do consciente da mente quando estes focam em aspectos positivos e negativos que os indivíduos sofrem.

Para as telonas, o elenco juvenil visto em principal na adaptação ''Poliana Moça'', Sophia Valverde, João Barros, Igor Jansen, Enzo Krieger, Duda Pimenta, Dalton Vigh e Lucas Burgatti, retorna aos papéis. A direção fica por conta de Cláudio Boeckel e o roteiro com Iris Abravanel e Bruno Garotti. Na aventura, a turma segue Poliana até os confins de um eco-resort à beira mar para trabalharem como voluntários. Tudo porquê a garota quer provar ao pai, Otto (Dalton Vigh), que pode se cuidar sozinha e que assim não teria motivos para que ele não a autorizasse viver seu sonho de fazer um Intercâmbio fora do país. A administradora do lugar (Barbara França) é neta do dono (Jackson Antunes) e aceita as inscrições de Poliana, Kessya (Duda Pimenta), João (Igor Jansen) e Eric (Enzo Krieger) para serem voluntários no Maya Palace, mas acaba dando a todos muito o que fazer e deixando Poliana aproveitar o lugar mais do que os amigos. A menina não enxerga também o que está se passando na vila próxima ao resort, exploração do ambiente e descuido com o mesmo - o que ocasiona risco para a vida de todos ali. Logo, Poliana precisará deixar um pouco de lado ''a positividade'' e se colocar no lugar dos não privilegiados para parar os abusos sem freio da super poderosa CEO do resort.

Trailer


Ficha Técnica
Título original e ano: As Aventuras de Poliana, 2023. Direção: Claudio Boeckel. Roteiro: Iris Abravanel e Bruno Garotti. Elenco: Sophia Valverde, Pietra Quintela, Isabella Moreira, Otavio Martins, Dalton Vigh, Thais Melchior, Joao Guilherme Avila, Bela Fernandes, João Barros, Duda Pimenta, Bia Lanutti, Lucas Burgatti, Lawrran Couto. Gênero: Aventura, infanto juvenil. Nacionalidade: Brasil. Produção: Mara Lobão. Empresas Produtoras: SBT e Panorâmica. Distribuidora: Warner Bros Pictures Brasil. Duração: 90min.
O filme consegue se dar ao luxo de trazer boas reflexões acerca do amadurecimento dos personagens como ainda, bem de leve, preencher a história com críticas ao empresariado capitalista que não respeita o meio ambiente e ergue a bandeira de ''lucro acima de tudo''. Vem falando de amizade, mostrando casais se formando e de relações familiares que se sustentam mais e mais. O grupo se diverte vez ou outra em aventuras no lugar e também se mete em algumas enrascadas, mas no geral, conseguem um final feliz.

Com muita química, o elenco consegue construir bons lugares aos personagens que já viviam na tevê. Sophia Valverde mostra cada vez mais o seu crescimento como atriz e o porquê o sucesso não veio a toa. Duda Pimentel é Kessya, a amiga da Poliana que ama dançar. A moça, assim como Eric, vivido por Enzo Krieger e João, interpretado por Igor Jansen, apoiam Poliana em tudo e estão sempre colados. Ainda que estes enfrentem o mundo de uma forma bem diferente do que a protagonista. Enzo tem que viver um Eric que está se apaixonando por Kessya e Igor trás com carisma um João cheio de sotaque e apaixonadíssimo por Poliana. Os jovens estão ainda tentando descobrir o que querem fazer da vida, uma das fases mais complicadas da adolescência e aos poucos vão se percebendo, mesmo que precisem estar separados para isto.

                                                                      Créditos: © 2023 Warner Bros. Entertainment Inc. All Rights Reserved
A produção estrelada por Sophia Valverde revela que nem sempre o otimismo pode ser exagerado

Para os fãs das histórias apresentadas na tevê, é o suco cinemático que faltava, para aqueles que não acompanhavam, será possível conhecer a trama e seus arcos sem necessidade de muita apresentação ou introdução do que a protagonista já viveu no passado. Com temas modernos, uma pegada teen consciente e responsável, ''As Aventuras de Poliana'' é uma ótima pedida para toda a família.

Avaliação: Três viagens de autoconhecimento (3/5).

HOJE NOS CINEMAS

Pedágio, de Carolina Markowicz | Assista nos Cinemas


Em Pedágio, temos pela segunda vez consecutiva a parceria entre Carolina Markowicz na direção e Maeve Jinkings como protagonista. Depois do controverso Carvão (2022), o resultado dessa nova colaboração é mais palatável, menos incômodo e, talvez por isso, também menos potente.

