Matthew J. Saville entrega muita emoção em seu longa de estreia “A Matriarca” (2021). Baseado em experiências do cineasta com a avó, de quando este ainda estava com 17 anos de idade. Assim, o diretor abre as portas da casa de parenta e escancara as relações familiares evidenciando os alicerces da alma humana.
No papel principal está a experiente atriz inglesa Charlotte Rampling, indicada ao Oscar por seu trabalho em “45 anos” [Andrew Haigh, 2015] e que está atualmente em cartaz com o aclamado Duna 2, de Dennis Villeneuve. A atriz interpreta Ruth, uma ex-correspondente de guerra, que passou por momentos incríveis e viveu experiências marcantes. Agora, aposentada, tornou-se uma idosa irascível, movida a álcool e de difícil convívio. O filho Robert (Marton Csokas) mal suporta trocar duas palavras com a própria mãe e ressente-se por ela nunca lhe ter revelado a identidade do próprio pai. A distância sempre foi a solução na relação.
Ao sofrer um acidente e fraturar a perna, a senhora decide ir com sua cuidadora Sarah (Edith Poor) para a antiga casa da família. Concomitantemente, o neto Sam (George Ferrier) enfrenta problemas no internato por mal comportamento e é expulso. O pai o mantinha na instituição também para evitar maiores contatos após a morte da mãe. É mais fácil evitar os problemas, que tentar encará-los de frente. E, de repente, todas as situações convergem para reunir aquela família disfuncional. Um imenso “divã de analista” surgirá por alguns dias. Angústias, frustrações, arrependimentos, dores não trabalhadas, fuga da realidade e doenças físicas são postas à prova.
Trailer
Ficha Técnica
Titulo Original e Ano: Juniper, 2021. Direção e Roteiro: Matthew J. Saville. Elenco: Charlotte Rampling, Marton Csokas, George Ferrier, Edith Poor. Gênero: Drama, comédia. Nacionalidade: Nova Zelândia. Direção de Fotografia: Martyn Williams. Desenho de Produção: Mark Grenfell. Trilha Sonora: Mark Perkins, Marlon Williams. Montagem: Peter Roberts. Produção: Desray Armstrong, Angela Littlejohn. Distribuição: Pandora Filmes. Duração: 94 minutos.
Há tópicos bem sombrios, mas super reais e que permeiam praticamente todos os núcleos familiares, mas não pense que é um filme triste e pesado. Longe disso! A emoção é passada com leveza e um toque de humor. Temáticas como vida e morte e as escolhas em relação a viver ou morrer são explorados sem sentimentalismo piegas.
Créditos: Sandy Lane Productions, Fulcrum Media Finance e Celsius Entertainment
O longa iniciou sua caminhada de exibições na Nova Zelândia ainda em 2021 e passou por inúmeros festivais, entre eles, o Palm Springs Film Festival em janeiro de 2023.
Impossível assistir e não chegar a reflexões sobre as próprias relações familiares. Ruth e Sam mostram que sempre há tempo para conhecer o outro em sua essência, reavaliar atitudes e prejulgamentos e superar antigas mágoas.
Quer um conselho básico? prepare os lencinhos!!
EM EXIBIÇÃO NOS CINEMAS!
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