quinta-feira, 30 de maio de 2024

A Filha do Palhaço, de Pedro Diógenes | Assista nos Cinemas


“Não se deixa nunca de ser ator, não”!

Quando, nos créditos finais, descobrimos que este filme foi inspirado numa personalidade real – o primo do diretor, Paulo Diógenes [1961-2024], comediante famoso no Ceará, por conta da criação da personagem Raimundinha –, compreendemos a insistência do realizador na manutenção de algumas seqüências constrangedoras, relacionadas à adoção do melodrama familiar: o desfecho, por exemplo, é sobremaneira problemático na maneira como instaura um clichê de reconciliação, extirpando, para isso, o contracampo com a platéia – até então, indispensável na ‘mise-en-scène’ – e sabotando o jargão do protagonista: “se estamos no buraco, temos que brilhar”!

Em defesa da produção, constatamos que esse constrangimento, evidente em diversos momentos, é um componente essencial do roteiro, inclusive na diegese: é como se o diretor, advindo de uma conjuntura mais experimental de abordagem cinematográfica, se sentisse, ele próprio, mui desconfortável ao narrar uma trama tão linear e convencional, atravessada por valores institucionais retrógrados, não obstante eles serem justificados pela inspiração biográfica em pauta. 

Outrora conhecido por suas atividades no coletivo Alumbramento e pela colaboração com o diretor Guto Parente, que rendeu o excelente “Inferninho” (2018), Pedro Diógenes lançou-se na direção ‘solo’ com um trabalho extraordinário, o semidocumental “Pajeú” (2020). Neste novo longa-metragem, “A Filha do Palhaço” (2022), baseado em um argumento de sua autoria, o realizador cearense abre espaço para uma reflexão paralela sobre as diversas atuações que exercemos em nosso cotidiano: além de cumprir o papel repentino de pai, o protagonista precisa atuar em múltiplas instâncias, seja nas suas lembranças de juventude como intérprete teatral, seja na sua ocupação de sobrevivência enquanto humorista de ‘stand-up’… 

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Ficha Técnica

  • Título Original e Ano: A Filha do Palhaço, 2022. Direção: Pedro Diogenes. Roteiro: Amanda Pontes, Michelline Helena, Pedro Diogenes. Elenco: Lis Sutter, Demick Lopes, Jesuíta Barbora, Jupyra Carvalho, Ana Luiza Rios, Valéria Vitoriano, Patrícia Dawson, Luiza Nobel, David Santos, Rafael Martins, Mateus Honori, Vic Servente, Jennifer Joingley, Patricia Nassi. Gênero: Drama. Nacionalidade: Brasil. Trilha sonora original: Cozilos Vitor, João Victor Barroso. Som direto, edição de som e mixagem: Lucas Coelho. Colorista: Pedro Dulci. Direção de fotografia: Victor de Melo. Direção de arte: Thaís de Campos. Figurino: Lia Damasceno. Som direto, edição de som e mixagem: Lucas Coelho. Montagem: Victor Costa Lopes. Empresa produtora: Marrevolto Filmes. Produtora associada: Pique-Bandeira Filmes. Produção executiva: Amanda Pontes, Caroline Louise. Distribuição: Embaúba Filmes. Duração: 104min.

Vivido de maneira tímida por Démick Lopes, Renato surge maquiado, num palco, improvisando piadas com as pessoas presentes em seu espetáculo. Ao término, ele é visitado em seu camarim por Joana (Lis Sutter), sua filha de quatorze anos, que ele não via há muito tempo. Joana alega ter recebido permissão de sua mãe para visitá-lo e decide passar alguns dias vivendo com ele. Porém, as interações entre os dois são dificultadas pela falta de conhecimento de um em relação ao outro: Renato não consegue reprimir uma tendência progressiva ao alcoolismo, enquanto Joana é muito reticente acerca dos verdadeiros motivos para a sua visita. 

Conforme sói acontecer nesse tipo de enredo, pouco a pouco pai e filha descobrirão alguns interesses em comum, o que desemboca na maravilhosa seqüência em que descobrimos a origem do nome de Joana: quando ela, ao vasculhar alguns discos de vinil, encontra aquele que talvez seja o favorito de seu pai, “Tô Fazendo Falta (ao Vivo)”, da cantora Joanna. Emocionado, como sempre fica ao ouvir a canção-título, Renato cantarola os versos para a filha, num plano demorado e emocionante, no qual constatamos que a letra da canção tem muito a ver com o que a garota sentia naquele instante, pois acabara de sofrer uma decepção relacional… 

Créditos de Imagens: Marrevolto Filmes e Pique-Bandeira Filmes / Embaúba Filmes

A produção fez parte da seleção da Mostra de Cinema de Gostoso e também da Mostra de Tiradente, em ambos os festivais saiu ganhadora de prêmios importante.