No longa-metragem que estreia nesta quinta (30/11), Maeve vive Suéllen, mãe solo do adolescente Antônio e é trabalhadora de uma estação de pedágio na cidade de Cubatão. Tiquinho, como é chamado o rapaz de 17 anos, vive sua homossexualidade de maneira aparentemente bem resolvida. Além de não esconder sua orientação sexual, posta na internet as performances de lip sync que grava em casa usando as maquiagens de sua mãe.

O filme foge das obviedades. Suéllen gostaria que o filho não fosse gay. Mas não tem aquela homofobia raivosa ou um ódio que vem de seu âmago. Já estamos cansados de histórias de pais que expulsam os filhos de casa ou os agridem. Seu preconceito vem da ignorância e do senso comum. Ela não deseja que o filho sofra, não quer ser alvo de piadas e comentários maldosos em seu trabalho e tem o conceito de que isso é errado e pronto. Mas não lhe falta amor pelo garoto e sua decepção não chega a tornar a convivência dos dois infernal. Há momentos de carinho e ternura.

Tiquinho, por sua vez, apesar de querer “ser uma diva” e gostar de dançar, não é a figura afeminada e magrinha que estamos acostumados a ver retratadas nas obras. Ele é um garoto real, que usa gírias LGBTQIA+, mas também fala grosso, parte para a violência e tem um jeitão introvertido. Enfim, é um personagem complexo, que não pode ser descrito com apenas um adjetivo.

                                                                                                                    Créditos: Divulgação / Paris Filmes
A produção arrebatou cinco prêmios no Festival do Rio (Melhor Atriz, Melhor Ator, Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Direção de Arte).

As aulas de “cura gay” que sua mãe o obriga a frequentar foram criticadas por alguns por serem retratadas de forma cômica e jamais levadas a sério pelo protagonista. Ora, todos sabemos que este é um assunto sério e que torna a vida de centenas de jovens em um inferno, despedaçando sua autoestima e saúde mental. Mas isto não apaga que também existem aqueles que conseguem enfrentar este obstáculo sem se abater. E ainda não ouvimos a história destes.

Vários aspectos do filme recaem no absurdo por adotarem o tom de comédia e caricatura. É o caso do pastor gringo afeminado e seus métodos de “curar” os jovens, mas também o da empresa de entretenimento em que Tiquinho passa a trabalhar, ou alguns dos conselhos de Telma (Aline Marta Maia), amiga de trabalho de Suéllen. No entanto, na mesma medida em que são absurdos, são muito reais. Eles dialogam com vários dos relatos esdrúxulos que ouvimos cotidianamente e pensamos: “não pode ser”!

O final dúbio é mais um desses elementos que fogem do óbvio. Ele não garante que vai ficar tudo bem. Mas também não é catastrófico ou pessimista. Apesar de não fornecer soluções, há um tom de que a vida continua. De que tudo se ajeita. De que tudo continua do mesmo jeito, mas diferente. Pequenos ciclos de mudança, sem grandes arroubos. Como na vida real.

Trailer

Ficha Técnica
Título original e ano: Pedágio, 2023 | Direção e Roteiro: Carolina Markowicz | Elenco: Maeve Jinkings, Kaua Alvarenga, Aline Marta Maia, Tomás Aquino, Isac Graça | Nacionalidade: Brasil | Gênero: Drama | Fotografia: Luís Armando Arteaga | Direção de Arte: Vicente Saldanha | Edição: Lautaro Colace e Ricardo Saraiva | Trilha Sonora original: Felipe Derado | Som Direto: André Bellentani | Figurino: Marcia Nascimento | Empresas Produtoras: Bionica Filmes e O Som e A Furia | Produção: Karen Castanho, Luís Urbano, Bianca Villar, Fernando Fraiha, Sandro Aguilar | Produtor Associado: Jorge Furtado |  Co-produção: Carolina Markowicz, Mario Peixoto, Thalita Zaher | Produção ExecutivaChica Mendonça, João Macedo | Empresas Co-Produtoras: Globo Filmes e Paramount Filmes | Distribuição: Paris Filmes | Duração: 102 minutos.
HOJE NOS CINEMAS

Digimon Adventure 2.0 - O Inicio, de Tomohisa Taguchi | Assista nos Cinemas

 

“Dizem que o calor faz as pessoas enlouquecerem”… 


Na esteira de várias produções japonesas de aventuras – em especial, os ‘tokusatsus’ -, a série animada “Digimon”, surgida no final da década de 1990, era protagonizada por alguns adolescentes – chamados “digiescolhidos” – que possuíam a capacidade de fazer com que os seus monstros digitais (daí a origem abreviada do título) brigassem entre si, em disputas orquestradas e cada vez mais competitivas. Por mais que, nos episódios, conheçamos um pouco mais sobre o cotidiano dos personagens, o grande chamariz da série é a repetição das lutas, acompanhadas por efeitos visuais sobremaneira luminosos. 

