Chegando está semana aos cinemas de todo o mundo a produção "As Marvels, de Nia DaCosta, a 33 obra do UCM, uma experiência cinematográfica que carrega um legado passado por gerações, seja pelas páginas dos quadrinhos como pela jornada que os filmes Marvel ganharam nos últimos quinze anos. E para aqueles que não estão familiarizados com a personagem, Carol Denvers (Brie Larson), a Capitã Marvel (leia texto aqui) é uma humana que conviveu e foi treinada pela raça alienígena Kree, uma espécie que se encontra no meio de uma batalha com os Skrulls. Por sua vez, no meio de todo o conflito, Denvers tenta impedir uma invasão à Terra, enquanto tenta descobrir os segredos de seu passado.
Nia DaCosta (Candyman e Little Woods), uma cineasta fora dos padrões, foi uma notável escolha para dirigir o novo capítulo da história, não só da Capitã, mas do trio “Marvels” e surpreendeu positivamente em ambos os trabalhos. Não que a nova obra da diretora revolucione o cinema de alguma maneira, mas a cineasta consegue trazer a premissa do que é uma aventura da Capitã Marvel e entregar ao público uma excelente história repleta de momentos de tensão, drama, ótimas sequências de ação e um humor que difere de algumas das produções mais recentes do UCM. Funciona e não é de forma nenhuma escrachado. O que consegue surpreender o público com uma ou duas hilárias quebras de expectativa. E isso é algo maravilhoso visto que embora o espectador já tenha uma noção de que tipo de produto o aguarda nas telas, cada diretor tem suas próprias idiossincrasia.
A trama do longa gira em torno da crise no antigo império Kree que não aceita estar ultrapassado e não apresenta mais potência que foi outrora, o que leva um grupo de fanáticos a roubarem recursos de outros planetas e povos assim chamando a atenção da Capitã Marvel. Ademais, somado a algumas desventuras em série, não demora para que as outras Marvels, Monica Rambeau (Teyonah Parris) e Kamala Khan (Iman Vellan), se verem no meio de toda esse confronto que já perdura por gerações. Este é um filme pipoca onde os atos acontecem de forma dinâmica e rápida, logo, não se gasta tempo, apenas minutos, na verdade, fazendo introduções das personagens principais - o que conduz o publico em uma aventura recheada de referências a mitologia de todos aqueles que já fizeram uso do nome capitão/capitã Marvel pelo universo cósmico do UCM.
A superprodução foi filmada em locações na Itála, Reino Unido, e Estados Unidos.
Muitas coisas melhoram de Capitã Marvel para The Marvels. A performance de Brie Larson, por exemplo, é um dos pontos altos do filme. Isto porquê temos uma Carol muito mais carismática, se colocada a lado de suas antigas encarnações. O público é agraciado com uma personagem muito mais viva e menos robótica. Desta forma, o espectador pode facilmente se conectar as alegrias e aos traumas por quais a personagem já vivenciou. Teynoah Parris, a jovem Monica Rambeau, é outra que rouba a cena com as sequências de ação. Ela e Denvers divirem alguma conexão mais profunda e o roteiro aproveitar grande parte, senão, todo o potencial que sua gama de poderes pode proporcionar para essa aventura cósmica. Quando voltamos nossa atenção para a evolução da jovem Miss Marvel, por sua vez, temos poucas alterações na questão de poderes, contudo a personagem tem uma evolução notável desde sua série e contribui não só para o clímax do longa, mas com a justificativa para que haja um futuro ao UCM.
A trilha sonora, como não poderia ser diferente, é recheada de composições originais e também músicas frenéticas (Intergalatic, dos Beaties Boys, e Double Bubble Trouble, de M.I.A, podem ser ouvidas durante o filme) para combinar com todo o clima de explosões e tiroteios espaciais. Tal escolha foge de seu “irmão” Guardiões da Galáxia, que vai atrás de clássicos musicais e esbanja outros tons. Ainda assim é algo muito bem vindo já que traz consigo certa originalidade para o longa que, como já era de se esperar, bebe da fonte de filmes e séries como Star Trek e Star Wars. Portanto, ainda que os filmes com protagonistas femininas sofram bastante hate dos nerds e críticos misóginos, talvez surpreenda os espectadores mais progressistas até porquê as músicas que passam longe do clichê nostálgico abraçam um tom mais “indie” e ''fresh''.
A cenografia, com exceção de uma ou outra cena, difere-se de seu antecessor onde em sua maioria os espaços e palcos se davam aqui no bom e velho planeta terra. A Fotografia ainda bombardeia os olhos da audiência com cores vibrantes e ambientes iluminados, mas dessa vez o espectador é agraciado com vários planetas e povos espalhados pelo cosmo dando mais e mais detalhes ao que ele assiste em tela.
Em suma, The Marvels é uma homenagem a uma antiga geração que amava ler os quadrinhos do antigo Capitão Mar Vell e suas aventuras com seus braceletes cósmicos. Diferente de seu antecessor, muito da mitologia do personagem é homenageada aqui. Junto de toda a representatividade que Kamala Khan, uma jovem muçulmana (a primeira heróina muslin do MCU) que ganhou e mantém até os dias de hoje seu título solo nas páginas dos quadrinhos Marvel, e também Monica Rambeau, uma mulher negra cheia de fibra e a primeira personagem (nos quadrinhos) a se chamar Capitã Marvel.
Trailer
Ficha Técnica
Título original: The Marvels, 2023. Direção: Nia Dacosta, 2023. Roteiro: Nia Dacosta, Megan McDonnell e Elissa Karassik. Elenco: Brie Larson, Teyonah Parris, Iman Vellani, Samuel L. Jackson, Zawe Ashton, Park Seo-joon, Hailee Steinfeld, Tessa Thompson. Gênero: Ação, Fantasia. Trilha Sonora Original: Laura Karpman. Fotografia: Sean Bobbitt. Edição: Catrin Hedström e Evan Schiff. Design de Produção: Cara Brower. Figurino: Lindsay Pugh. Distribuição: Walt Disney Studios Motion Pictures. Produtora: Marvel Studios. Duração: 01h45min.
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