Nas conversas de aproximação, Renato confessa à filha Joana que construiu a personagem Silvanelly para acalmá-la, numa crise de choro, quando ela ainda era um bebê. Por mais que Renato não seja presente em sua vida, Joana é onipresente na dele, em evocações. É a deixa para que a garota aceite descobrir mais sobre o seu progenitor, incluindo as razões para ele abandonar a mãe dela, ao se apaixonar por outro homem: o diálogo em que ele narra as separações que marcaram o seu amadurecimento individual confirmam a habilidade do diretor ao valorizar situações tão corriqueiras quanto peremptórias. Para isso, contribui também uma ótima trilha musical, a cargo de músicos como Getúlio Abelha, Vitor Colares e Luíza Nobel, além dos temas originais compostos por Cozilos Vitor e João Victor Barroso, deveras aplaudíveis!

Quando a narrativa se deixa levar pelos instantes banais e maravilhosos do cotidiano, pelas epifanias diuturnas, o filme cresce legitimamente, em âmbito afetivo. Porém, o diretor, quiçá buscando a aproximação com um público acostumado às fórmulas dramáticas excessivamente elaboradas, erige algumas tentativas vexatórias de clímaces, como: a cena do hospital, quando Joana tem uma reação alérgica a uma comida que Renato prepara; a discussão na praia, em que ele repreende a filha, de maneira rude, por ela ter saído do apartamento sem avisar; e a chegada revoltosa de Cristina (Ana Luíza Rios), mãe de Joana, na residência de Renato. Poderíamos acrescentar a este rol as aparições de Jesuíta Barbosa (como um ator teatral que se apresenta ao lado de Jupyra Carvalho), que demoram a se demonstrar orgânicas, e a apresentação frustrada de Silvanelly, no já referido desfecho. É como se, em suas inúmeras fraquezas, Renato não conseguisse se redimir efetivamente, nas diversas performances de sua vida. Indiretamente, isso também serve para o próprio filme, de modo que, em seu cabedal de erros, ele merece, sim, uma chance. Façamos a nossa parte enquanto espectadores e apoiadores, portanto!


HOJE NOS CINEMAS

Haikyuu!! The Dumpster Battle, de Susumu Mitsunaka | Assista nos Cinemas


Haikyuu!! The Dumpster Battle é o novo filme da franquia japonesa Haikyuu (2014-2020). O novo lançamento cinematográfico japonês tem direção de Susumu Mitsunaka e promete esquentar o clima esportivo entre os times Karasuno e Nekoma. Haikyuu é um anime esportivo que surgiu do mangá de mesmo nome, abordando o mundo esportivo do Vôlei. O anime, desde a sua estreia, teve destaque como um dos favoritos nas temporadas que são lançadas, se tornando o queridinho do esporte para muito fãs. O longa metragem que chega aos cinemas brasileiros tem o intuito de dar um passo inicial na finalização da história, sendo a promessa da primeira parte de dois longas que concluirão o anime de Vôlei.

Haikyuu surgiu em 2012 no formato mangá (história em quadrinhos japonês). Com o sucesso do quadrinho japonês criado por Haruichi Furudate em 2014, dois anos após o lançamento do mangá, o anime deu o ponto de partida na televisão japonesa. A partir dos louros garantido do anime na tv, era praticamente obrigatório que mais capítulos da história esportiva fossem adaptadas e chegassem as telas do Cinema.
A proposta do filme abrange um outro patamar e a história do nosso querido time de Vôlei da escola Karasuno chegará a uma audiência ainda maior. O longa mantém a agitação e o carisma que podem ser presenciados no anime, ele consegue inserir os personagens em um desafio de tirar o fôlego, e faz o público se questionar se os nossos protagonistas serão capazes de vencer mais um desafio.
Créditos de Imagens:
A produção chegou aos cinemas japoneses em fevereiro deste e ano e já acumula uma bilheteria mundial de 74 milhões de dólares.