Após diversos longas-metragens e séries derivadas, chega aos cinemas “Digimon Adventure 02: O Início” (2023, de Tomohisa Taguchi), que pode ser apreciado até mesmo por quem não assistiu a nenhum episódio da série. No letreiro de abertura, há uma explicação para a coexistência entre os digiescolhidos e os monstros digitais, a partir da lógica de universos paralelos. No contexto tramático, os monstrinhos convivem em harmonia com os humanos, eventualmente os auxiliando em tarefas domésticas e/ou profissionais. Até que um enorme ovo Digimon – chamado DigiTama – aparece no céu da cidade de Tóquio, irradiando sinais eletrônicos, que apregoam de maneira entusiástica a harmonia relacional entre as pessoas e os monstrinhos. Algo estranho acontecerá a partir daí, com certeza! 

É quando surge Lui, um garoto taciturno, que escala uma torre elétrica, aparentemente querendo destruir o DigiTama. E, ao justificar os motivos para este intento, o subtítulo faz sentido, já que ele se declara como o primeiro digiescolhido, e começa a narrar os traumas de sua infância, antes de conhecer Ukkomon: negligenciado por sua mãe, em razão de ela estar perenemente preocupada com o seu marido em coma, Lui é também maltratado no colégio e por todas as pessoas com quem convive. Quando percebe que Ukkomon é dotado de poderes especiais, Lui fica encantado. E, pouco a pouco, as situações circundantes passam a melhorar: seu pai desperta, Ukkomon o defende das agressões escolares e até mesmo a sua mãe começa a lhe tratar com afeição. Mas algo esquisito parece estar na gênese desse bem-estar intensificado… 

Trailer



Ficha Técnica
Título original e ano: Digimon Adventure 2.0 - The Beginning. Direção: Tomohisa Taguchi. Roteiro: Akatsuki Yammtoya e Akiyoshi Hongo. Elenco: Fukujuro Katayama, Junko Noda, Lounsbery Arthur, Naozumi Takahashi, Ayaka Asai, Koichi Tochika, Yoshitaka Yamaya, Ayaka Asai, Megumi Urawa, Junya Enoki, Mao Ichimichi e Kôichi Tôchika. Gênero: Animação ação e aventura. Nacionalidade: Japão. Trilha Sonora Original: Harumi Fuuki. Fotografia: Shinya Kuwabara. Edição: Kentaro Tsubone. Direção de Arte: Ayu Kiyoki. Design de Personagem: Katsuyoshi Nakatsuro. Diretor de Animação: Rie Nishimura. Distribuição: Paris Filmes. Duração:
Conforme se pode perceber nesse intróito, os confrontos divertidos e infantilizados são substituídos por um relato melodramático, fazendo com que este filme tenha muito em comum com o ótimo “CJ7 – O Brinquedo Mágico” (2008, de Stephen Chow), além de emular o caráter um tanto melancólico por detrás da mitologia da clássica série “Jaspion”, exibida originalmente entre 1985 e 1986. A construção do personagem Lui é marcada por passagens tormentosas, como quando a sua mãe o deixa trancado no frio, depois que ele urina em si mesmo por acidente, nas questões referentes ao aniversário bissexto do personagem (que nasceu em 29 de fevereiro) e nas conseqüências quase vilanazes de sua solidão crônica, que dificulta a necessidade de conversar com Ukkomon, depois que ele digivolui, após desaparecer por alguns anos. 

Créditos: Paris Filmes / Toei Animation e Yumeta Company
A produção contou com premiere em 05 de outubro no Japão e só foi chegar oficialmente aos cinemas em 27/10. Neste 30 de Novembro, a produçao está estreando praticamente em toda a América do Sul.

Em meio a este enredo delicado – que, na verdade, traz à tona questões freqüentes na cinematografia japonesa, no que tange ao ‘bullying’ sofrido pelas crianças e adolescentes daquele país –, surgem breves relances das disputas entre digimons, quando vários monstrinhos evoluem e se fundem, a fim de enfrentarem a mutação violenta e gigantesca de Ukkomon, que ameaça multiplicar a quantidade de digiescolhidos ao redor do mundo, o que pode desencadear um desequilíbrio progressivo na relação entre os digimons e seus tutores. Para piorar, o atormentado Lui passa por muitas dificuldades, na hora de enfrentar os seus rancores acumulados e tentar compreender a necessidade perene de Ukkomon em não apenas agradá-lo, mas também realizar todos os seus desejos. Há algo de muito reflexivo nessa temática, portanto. 

