A sequência da super produção Duna [Denis Villeneuve, 2021] finalmente está chegando as telas de todo o mundo. Esta ''Parte Dois'' obteve sinal verde para ser realizada apenas quatro dias após a estreia de seu antecessor e devido ao sucesso inicial de sua bilheteria - o que os fãs aguardam que aconteçam também agora para assim terem a finalização de sua trilogia bombada. Era previsto, aliás, que esta continuação entrasse em cartaz ainda em novembro de 2023, porém com as greves em Hollywood, o filme precisou ter sua estreia reagendada para este ano. Villeneuve retorna ao comando e todo o elenco também, entre eles, Timothée Chalamet, Rebecca Ferguson, Javier Barden, Stelan Skarsgärd, Josh Broslin, Dave Bautista, Charlotte Rampling e Zendaya. Se juntam aos atores, Christopher Walken, Léa Seydoux, Austin Butler, Florence Pugh e Anya Taylor-Joy. A obra literária, escrita por Frank Herbert, é tida como um clássico e serviu de inspiração a diversos blockbusters como Blade Runner [Ridley Scott, 1982] e as franquias Star Wars (1977-2019) e Exterminador do Futuro (1984-2019).
Duna - Parte Dois revela a jornada de retorno de Paul Atreides (Timothée Chalamet), um “messias” que se vê dentro uma guerra santa e tem que salvar o planeta desértico de Arrakis da exploração de um item valioso para viagens espaciais, enquanto busca vingança pelo extermínio de sua família. O jovem se une aos Fremen, povo nativo do deserto, para assim continuar, ou melhor dizendo, iniciar sua saga de predestinado. Após os eventos do primeiro filme, o universo se expande e mais personagens adentram a trama. Logo, o resultado final é novamente destacado pelo selo de excelência do diretor Denis Villeneuve. Sua visão exibe a audiência e a indústria do cinema que é inteiramente possível adaptar obras grandiosas e o fazer com maestria, não importando o quão insanas estas o sejam, a meta é sempre entregar trabalhos majestosos como o seu “A Chegada” (2016).
O público recebe nesta parte dois a mesma direção, porém a experiência se apresenta completamente nova e ainda mais incrementada de detalhes. Embora seja um filme de transição, e um que vem para preparar os fãs para o épico conflito final entre Paul e todo o sistema que domina tudo aquilo que toca, somos agraciados com um ritmo totalmente vigoroso. O rapaz acaba aprendendo os costumes do povo da areia enquanto uma guerra tem palco. Os conflitos se dão a todo momento e cenas incrivelmente épicas tomam um bom tempo de tela, principalmente as protagonizadas pelos vermes do planeta desértico de Arrakis. A cultura, religião e organização do povo Fremen se evidencia e toda sua tática de combate também pode ser vista em um ritmo muito mais frenético. Tudo monumental e com corpo e cara de um blockbuster arrasador.
A trama segue uma linha mais honesta e profunda, portanto, joga luz onde precisa para se desenvolver. É dado ao espectador o ponto de vista geral da situação e se conhece melhor as outras casas e o imperador, tão mencionado no primeiro filme. Entende-se que muitos comandam ou dizem comandar os acontecimentos por debaixo dos panos, a exemplo, a Reverenda Madre (Charlotte Ramplimg) e toda a irmandade mística de Bene Gesserit. Desta forma, munido de conhecimento, quem assiste se divide cada vez mais entre o que é certo e o que é errado, até mesmo questionando os rumos e as escolhas do que parece ser apropriado meio a tamanho conflito. E a maneira que os eventos vão se desenrolando, enquanto vem a tona cada vez mais toda a sujeira dos que tem poder, tem tudo para fazer os olhos do público brilhar. Por sua vez, é válido lembrar que as cenas são notavelmente colossais e trazem sequências inteiras de um deserto deslumbrante ou ainda construções puramente psicodélicas como a sequência do coliseu, momento que fascinará tanto os leitores de Frank Herbert como aqueles que estão conhecendo este vasto universo através das adaptações de Villeneuve.