Outro ponto que merece destaque é o já conhecido e esperado show de carisma que os protagonistas Shoyo Hinata (Ayumu Murase/Lucas Almeida) e Tobio Kageyama (Kaito Ishikawa/Bruno Casemiro) apresentam. Os protagonistas conseguem transparecer uma química incrível durante a quase uma hora e vinte e cinco minutos de filme gerando momentos muito engraçados e arrancando gargalhadas do público. Os personagens citados conseguem demonstrar um claro amadurecimento em sua relação de amizade conturbada que foi se moldando durante toda a história já contada no anime. A produção cinematográfica de Haikyuu - ''A Batalha do Lixo'', tradução literal do subtítulo, faz o espectador se sentir em um estádio de vôlei acompanhando um emocionante jogo das Olimpíadas.

Vale ressaltar que atualmente os filmes de anime estão passando por uma ótima fase. Estão conseguindo conquistar pouco a pouco mais espaço no cinema brasileiro. Exemplo disso são os últimos lançamentos de filmes de anime no Brasil e nos últimos dois anos. O público conseguiu assistir a produções como Digimon, Dragonball, One Piece e Spy x Family que são animes muito queridos no meio geek. Todos eles tiveram distribuições distintas, mas a força da comunidade de fãs propiciou que plataformas como a Crunchyroll se unisse a distribuidoras como a Sony Pictures Brasil e trouxesse mais opções de filmes, neste caso, os animes que pouco eram vistos nos cinemas. 

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Ficha Técnica
Título Original e Ano: Haikyuu!! The Dumpster Battle, 2024. Direção: Susumu Mitsunaka. Roteiro: Susumu Mitsunaka - adaptação do mangá escrito e ilustrado por Haruichi Furudate. Elenco internacional: Ayumu Murase, Kaito Ishikawa, Satoshi Hino, Miyu Irino, Yū Hayashi, Yoshimasa Hosoya, Nobuhiko Okamoto, Kōki Uchiyama, Sōma Saitō, Toshiki Masuda. Elenco de vozes nacionais: Lucas Almeida, Bruno Casemiro, Guilherme Marques, Rafael Schubert, Alex Minei Renan Alonso, João Vieira, Fábio Campos, Matheus Azri, Rex Nunes. Gênero: Comédia, drama, anime. Nacionalidade: Japão. Trilha Sonora Original: Yûki Hayashi e Asami Tashibana. Fotografia: Yumiko Nakata. Edição: Junichi Uematsu. Direção de Arte: Ishirô Tatsuta. Animação: Takahiro Chiba, Maiko Nogami, Hideki Takahashi, Takahiro Kishida. Empresas Produtoras: Production I.G., Shueisha, Sony Music Entertainment e Toho Animation. Distribuição: Sony Pictures Brasil e Crunchyroll. Duraçao: 01h25min.
Com todo esse rolê, vemos a importância da própria comunidade mostrar as distribuidoras que existe um público necessitado de filmes de animes nos cinemas brasileiros. E nada melhor do que demonstrar essa força, prestigiando esses longa- metragens indo as salas e levando todo os amigos juntos. Afinal, acompanhar o filme do seu anime tão querido numa super tela é uma experiência muito intensa e gratificante. Talvez até momentos que poderão fazer parte de suas melhores memórias sobre um dos seus desenhos favoritos. Então não perca!