Ainda que o desfecho seja um tanto brusco, como se fosse um episódio estendido da telessérie, este roteiro, por vezes, soa autocrítico em relação à dependência que algumas crianças nutrem por invenções como os antigos ‘tamagotchis’, dedicando muita energia emocional a conjunturas fantasiosas e tendo dificuldades em enfrentar os problemas (alguns deles, contornáveis) de suas vidas reais. O ritmo é inconstante, pois os supracitados traços melodramáticos são recorrentemente interrompidos pelos cacoetes do seriado, mas o saldo geral é surpreendente, principalmente no que diz respeito aos arroubos merencórios do roteiro. Quem diria? 

Avaliação:

HOJE NOS CINEMAS

quinta-feira, 23 de novembro de 2023

Durval Discos, de Anna Muylaert | Sessão Vitrine Petrobrás


Mais de uma década antes de conquistar o país e o mundo com sua deliciosa crônica sobre atrito de classes sociais em Que Horas Ela Volta?, lá no ano de 2002, Anna Muylaert brilhou em sua estreia como diretora de longas com uma obra muito menos convencional. Com o novo milênio batendo à porta e anunciando a estrondosa chegada dos CDs na indústria da Música, o quarentão com jeito de hippie Durval (Ary França) resiste à chegada dos novos tempos mantendo sua loja, a Durval Discos, aberta vendendo exclusivamente vinis. Dividindo-se entre seu negócio e sua vida doméstica, num sobrado antigo cuja fachada é parasitada por sua loja de discos, Durval vive uma rotina sem grandes emoções com sua mãe, Carmita (Etty Fraser). Ao contratarem por um valor irrisório uma empregada para cuidar das tarefas domésticas, inadvertidamente se envolvem numa trama absurda e cheia de reviravoltas.

Durval Discos se inicia num divertido e elaborado plano-sequência que apresenta os arredores do comércio do bairro de Pinheiros antes de levar o público para dentro da loja e da casa onde boa parte das cenas a partir de então se passam. O clima leve e descompromissado de início pode até sugerir tratar-se de uma espécie de Alta Fidelidade brasileiro, povoado por personas excêntricas numa dinâmica que mistura música e cotidiano. Mas o longa logo mostra sua personalidade caótica e revela as armadilhas que seu roteiro dinâmico e imprevisível reserva tanto para os personagens quanto para o público em si.

Muylaert conduz seu filme de estreia com muita segurança. Seus planos que parecem extrair magia da banalidade, combinados com as atuações hilariamente convincentes de seu elenco, trazem muita vida ao universo anacrônico destes personagens, o que acaba sendo decisivo quando a história gira o disco para seu “lado B”, mais sombrio e cheio de ansiedade, beirando o surreal.

                                                                                            Créditos: Vitrine Filmes / Divulgação
Inspirada na ''Edgar Discos'', loja onde a diretora e roteirista Anna Muylaert comprava discos quando era adolescente, Durval Discos vem com gostinhos de muita inspiração na realidade noventista.

Muito da potência de Durval Discos se deve à direção certeira de seu elenco bem escolhido, que faz as guinadas absurdas do roteiro de Muylaert soarem genuinamente orgânicas. Ary França é perfeito como Durval, um bicho-grilo deslocado do tempo, mas que tem um grande coração. E Marisa Orth simplesmente brilha como a enxerida Elizabeth. Contudo, os holofotes dessa história são de ninguém mais além de Etty Fraser, como a matriarca Carmita. Ora adorável, ora insuportável, ela é o potencializador de todo o conflito da trama, com seu inabalável instinto superprotetor, capaz de vencer qualquer discussão pelo cansaço e tomar as atitudes mais inconsequentes e injustificáveis de forma singela e quase infantil. É preciso muita fibra pra passear por todas as camadas contraditórias exigidas pela personagem, e Fraser tira de letra. Que delícia de interpretação!

20 anos depois de sua estreia, Durval Discos volta aos cinemas em versão restaurada em 4K, dentro da programação da renovada Sessão Vitrine Petrobrás, e vem como um belo convite para (re)descobrir essa pérola do Audiovisual brasileiro. Aliás, dá vontade de pôr uma boa música pra tocar. Em vinil, é claro.

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Ficha Técnica
Título Original e ano: Durval Discos, 2002Direção e Roteiro: Anna MuylaertElenco: Ary França, Etty Fraser, Isabela Guasco, Marisa Orth, Letícia Sabate. Gênero: . Nacionalidade: Brasil. Música: André AbujamraDiretor de Fotografia: Jacob SolitrenickDireção de arte: Ana Mara AbreuFigurino: Mariza Guimarães. Produtoras: Dezenove Som e Imagens, África Filmes, Programa de Integração Cinema e TV, TV Cultura, Secretaria de Estado da Cultura, Governo do Estado de São PauloProdução: Sara Silveira, Maria IonescuProdução executiva: Sara Silveira, Maria IonescuDistribuição: Vitrine FilmesDuração: 96 min.

