Título Original e Ano: Io Capitano, 2023. Direção: Matteo Garrone. Roteiro: Matteo Garrone, Massimo Ceccherini, Massimo Gaudioso, Andrea Tagliaferri. Elenco: Seydou Sarr, Moustapha Fall, Issaka Sawadogo, Hichem Yacoubi, Doodou Sagna. Gênero: drama, suspense, guerra. Nacionalidade: Itália, Bélgica, França. Trilha Sonora Original: Andrea Farri. Direção de Fotografia: Paolo Carnera. Desenho de Produção: Dimitri Capuani. Montagem: Marco Spoletini. Produção: Matteo Garrone, Paolo Del Brocco. Empresas Produtoras: Archimede, Rai Cinema, Tarantula e Pathé. Distribuição: Pandora Filmes. Duração: 121 minutos
quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024
Eu, Capitão, de Matteo Garrone | Assista nos Cinemas
Amanhã, de Marcos Pimentel | Assista nos Cinemas
“Tocar fogo no parquinho não rende direito social para ninguém – e vandalismo é crime!”
Em 2002, quando são iniciadas as filmagens, o diretor faz com que os garotos Zé Thomaz, Júlia e Cristian interajam, através das brincadeiras preferidas por cada um deles: o primeiro é de classe social alta, e os dois últimos residem numa comunidade pobre. Como seria o reencontro entre eles, vinte anos depois? A pergunta que justifica o título do filme é feita por Júlia, ainda criança, que, ao encarar a câmera, dispara algo como “amanhã vocês voltam?”…
Sim, o diretor retorna, com uma equipe modificada, em razão das novas configurações identitárias: no primeiro contato, os profissionais envolvidos eram todos exteriores à localidade registrada; no segundo, moradores da comunidade em pauta desempenham papéis fundamentais na captação de som e imagem, sendo explicitamente elogiados pelo realizador. Ao contrário de outros de seus filmes, em que o que é mostrado é suficiente para despertar as impressões espectatoriais, aqui, Marcos Pimentel preferiu acrescentar a sua voz em ‘off’, comentando diversas seqüências, além do projeto como um todo. O que possui implicações discursivas evidentes, nem sempre positivas!
Trailer
Título Original e Ano: Amanhã, 2023. Direção: Marcos Pimentel. Com participações de: Cristian de Miranda, Cristiana Santos, Júlia Maria. Depoimentos/Imagens de Arquivo: Cristian de Miranda, Cristiana Santos, Júlia Maria. Nacionalidade: Brasil. Gênero: Documentário. Som: Vitor Coroa e Pris Campelo. Fotografia: Gabriela Matos. Montagem: Ivan Morales Jr.. Produção: Luana Melgaço e Vinícius Rezende Morais. Empresa Produtora: Tempero Filmes. Distribuição: Descoloniza Filmes. Duração: 106 minutos. Classificação Indicativa: 14 anos
No curta-metragem “Sanã” (2013) ou no documentário “Pele” (2021), este diretor obtinha resultados impressionantes, em vista do excelente trabalho de montagem e de seu primor fotográfico, mas, ao demonstrar-se como alguém consciente de seus privilégios classistas e que resolve investigar os percursos vitais de dois irmãos que cresceram numa favela, ele incorre numa problemática moral que torna o seu documentário deveras ambíguo. A começar pelo título, que oscila da abertura às possibilidades imprevistas a uma confirmação de determinismos sempiternos.
Por motivos compreensíveis – e deveras elogiáveis –, o diretor transforma a comparação entre épocas, nas vidas de seus personagens reais, num comentário político sobre as mudanças ocorridas no Brasil, depois da ascensão (ou assunção) do bolsonarismo. Suas intervenções enquanto narrador são condutivas, explicativas e até mesmo manipuladoras, mas sem obnubilar a inteligência espontânea dos entrevistados, como quando Júlia percebe que aquele filme não é apenas sobre ela e seu irmão, mas “sobre a sociedade brasileira como um todo”. Isso é corroborado por uma das falas do cineasta, que, ao explicar as condições de recusa de Zé Thomaz em voltar a participar do projeto, como adulto, sintetiza: “em tempos brutais como este, optar pelo silêncio é escolher um lado”. Infelizmente, procede.