HOJE NOS CINEMAS

Os Estranhos: Capítulo 1, de Renny Harlin | Assista nos Cinemas

 
O modus operandi atual de Hollywood é a fabricação de franquias. Existindo uma oportunidade de se criar um universo expandido, uma trilogia, um reboot ou um remake de alguma propriedade intelectual com potencial mercadológico e apelo com o público, esta chance será aproveitada até o esgotamento. É uma fórmula não muito sustentável a longo prazo e nem sempre funciona, mas isso não impede executivos de grandes marcas do cinema continuarem tentando explorar ao máximo títulos familiares para plateias famintas por entretenimento. Foi nessa toada que a distribuidora e produtora Lionsgate resolveu expandir o universo da franquia ‘Os Estranhos’, criando uma trilogia que funciona como reboot que reimagina a história do filme original... através de um remake. Tendo o projeto zerado o bingo de palavras de ordem da indústria hollywoodiana atual, resta saber: existe realmente substância suficiente pra manter a relevância da marca e o interesse do público? Aliás, será que existe sequer uma boa justificativa conceitual para tamanha firula cinematográfica? Se depender de ‘Os Estranhos: Capítulo 1’ que chega aos cinemas brasileiros neste feriado de Corpus Christi, a resposta talvez não tenha o entusiasmo que os produtores esperam.
Maya (Madelaine Petsch) e Ryan (Froy Gutierrez) celebram 5 anos de namoro enquanto cruzam o país rumo a uma nova vida. Ao se perderem na estrada, param numa cidade pequena e não muito amigável onde a população conservadora julga com ironias o casal por não ser casado e o fato de Maya ser vegetariana. O clima piora quando descobrem que seu carro inexplicavelmente parou de funcionar e são obrigados a se hospedar num airbnb para passar a noite. Maya e Ryan logo são surpreendidos por um trio de pessoas mascaradas que invade a cabana alugada e inicia uma espécie de jogo psicológico para aterrorizar o casal, que precisa lutar por suas vidas.

O cinema do diretor finlandês Renny Harlin não é unanimidade. Responsável por pérolas divertidas e descompromissadas como ‘Duro de Matar 2’, ‘Risco Total’ e ‘A Ilha da Garganta Cortada’, além das farofas queridinhas de fãs do Horror ‘A Hora do Pesadelo 4: O Mestre dos Sonhos’ e ‘Do Fundo do Mar’, também é conhecido por atrocidades universalmente odiadas como ‘O Exorcista: O Início’ e ‘Hércules’ (aquele lá com o Kellan Lutz). Harlin foi escolhido para dirigir a trilogia ‘Os Estranhos’ e seu estilo de direção neste 1º capítulo se mostra competente dentro do esperado. Porém uma falha fatal desta reimaginação do filme de 2008 é não conseguir reproduzir a atmosfera de tensão e crueza que o original trouxe. Tudo soa meio calculado e “limpo” demais, em contraste com a estética mais sóbria do filme de Bryan Bertino que iniciou a franquia. Os maiores problemas de ‘Os Estranhos: Capítulo 1’, contudo, se encontram nas escolhas um tanto quanto duvidosas de seu roteiro. A trama substitui o drama conjugal do filme original por um festival de chavões do horror que meio que infantilizam a obra. Signos óbvios do gênero e clichês baratos são usados sem o menor pudor: crianças bizarras, bombinhas de asma perdidas, personagens misteriosamente decidindo tomar banho em momentos de tensão ou subindo as escadas durante uma perseguição (ao invés de tentarem fugir pela porta da frente). Além disso, mudanças do enredo, talvez para se diferenciar do original, acabam por diminuir (ou tirar completamente) o impacto e crueldade do que é visto no filme de 2008. E as atuações de seu casal de protagonistas não exatamente garante muito mais nuances ao longa, ainda que Madelaine Petsch faça o melhor que pode com a pouca complexidade que é oferecida a sua personagem.

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Ficha Técnica
Título Original e Ano: The Stranger, Chapter 1, 2024. Direção: Renny Harlin. Roteiro: Alan R. Cohen e Alan Fredland - baseado nos personagens criados por Bryan Bertino. Elenco: Jeff Morell, Matus Lajcak, Olivia Kreutzova, Letizia Fabbri, Madelaine Petsch, Froy Gutierrez, Ben Cartwright, Stevee Davies, Richard Brake, Janis Ahern, Pedro Leandro, Ema Horvath. Gênero: Terror. Nacionalidade: EUA. Trilha Sonora Original: Justine Caine Burnett. Fotografia: José David Montero. Figurino: Adina Bucur. Edição: Michelle Harrison. Design de Produção: Adrian Curelea. Direção de Arte: Ghinea Diana e Silvia Nancu. Empresas Produtoras: Fifth Element Productions e Frame Film. Distribuição: Paris Filmes. Duração: 01h31min.

Ainda assim, ‘Os Estranhos: Capítulo 1’ pode oferecer sustos e boas doses de tensão para o público eventual que assista o longa-metragem sem a referência do filme original. A intenção inicial da Lionsgate parece ser introduzir a história para um novo público e dar continuidade direta a ela nos capítulos 2 e 3. Desta forma, em teoria, fãs do original poderiam simplesmente considerar esta 1ª parte uma mera recapitulação do que já conhecem, para retornar ao cinema e testemunhar a continuação inédita de uma história tão familiar. 