EM EXIBIÇÃO NOS CINEMAS

Culpa e Desejo, de Catherine Breillat | Assista nos Cinemas


“Num tribunal, algumas vezes as vítimas se transformam em rés”… 

Em 2019, a cineasta dinamarquesa May El-Toukhy causou estardalhaço no Festival de Cinema Independente de Sundance com seu longa-metragem “Rainha de Copas”, que recebeu o Prêmio do Público, naquele ano. Além dos elogios reiterados, por parte da crítica especializada, este filme causou polêmica pelo modo desinibido como exibia as cenas de sexo entre uma mulher madura e um adolescente, que é seu enteado. Porém, o que mais espantou as plateias foi o retrato de uma mulher malevolente, que acusa falsamente o rapaz que abusou, trazendo à tona uma inversão perturbadora em relação ao que costuma acontecer na maior parte dos casos, em que homens poderosos silenciam as pessoas que violam… 

Quando a diretora Catherine Breillat, acostumada aos temas picantes e a abordagens fetichizadas do erotismo, apresentou no Festival de Cannes a sua versão para o mesmo filme, tanto seus fãs quanto detratores ficaram ouriçados: a sinopse é o ponto de partida ideal para que ela perpetrasse seus elogios estéticos à perversão, num tipo de construção tramática que evita os julgamentos morais. Ao invés disso, ela prefere fisgar o espectador através de identificações personalísticas que eles geralmente têm vergonha de admitir. Como isso poderia ser aplicado a este filme, portanto? 

A tendência contemporânea aos “cancelamentos” associados a comportamentos socialmente dissonantes – e/ou ostensivamente criminais – talvez tenha obrigado a realizadora a imitar o percurso directivo de sua colega nórdica: os dois primeiros terços do filme são bastante assemelhados ao que ocorre na produção original, com uma diferença significativa, de cariz estritamente cinematográfico. Para Catherine Breillat, a delicada situação em que uma advogada especializada em casos de estupro transa com um menor de idade não recai na obviedade discursiva: o desfecho em aberto, radicalmente distinto do filme original, que o diga! 

Mas falemos sobre o que está em cena aqui: no início, Anne (a mui talentosa Léa Drucker) está auxiliando uma jovem abusada a preparar-se para o massacre moralista com o qual ela pode se deparar no tribunal, em razão de a mesma ser relativamente promíscua em sua vida íntima. Bem-sucedida na carreira, Anne vive com seu esposo Pierre (Olivier Rabourdin), mais velho, a ponto de ela declarar, em tom de brincadeira, ser um tanto gerontófila. Eles adotaram duas adoráveis garotinhas chinesas, mas, subitamente, precisam lidar com a convivência forçada com Théo (Samuel Kircher), filho de um casamento anterior de Pierre, que morava na Suíça, mas é expulso do colégio, após socar um professor. A sua chegada ocasionará a percepção de que o casamento de Anne e Pierre não é tão perfeito quanto eles demonstram… 

Créditos: Synapse Distribuition / Divulgação
Para entrar no personagem, a diretora instruiu a atriz Léa Drucker para se imaginar como a bela e jovem Pauline em ''Pauline na Praia'' (1983), de Éric Rohmer.

Se, no início, Anne sente-se incomodada por causa das posturas rebeldes e/ou desleixadas do garoto, ela gradualmente cede aos seus encantos, visto que as suas filhas ficam encantadas por ele. É fácil compreender o porquê: a diretora escolheu um jovem ator com traços francamente apolíneos, uma espécie de Tadzio hodierno, cuja combinação entre olhar e sorriso seduz quem se aproxima dele. E ela faz questão de captar os detalhes de sua beleza física através de ‘close-ups’ sobremaneira estudados. Não tarda para que Anne retribua os persistentes flertes do rapaz. 

Em verdade, a aproximação sexual entre a madrasta e o enteado ocorre em meio a declarações de enfado relacional, mas, por ser inexperiente, o garoto tornar-se-á apaixonado por Anne, e desencadeará uma série de problemas, por não conseguir refrear este segredo. A maturidade advocatícia de Anne, entretanto, fará com que ela domine a situação, de modo que o filme – retomando uma temática recorrente na filmografia da diretora – passa a questionar as afecções provocadas pela fragilidade de alguém. E, neste sentido, tanto a dedicação da advogada às suas clientes abusadas quanto a relação entremeada por inveja com a sua irmã Mina (Clotilde Courau) são responsáveis pela implantação de uma ambigüidade superior ao determinismo vilanesco do longa original. 

