Uma Vida – A História de Nicholas Winton | Assista nos Cinemas

Nicholas Winton, corretor da bolsa em Londres nos anos 30 levava uma vida confortável. Nascido de pais judeus-alemães recebeu uma educação que fez nascer dentro dele o compromisso quase incontrolável de ajudar o próximo e fazer aquilo que para muitos soaria como impossível.

Na velhice, ainda fazia campanhas de caridade na pequena comunidade de Maidenhead. Mas, em seu íntimo, carregava a angústia de achar que não havia feito o suficiente. “Se alguma coisa não é impossível, deve haver algum meio de fazê-la.”

Em flashbacks, o público será levado ao início da trajetória daquele que ficou conhecido como o “Schindler britânico” e conhecerá a história verídica que ficou guardada por mais de cinco décadas em uma pasta de couro dentro de uma gaveta. E foi assim que, em dezembro de 1938, um simples telefonema mudaria sua rota de férias, transformando totalmente sua vida aos 29 anos e alterando o destino de 669 crianças judias da Tchecoslováquia. 

Ao visitar Praga, Winton foi exposto à dura realidade da guerra e viu os horrores que enfrentavam os refugiados, amontoados como escória nos abrigos sem estrutura para enfrentar o inverno que estava próximo. A morte daquelas pessoas viria invariavelmente, ou pelas mãos dos nazistas ou pelo frio implacável. Era preciso fazer algo. Urgentemente!

Nicky retornou a Londres decidido a ajudar, mesmo ainda não tendo um plano consistente. Ingênuo, queria salvar o mundo. E pelo dito de um provérbio hebraico: “quem salva uma vida, salva o mundo inteiro.” - a frase também aparece em ''A Lista de Schinlder'' (Steven Spielberg, 1993).

Com a ajuda de sua mãe Babi Winton (Helena Bohan-Carter) e os amigos Trevor Chadwick (Alex Sharp) e Doreen  Warriner (Romola Garai) do Comitê Britânico para Refugiados na Tchecoslováquia, o jovem encara uma corrida contra o tempo para reunir o maior número de vistos, fundo financeiro e lares adotivos temporários para aquelas crianças. A narrativa vibrante e comovente levará o expectador as lágrimas. 

Trailer

Ficha Técnica

Titulo original e ano: One Life, 2023. Direção: James Hawes. Roteiro: Lucinda Coxon e Nick Drake — baseado no livro de Barbara Winton. Elenco: Anthony Hopkins, Lena Olin, Johnny Flyn, Helena Boham Carter, Jonathan Pryce, Romola Garai, Alex Sharp, Matilda Thorpe, Daniel Brown, Tim Steed, Jiri Simek. Gênero: Drama, Biografia. Nacionalidade: Reino Unido. Trilha Sonora Original: Volker Bertelmann. Fotografia: Zac Nicholson. Edição: Lucia Zuchetti. Design de Produção: Christina Moore. Figurino: Joanna Eatwell. Distribuição: Diamond Films Brasil. Duração: 110min.

 

Em 1980, Winton organiza objetos acumulados durante anos. A pedido da esposa Grete Winton (Lena Olin), ele deve arrumar espaço para receber a família e acolher o neto que irá nascer em breve. Aquela pasta de documentos o leva de volta ao passado. No íntimo, ele deseja saber o que aconteceu na vida daquelas crianças longe dos pais e do país de origem. A pasta com os documentos, que para muitos não tem o devido valor, chega até um programa de tevê da BBC – That’s Life. E a história, enfim é revelada ao mundo! Cenas emocionantes!!! 

O filme tem direção de James Hawes e o roteiro de Lucinda Coxon e Nick Drake se fundamenta no livro (veja aqui) escrito pela filha de Nicholas, Barbara Winton. A obra é baseada nos registros retirados de cartas, diários e anotações pessoais do homenageado. Winton jovem é interpretado por Johnny Flynn (Emma e Stardust), enquanto a versão mais velha tem o magnífico Anthony Hopkins no papel. Só esse aviso e já vele o ingresso!

Créditos: See-Saw Films, BBC Films, MBK Productions
Nicholas Winton é interpretado pelos atores Anthony Hopkins e Johnny Flynn na produção. Em 2003, a rainha Elizabeth o concedeu a honraria de ''Sir'' por seus ''serviços a humanidade''. Após sua morte, em 2015, os jornais no Reino Unido o nomearam de ''O Schindler Britânico''.

O homem, que morreu aos 106 anos de idade, em 2015, assumiu quando rapaz uma missão de resgate que muitos dispensaram por julgarem desnecessária, arriscada ou muito difícil. Mas, para aquele jovem obstinado, nada parecia impossível. Seu feito extraordinário só veio a público décadas depois. Winton escolheu a ação no lugar do comodismo e ainda assim, passou toda sua vida com o incômodo de não ter feito mais diante das injustiças do mundo.

A produção é um relato necessário, que mostra ser sempre possível fazer a diferença no mundo. E ainda que os salvadores não o façam com intenção de reconhecimento, a visibilidade é merecida!

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Escrito por Helen Ribeiro

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