Com três filmes gravados simultaneamente em menos de dois meses, é óbvia a confiança da equipe no projeto. E com certeza a curiosidade do público, frente ao baixo orçamento dos filmes, vai garantir uma boa bilheteria. Mas as interrogações que ficam é de que ‘Os Estranhos: Capítulo 1’ não são apenas referentes aos rumos da trama ou o desempenho comercial da trilogia. Dizem respeito também à tentativa de reproduzir sentimentos tão viscerais e espontâneos do público que surgiram num contexto e numa escala distintas. O ‘Os Estranhos’ original encapsula medos muito humanos e sinceros da paranoia e incerteza dos Estados Unidos pós-11 de setembro. Num mundo cada vez mais irônico e sombrio, este remake prematuro que reflete mais um plano empresarial numa planilha do que necessariamente a necessidade de se contar uma história dilui os princípios do que era perfeita síntese do subgênero de invasão domiciliar.

Créditos de Imagens: Fifth Element Productions e Frame Film / Lionsgate / Paris Filmes

O primeiro roteiro do filme contava com 280 páginas. A direção e os produtores explicam que este também foi um dos fatores para a fragmentação da narrativa em três capítulos.

Não existe ao certo uma explicação narrativa para as atitudes brutais das pessoas mascaradas que perseguem o casal de protagonistas. Mas aqui a premissa se perde um pouco, uma vez que existe uma explicação mercadológica e agressiva por trás de tais atos: estratégia corporativa.

HOJE NOS CINEMAS

Meu Sangue Ferve Por Você, de Paulo Machline | Assista nos Cinemas


Encerrando maio com o coração quentinho e já preparando a vibe para o dia dos namorados, chega aos cinemas a comédia romântica, dirigida por Paulo Machline (O Filho Eterno, 2016), “Meu Sangue Ferve Por Você”. A película brasileira conta a bela história de amor vivida pelo cantor Sidney Magal e sua esposa e musa Magali West.

Quem viveu os gloriosos anos 70 e 80, e mesmo as gerações posteriores, com certeza se rendeu ao gingado latino “caliente” do artista que era a sensação da época. É quase impossível que o público assista ao filme sem cantarolar mentalmente as letras chicletes de Magal. O roteiro de Thiago Dottori e Paulo Machline não trata especificamente da carreira de Magal, para isto assista o documentário ''Me Chama Que Eu Vou'' (Joana Mariani, 2022), logo, ele tem a brilhante sacada de focar de forma ficcional em um período específico em que Magal foi jurado do concurso “A Estudante Mais Bela de Salvador” , na vibrante cidade da Bahia, e conheceu uma das concorrentes, a jovem Magali West. Aliás, ter Salvador como cenário fez toda diferença na descrição dos fatos, dando um ar alegre ao enredo. A atração entre os dois foi instantânea e, como bem descreveu o cantor, ''Magali foi um raio sublime que surgiu em sua vida''. Na realidade, Magal e Magali conheceram-se quando ele já tinha 29 anos e ela 16, se casaram em 1980. Na ficção, o jovem impulsivo e apaixonado arrisca a própria carreira e os compromissos profissionais para conquistar a atenção da jovem e exuberante Magali.

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Ficha Técnica
Diretor: Paulo Machline. Roteiro: Roberto Vitorino, Homero Olivetto, Paulo Machline, Thiago Dottori. Elenco: Filipe Bragança, Giovana Cordeiro, Caco Ciocler, Emanuelle Araújo, Sidney Santiago Kuanza, Sol Menezzes, Pablo Morais, Tânia Toko. Gênero: Romance, Comédia, Biografia. Nacionalidade: Brasil. Diretor de Fotografia: Marcelo Durst, ABC. Diretor de Produção: Dudu Lima. Casting: Raphaela Barcalla e Eduardo Benesi. Diretora de Arte: Marinês Mencio. Figurinista: Masta Ariane. Preparador de Elenco: Christian Duurvoort. Coreógrafa: Lili de Grammont. Preparador Vocal: Marcello Boffat. Produtores: Diane Maia, Joana Mariani, Dan Klabin, Paulo Machline. Produção Executiva: Andre Montenegro – UPEX, Diane Maia. Distribuição: Manequim Filmes. Duração: 01h38min.
Nem mesmo as jogadas desonestas de seu empresário Jean Pierre, vivido por Caco Ciocler, ou as preocupações e castigos da mãe da garota, interpretada por Emanuelle Araújo, foram capazes de afastar o casal apaixonado. O roteiro ainda dá leves pinceladas sobre diversidade, família e aceitação. O tio de Magali é um forte aliado da garota e tem um papel importante em sua família. O diretor contou com a consultoria do casal homenageado para contar a história de amor de forma ficcional sem alterar os fatos mais marcantes. Felipe Bragança, que viveu o jovem Vitor Dantas na série Dom, foi escolhido especialmente para viver o protagonista e o encarna de maneira impecável com caras e bocas, sem deixar de lado os trejeitos sensuais que foram, e ainda são, a marca registrada do rei do rebolado. O próprio Magal deu dicas ao ator e aprovou o resultado, que traz às telas o lado humano de Sidney de Magalhães que o público talvez ainda não conheça. A musa Magali é vivida por Giovana Cordeiro e também foi selecionada com o aval da própria Magali. Sua performance traz todo um axé especial ao romance.