Ainda que, na maior parte da extensão de “Culpa e Desejo” (2023), o enredo seja deveras assemelhado à trama da qual foi adaptado, a diretora concede uma atenção pormenorizada a elementos visuais e sonoros, como os enquadramentos abundantes em tons esverdeados e a trilha musical que conta com a colaboração da baixista Kim Gordon. Em diversos instantes, a cineasta permite que experimentemos o êxtase sensório dos personagens, como quando Anne abraça Théo num patinete, nas seqüências em que ela conduz o seu automóvel e no esplêndido desfecho, quando a luz de um ambiente apaga-se de maneira solene. Não obstante parecer um filme pudico, para os padrões amorais da diretora, o trecho em que o roteiro (co-escrito por ela e pelo também crítico Pascal Bonitzer, a partir das idéias da dinamarquesa Maren Louise Käehne) assume uma trajetória distinta da película original ajuda-nos a compreender o que levou Catherine Breillat a aceitar este projeto aparentemente menos autoral: naquilo que não é dito – mas inteligentemente mostrado -, ela prova que permanece uma das cineastas mais inspiradas, sensíveis e contraventoras da atualidade! 

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Ficha Técnica
  • Título original e anoL'été dernier / Last Summer, 2023. Direção: Catherine Breillat. Roteiro: Catherine Breillat e Pascal Bonitzer - baseado no roteiro original de Maren Louise Käehne e May el-Toukhy. Elenco: Léa Drucker, Samuel Kircher, Olivier Rabourdin, Clotilde Courau, Serena Hu, Angela Chen, Romain Maricau, Romane Violeau, Marie Lucas, Nelia Da Costa, Lila-Rose Gilberti, Jean-Christophe Pilloix. Gênero: Drama, thirller. Nacionalidade: França e Noruega. Fotografia: Jeanne Lapoirie. Edição: François Quiqueré. Figurino: Khadija Zeggaï. Distribuição: Synapse Distribution. Duração: 01h44min.
EM EXIBIÇÃO NOS CINEMAS

Não Tem Volta, de César Rodrigues | Assista nos Cinemas


Uma separação pode causar efeitos devastadores na vida de qualquer pessoa. A crença sem fundamento no mito do “amor eterno” e da existência da chamada “alma gêmea” pode gerar dependência emocional. A ruptura com estes padrões pode ser muito difícil e levar ao desejo de dar fim a própria vida como forma de acabar com a dor da ausência do ser amado.

Henrique (Rafael Linfante) já vinha dando sinais claros de descontrole emocional, com surtos cada vez mais significativos. O amor por Gabriela (Manu Gavassi) era idílico e perfeito, mas o ciúme doentio acarretou a tão temida separação. Gabriela, fotógrafa profissional, foi correr mundo, reconstruir a vida, investindo na carreira e novos relacionamentos. Henrique foi ao fundo do poço. Um ano depois ainda cultivava as dores da falta de seu grande amor. Como última saída decide acabar com a própria vida. Sem coragem para praticar o ato fatal, procura alternativas. Samanta indica Arlindo, do crime, mas um cara sensível, gente boa, que trabalha em uma empresa que tem como marketing, o slogan: “Não Tem Volta”. Uma vez fechado o negócio, não há como desistir da parada. Henrique paga então uma bolada em dinheiro em espécia para sair morto da jogada. Como? Quando? Por quem? Não tem como saber. Um esquema de envelopes garante sigilo absoluto de informações. “O processo de sua encomenda foi iniciado.” diz a mensagem no celular. Agora só resta esperar.Entretanto, Henrique não contava com o retorno de Gabriela, arrependida, tentando reatar o romance.

Assim começam os perrengues mais divertidos e engraçados na comédia cheia de ação “Não Tem Volta” que chega aos cinemas nesta quinta-feira (23/11). Dirigida por César Rodrigues (Vai Que Cola – O Filme), traz no elenco nomes como Rafael Infante, Manu Gavassi, Diogo Vilela, Betty Gofman, Roberto Bomtempo, Fábio de Luca, entre outros. O roteiro original de Fernando Ceylão consegue abordar de maneira lúdica e divertida assuntos sérios e importantes como saúde mental, dependência emocional, responsabilidade afetiva e desejo de morte.

                                                                                                  Créditos: Star+ Distribution Brasil
“Não Tem Volta” traz como protagonistas Rafael Linfante e Manu Gavassi e conta com produção de Leonardo M Barros e Eliana Soárez. A produção executiva é assinada por Juliana Capelini e Renata Brandão.

O filme também quebra paradigmas ao colocar o homem como dependente afetivo de uma mulher independente, com carreira profissional sólida e dona de si. Mostra que é preciso encarar o fato de que homem também sofre e necessita de ajuda. Mas, algumas reviravoltas bem colocadas, irá aos poucos mostrar ao público quem é a verdadeira Gabriela.