Trailer
Ficha Técnica
Título original e ano: Dune: Part Two, 2024. Direção: Denis Villeneuve. Roteiro: Jon Spaihts e Denis Villeneuve - adaptação do clássico homônimo de Frank Herbert. Elenco: Timothée Chalamet, Rebecca Ferguson, Austin Butler, Javier Barden, Stelan Skarsgärd, Dave Bautista, Stellan Skarsgård, Josh Broslin, Zendaya, Christopher Walken, Léa Seydoux, Florence Pugh, Anya Taylor-Joy e Charlotte Rampling. Nacionalidade: Canadá, Eua. Gênero: Scifi, Aventura, drama, ação. Trilha Sonora Original: Hans Zimmer. Fotografia: Greig Fraser. Edição: John Walker. Design de produção: Patrice Vermette. Direção de arte: Tom Brown. Figurino: Jacqueline West. Distribuição: Warner Bros Pictures Brasil. Duração: 02h46min.
A fotografia é novamente um dos pontos de destaque de todo o longa, quando falamos sobre a parte técnica deste. É simplesmente impressionante como Greig Fraser, responsável por esta, consegue captar um “simples” deserto, formado apenas de sol e areia, com tanta exuberância e calibre. Fraser é ávido em arrancar suspiros genuínos de admiração quando mostra ao público imagens e seguimentos dignos de serem emoldurados e guardados na memória. O CGI projeta vermes e criaturas raríssimas no deserto e o cinéfilo geek deve se surpreender. A própria representação da vivência desses últimos com os freemen pelo deserto é algo inacreditável visto que este povo tem que se tornar invisível diariamente.
Contando com performances ilustres, o elenco se joga e mostra um trabalho intenso e dedicado. Agora que o público foi apresentado a mais líderes e sabe mais do povo da areia, se conecta e sente o desespero e aflição dessa população que sofre no mínimo há quatro gerações. Zendaya tem aqui mais tempo de tela e consegue dar ao público mais do que aparições, mas toda uma atuação que reflete as mazelas que os freemen passaram. É maravilhoso, contudo, como o diretor faz questão que vejamos todos os lados da moeda não deixando de lado as táticas do Imperium e toda a pressão psicológica que seus membros sofrem para continuar guerreando e isso fica escancarado quando voltamos nossa atenção para atuação de Dave Bautista que dá vida a Glossu Rabban. Têm se, na verdade, um casting que se desdobra para trabalhar a ideia de qual lado tem mais razão e presenças ilustres como Christopher Walken e a jovem Anya Taylor-Joy são a cereja do bolo.
Duna (2021) foi parcialmente filmado em IMAX , sua sequência foi rodada totalmente usando a tecnologia e a melhor experiência deve ser vivida nestas salas
A trilha sonora de Hans Zimmer (escute aqui) faz jus a grandiosidade da produção, mas mais do que isso é acertada e circula o clímax do filme com devoção. O frenesi insaciável, que mesmo nos momentos mais calmos recebe as fagulhas da guerra e do conflito, se elevam com composições que alegram e acalmam o espírito. Todavia é apenas a calmaria antes da mais intensa e mortífera tempestade de areia começar em cenas que remetem a Mad Max - Estrada da Fúria [George Miller, 2015]. Ademais, agora que a trama anseia por ação temos uma sonoridade que a acompanha no mesmo compasso, o que permite sequências inteiras do mais puro amálgama entre o áudio e o visual.
Em suma, a sequência de Duna vai além e abraça sua robustez. É bem menos lenta em seu ritmo e se formata com mais ação e aventura do que a primeira vez que vimos Paul Atreides tentar sair debaixo das asas da mãe.
HOJE NOS CINEMAS
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