O modo como Marcos Pimentel filma Júlia, adulta e mãe solteira, reagindo às suas peraltices de criança, é magistral: ela percebe que sua filha é muito parecida com ela, na mesma idade, e chora ao lembrar do irmão, que alega não ver há muito tempo. É quando descobrimos que ele está preso, e telefona para a sua mãe, diante da câmera, no presídio em que estava. Quando ele é solto, repentinamente, percebemos que sua irmã não exagerara ao dizer que “ele continua do mesmo jeitinho alegre, hoje em dia”: Cristian é fascinante, até mesmo em suas contradições, e tem plena consciência de que o que sofreu nos reformatórios adveio de suas más escolhas individuais de vida. Porém, não hesita ao clarificar a sua vinculação política: é simpatizante do petismo, torce pelo “indulto dos manos”, e fica triste ao imaginar o que Zé Thomaz se tornou, naquele fatídico ano de 2022…
Créditos: Divulgação / Descoloniza Filmes
A despeito dos ótimos participantes, este documentário é permeado por situações julgamentais que prejudicam a naturalidade dos eventos. Vide o modo como um encontro infantil, previamente decidido por outrem, é associado a uma cobrança por amizade – afinal, forçada em sua exigência de continuidade – ou as seqüências ensaiadas em que Cristian e Júlia queimam ou atiram à água, respectivamente, as fotos do que fôra vivido no primeiro registro filmado de sua infância. Isso piora quando um paternalismo directivo é instaurado, no momento em que Júlia pede que o realizador financie uma refeição numa rede de ‘fast foods’ e uma visita a um parque de diversões, ao lado de sua mãe e de seus filhos pequenos, o que se torna “o melhor dia de sua vida”. Na segunda metade do filme, em sua pressa por diagnosticar uma polarização nacional que sempre existiu enquanto projeto, o diretor obriga o que é filmado a caber em suas teses, lamentavelmente acertadas. Ou seja, aquilo que é sociologicamente comprovado afeta a originalidade reativa/interativa das pessoas, frente às câmeras, o que é questionável num documentário. O que nos devolve para o título do filme, repassado para Cristiana, a mãe dos dois irmãos: será que haveria a possibilidade de um novo encontro fílmico, daqui a vinte anos? A resposta dela justifica a relevância da sessão: é um filme que transcende o mero aspecto testemunhal, e que, por conseguinte, requer um bem-vindo debate!
Duna - Parte Dois, de Denis Villeneuve
Ficha Técnica
Título original e ano: Dune: Part Two, 2024. Direção: Denis Villeneuve. Roteiro: Jon Spaihts e Denis Villeneuve - adaptação do clássico homônimo de Frank Herbert. Elenco: Timothée Chalamet, Rebecca Ferguson, Austin Butler, Javier Barden, Stelan Skarsgärd, Dave Bautista, Stellan Skarsgård, Josh Broslin, Zendaya, Christopher Walken, Léa Seydoux, Florence Pugh, Anya Taylor-Joy e Charlotte Rampling. Nacionalidade: Canadá, Eua. Gênero: Scifi, Aventura, drama, ação. Trilha Sonora Original: Hans Zimmer. Fotografia: Greig Fraser. Edição: John Walker. Design de produção: Patrice Vermette. Direção de arte: Tom Brown. Figurino: Jacqueline West. Distribuição: Warner Bros Pictures Brasil. Duração: 02h46min.
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024
Ferrari, Michael Mann | Assista na Cinemas
Título Original e Ano: Ferrari, 2023. Direção: Michael Mann. Roteiro: Troy Kennedy Martin — baseado no livro de Broke Yates ‘’Ferrari — O Homem Por Trás das Máquinas’’.Elenco: Adam Driver, Gabriel Leone, Patrick Dempsey, Damiano Neviani, Shailene Woodley, Giuseppe Festinese, Alessandro Cremona, Derek Hill, Domenico Fortunato, Jacopo Bruno,Leonardo Caimi, Penélope Cruz,Michele Savoia. Gênero: Drama, Biografia. Nacionalidade: Estados Unidos da América, China, Reino Unido e Itália. Trilha Sonora Original: Danil Pemberton. Fotografia: Erik Messerschmidt. Edição: Pietro Scalia. Distribuidora: Diamond Films Brasil. Duração: 02h10min.
HOJE NOS CINEMAS
quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024
Demon Slayer: To The Hashira Training | Assista nos Cinemas
Título Original e Ano: Kimetsu no Yaiba Kizuna no Kiseki, Soshite Hashira Geiko e, 2024. Direção: Haruo Sotozaki. Roteiro: Koyoharu Gotouge. Vozes originais: Natsuki Hanae,Akari Kitô, Kengo KawanishiHiro Shimono, Yoshitsugu Matsuoka. Dublagem nacional: Daniel Figueira, Isabella Guarnieri, Erick Bougleux, Patt Souza, Andre Sauer, Tatiane Keplmair, Philoppe Maia, Arthur Salerno, Clecio Souto. Gênero: Animação. Nacionalidade: Japão. Empresas Produtoras: Shueisha, Aniplex e Ufotable. Distribuição: Sony Pictures Brasil. Duração: 01h44min.
quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024
Masha e o Urso - Diversão em Dobro | Assista nos Cinemas
Título Internacional e Ano: Masha and the Bear - Twice The Fun, 2023. Direção: Vasiko Bedoshvili, Natalya Berezovaya, Artyom Naumov. Roteiro: Mariya Bolshakova, Elena Chernova, Dmitry Gordinsky, Oleg Uzhinov - baseado nos personagens criados por Oleg Uzhinov. Vozes Originais: Alina Kukushkina, Varvara Sarantseva, Anastasiya Radik, Yulia Zunikova e Boris Kutnevich. Dubladores nacionais: Ava Patel, Nicolle Apolônio, Giulia Guarino de Carvalho Nicolle Rogerio Silva. Distribuição: Paris Filmes. Duração: 01hr15min.
Masha pode lembrar um pouco as crianças sapecas que conhecemos, mas também nos faz rir pelas trapalhadas. O Urso é quase um reflexo dos adultos tentando educar os meninos e meninas por ai e sente-se até um pouco de compaixão pelo tanto de trabalho que o coitado acaba tendo com a garotinha maluquinha. Reconfortante, contudo, ver algum tipo de entendimento das próprias ações por parte da menininha sorridente.
Daqueles programas para toda a família.