A química entre as personagens Henrique e Gabriela flui naturalmente. Outro ponto positivo da produção é a participação especial e engraçada de Diogo Vilela como o tio de Henrique, um ator descolado que dá conselhos nada convencionais.

A fotografia ganha belas cenas com as imagens gravadas em Salvador, na Bahia. A trilha sonora traz uma canção gravada especialmente para o filme pelo próprio Rafael Infante, que além de atuar também compõe e canta.

Vale tudo, inclusive dar a Vida por Amor. Será?? O final consegue surpreender e a dica é ir conferir o quanto antes ao filme.

Trailer


Ficha Técnica

Título original e ano: Não Tem Volta, 2023. Direção: César Rodrigues. Argumento e Roteiro: Fernando Ceylão. Elenco: Rafael Infante, Manu Gavassi, Diogo Vilela, Betty Gofman, Roberto Bomtempo, Pietro Barana, Heraldo de Deus. Gênero: Comédia, Romance. Nacionalidade: Brasil. Direção de Fotografia: José Roberto Eliezer. Direção de Arte: Claudio Amaral Peixoto. Figurino: Diana Leste. Maquiagem: Uirandê Holanda. Montagem: Bernardo Pimenta, edt. Colorista: Sergio Pasqualino Jr. Trilha Sonora: Lucas Marcier, Fabiano Krieger, Rogério da Costa Jr, Pedro Sodré. Som Direto: Zezé D´Alice, Pedro Saldanha. Mixagem: Denilson Campos. Produção de Elenco: Cibele Santa Cruz. Supervisão de Efeitos Visuais: Claudio Peralta. Gerência Executiva: Ana Leticia Leite. Gerência de Marketing: Paula Lima. Coordenação de Pós Produção: Monica Zennaro. Produção: Conspiração. Produzido por Leonardo M Barros e Eliana Soárez. Produtoras Executivas: Juliana Capelini e Renata Brandão. Coprodutores Executivos: Tania Pacheco, Clarisse Goulart, Adriana Basbaum, Marcos Penido. Produção Associada: Eddie Vogtland. Produtora Delegada: Paula Batalha . Diretora de Produção: Luna Mancini. Coprodução: Star Original Productions. Distribuição: Star Distribution. Duração: 01h30min.

EM EXIBIÇÃO NOS CINEMAS!

Napoleão, de Ridley Scott | Assista nos Cinemas


O estadista e comandante francês Napoleão Bonaparte ganha jornada biográfica pela ótica Hollywoodiana de ninguém mais, ninguém menos que Ridley Scott, diretor responsável por Gladiador (2000) e inúmeros outros clássicos como Alien - O Oitavo Passageiro (1979), Blade Runner (1982), Thelma & Louise (1991) e muitos outros. Scott não necessariamente entrega o melhor épico de sua carreira, talvez já o tenha feito e ganho Oscar por isto, mas apresenta uma figura muito adorada mundialmente e que foi responsável por estratégias de guerra que são estudadas em escolas militares ainda hoje. Com produção magnânima da Apple Studios e distribuição da Sony Pictures, o longa falado em inglês, traz Joaquin Phoenix na pele do pequeno grande imperador e Vanessa Kirby como Josefina, a primeira esposa de Napoleão.

Mesmo datando quase todos os períodos e eras em que o filme perpassa, o mesmo sofre alterações históricas. A película se inicia com a França em total ebulição pelas revoluções populares. Maria Antonieta (Catherine Walker) caminha para execução e ali aguardando tudo acontecer está Napoleão - cena mais simbólica do que exatamente verídica. Aliado aos poderosos da corte, não só continua a travar batalhas com países imponentes na Europa - Reino Unido, Áustria, Itália, Rússia, Espanha, Turquia (alguns deles ainda separados por Reinos) - para defender a nova República francesa como quer se manter forte e a frente de tudo. E assim o filme vai trazendo a tona as guerras napoleônicas com as nações já citadas. As baixas nos exércitos vão aumentando a cada nova incursão e os êxitos vão se transformando em fracassos. A vida particular do protagonista também tem destaque e retrata como ele conhece e desposa de Josefina, uma dama viúva que aguarda dias melhores. Aborda-se a relação como algo intenso muito mais para Napoleão e que a união seria a salvação para esta mulher perdida sem marido. Se casam e Napoleão espera muito por um herdeiro que não vem. Josefina é pega no pulo diversas vezes e deixa o esposo fulo da vida já que tais histórias chegam ao olhar do público e dos inimigos. Contudo, ele que também teve amantes e filhos bastardos, não é estigmatizado. O casamento é dissolvido para que o Imperador possa unir seu sangue ao Reino da Áustria e assim formar alianças mais poderosas com um herdeiro vindo do ventre de Marie-Louise (Anna Mawn), o que acontece, mas que não necessariamente significa muito já que os ''Reis'' mudavam de lado toda hora. 

