A francesa Sylvie (Virginie Efira) é uma mãe “se vira nos 30”. Atendente em um bar à noite, tem que dar conta sozinha de cuidar de dois filhos, o adolescente musicista Jean-Jacques (Félix Lefebvre) e a criança com crises nervosas Sofiane (Alexis Tonetti). Mesmo com essas nuances desabonadoras, a família Paugam é muito feliz, até que uma noite o filho menor, sozinho em casa, se acidenta, fritando batatinhas no fogão de casa.
- Título original e ano: Rien à Perdre,2023. Direção: Delphine Deloget. Roteiro: Delphine Deloget com a colaboração de Camille Fontaine e Olivier Demangel. Elenco: Virginie Efira, Félix Lefebvre, Arieh Worthalter, India Hair, Mathieu Demy, Alexis Tonetti. Gênero: Drama. Nacionalidade: França e Bélgica. Direção de Fotografia: Guillaume Schiffman. Direção de Arte: Edwige Le Carquet. Música: Astrid Gomez-Montoya. Montagem: Béatrice Herminie. Figurino: Bethsabée Dreyfus, Marie Meyer. Duração: 112 min
O filme não é panfletário. Os personagens não são meros símbolos de uma discussão ideológica. A família é mostrada em detalhes enquanto se esfacela e o espectador se apaixona por seres humanos tão imperfeitos, por serem reais. A mãe Sylvie não é a mulher daquelas de comercial de margarina, seu nervosismo e cansaço leva-a a situações de muito descontrole, comum a qualquer pessoa estressada e com muitas responsabilidades, mas o amor pelos dois filhos é visível e ela faz de tudo para manter a prole segura e feliz, com a ajuda dos amigos e até mesmo dos irmãos, que mais atrapalham que ajudam.
Nessa luta para trazer Sofiane de volta aos seus braços, a leoa Sylvie tanto faz, que mete os pés pelas mãos, e afasta cada vez mais o filho, que vai de um abrigo para um lar temporário. Até as visitas que eram semanais começam a ser suspensas. O menino, nervoso por si mesmo, não ajuda em nada, tendo crises repentinas de violência, por saudades e por tristeza. A mãe, igualmente desesperada, afronta os assistentes sociais, inclusive ferindo a Sra. Henry, precisando inclusive ser internada à revelia para se tratar.
Virginie Efira é uma atriz excepcional. Essa mãe imperfeita, nos seus extremos, é um grande personagem. O filme é principalmente o estudo dessa mulher, igual a muitas outras, que faz de tudo para criar os filhos, sem ajuda de nenhum homem e às vezes até com a oposição da máquina burocrática do Estado. Esse problema social não é fácil de se resolver, nem é o propósito do roteiro. Ao espectador interessa a felicidade de Sylvie e seus rebentos. Será que teremos final feliz? Assistam o filme nas telas do cinema e descubram mais esta joia do cinema francês.
O longa tem distribuição da Imovision e chega as salas de Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Niterói, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Nota: 7,5/10.
0 comments:
Postar um comentário
Pode falar. Nós retribuímos os comentários e respondemos qualquer dúvida. :)