O primeiro reinado de Napoleão se dá entre 1804 e 1814, quando é exilado para a Ilha de Santa Elba e forçado a abdicar de tudo. Retorna no ano seguinte por um breve período e ao travar batalha com os britânicos e aliados (Batalha de Waterloo) é deposto novamente e enviado a Ilha de Santa Helena onde morre cinco anos depois. Scott evidencia todos os recortes das lutas com grandiosidade, um detalhe seu muito abundante. Assim, o espectador é levado a ver o Egito sendo atacado, o exército francês caminhar até a Rússia e ser pego de surpresa por um inverno horrendo e ainda as guerras políticas acontecerem dentro da corte francesa. Tudo para validar os eventos ocorridos a Napoleão e em volta deste.

Trailer



Ficha Técnica

Título original e ano: Napoleon, 2023. Direção: Ridley Scott. Roteiro: David Scarpa. Elenco: Joaquin Phoenix, Vanessa Kirby, Tahar Rahim, Rupert Everett, Riana Duce,  Miles Jupp, Edouard Philipponnat, Mark Bonnar, Ben Miles, Sinéad Cusack, Harriet Bunton, Charlie Greenwood, Audrey Brisson, Matthew Needham, Catherine Walker, Ian McNeice, Paul Rhys, Riana Duce, Anna Mawn, Sam Crane, Ludivine Sagnier, Scott Handy, Youssef Kerkour, Abubakar Salim, John Hollingworth, Jannis Niewöhner. Gênero: Drama, Guerra, Biografia. Nacionalidade: EUA e Reino Unido. Trilha Sonora Original: Martin Phipps. Fotografia: Dariusz Wolski. Edição: Claire Simpson e Sam Restivo. Design de Produção: Arthur Max.  Direção de Arte: Denis Schnegg.  Figurino: Janty Yates e David Crossman.  Distribuição: Sony Pictures Brasil. Produção: Apple Studios e Scott Free Productions. Duração: 02h38min. 

O roteiro por vezes pode vir a confundir e fazer o espectador se perguntar se realmente ''certo evento'' aconteceu daquela forma, mas a licença poética pode muito bem  vir a calhar e entrar em cena fazendo as nuvens cinzas se deslocarem. Para um super épico, o que falta ao filme é um verdadeiro clímax e/ou um levante do personagem. Phoenix é um excelente ator e seu perfil se encaixa perfeitamente com o deste ícone de estatura mediana, ainda assim, Napoleão era visto como um comandante extremamente autoritário e a performance do ator vem mais cordial, romântica até. Josefina vira o alicerce de suas motivações e ao mesmo tempo que o enredo a demoniza, também a faz vítima - algo estranho para um diretor com tantas produções que humanizam as mulheres. 

                                                                                                                     Créditos: Sony Pictures
Está previsto o lançamento da versão com corte do diretor na Apple Tv+. A mesma tem mais de três horas de duração.

Napoleão Bonaparte foi responsável por uma transformação de grande magnitude na França. O filme não consegue exibir tal força da sua aura governante e foca muito mais nas batalhas e em sua vida pessoal. A partir do golpe que auxilia e protagoniza. Toma plenário para realizar sessões de pesquisas, redige códigos civis e constituições e está sempre presente como ''governante'' quando se auto coroa imperador. No longa de duas horas e trinta e oito minutos de Scott, a real inteligência do imperador não é muito bem transmitida. Até se entende as táticas de guerra - surpreender o inimigo no fronte - mas o recorte fica ai. É dito que Napoleão se frustrava muito com os fracassos e a parte é reproduzida com veemência, mas para além disso, não há uma investigação comportamental ou anterior para falar dos seus complexos de inferioridade.

Visualmente, Napoleão é deveras fascinante. Cenas que provocam êxtase pela teatralidade. Algo super dentro da cadência também e a orquestração das pinturas clássicas. Jacques Louis David (Sam Crane) aparece em diversas cenas enaltecendo o imperador - e este era seu pintor oficial. Para destaque em cena, a presença de Rupert Everett como Duke de Wellington é de um primor enorme - ainda que aparentemente os britânicos tenham sido ainda mais carrascos do que o exibido.

Em hipótese alguma deve-se deixar de ir ver o filme na maior sala possível, contudo, a contenção da expectativa para algo mais bem desenvolto, como outros filmes do diretor, é necessária. Afinal, o mediano ainda é algo muito compensador. E por hora este aqui não chega nem perto da tenebrosidade que a Casa Gucci (2021) entrega.

Avaliação: Dois cavalos sangrando e meio (2,5/5)

See ya!
B-