Créditos: Mar Filmes e Amaia Produções / Manequim Filmes
O filme passou pelo Festival do Rio em 2023

A trama ganha a maestria das canções compostas por Magal como trilha e como auxilio para narrar a história. Utiliza-se, inclusive, músicas que seriam compostas anos depois do período abordado. E deveras, o ponto alto do filme é a participação especial do próprio Sidney. Meu Sangue Ferve Por Você” é uma comédia deliciosa com um romance leve e cheio de intensidade. Uma produção que leva o espectador a sair da sala de cinema com um sorriso bobo, acreditando que o amor à primeira vista é possível e está escrito nas estrelas. Também é uma homenagem mais que merecida a este casal que ainda vive um amor real e profundo nos dias de hoje, quando as relações são tão voláteis.

Assista e leve todos os seus amigos, paixões e até o seu amor próprio. Fique até o final dos créditos!

Avaliação: Quatro rosas vermelhas (4/5).

HOJE NOS CINEMAS

A Metade de Nós, de Flavio Botelho | Assista nos Cinemas


“Qual o nome que se dá para quem perde um filho? Não é órfão, nem viúvo… O que é que eu sou?!”


Nos créditos de encerramento de “A Metade de Nós” (2023, de Flávio Botelho), há uma dedicatória para “todas as pessoas que já perderam um filho”. De fato, como questiona um pai enlutado, enquanto chora copiosamente, não há sequer um nome específico para esta condição: é uma perda atroz, que, neste filme, é abordada através da perspectiva sensível de um casal já idoso, cujos membros se redescobrem individualmente, após a ausência de um ente querido. Eis a explicação para o título.

A mulher, Cristina (Denise Weinberg), é professora universitária. De caráter rígido, ela não se dispõe a chorar. Prefere voltar ao trabalho o quanto antes, evita sequer falar sobre Felipe, o filho que se suicidara, rejeitando presentes ou lembranças que evoquem o período em que ele esteve vivo – incluindo as memórias de infância. Aparentemente, ela deseja seguir em frente; O marido, Carlos (Cacá Amaral), por sua vez, fica emocionalmente dilacerado. Tenta insistentemente conversar com a esposa, mas é involuntariamente rechaçado por ela, que sequer consente em lhe direcionar o olhar… 

Em determinado momento, as circunstâncias dolorosas da situação (o fato de que não conheciam suficientemente o filho que acabara com a própria vida) fazem com que ambos se separem: Cristina passa a cuidar da cadela de Felipe, enquanto Carlos vai morar em seu apartamento. Lá, aceita a proximidade e a companhia de um vizinho, Hugo (Kelner Macêdo), em relação a quem chega até a permitir um flerte homossexual. “Tu queres descobrir se Felipe era gay?”, pergunta Hugo. Nem mesmo isso Carlos sabe! 


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Ficha Técnica
Título Original e Ano: A Metade de Nós, 2023. Direção: Flavio Botelho. Roteiro: Bruno H. Castro, Daniela Capelato, Flavio Botelho. Elenco: Denise Weinberg, Cacá Amaral, Kelner Macêdo, Clarice Niskier, Henrique Schafer, Justine Otondo. Gênero: Drama. Trilha Sonora: Edson Secco. Fotografia: Leo Resende Ferreira. Edição: Tina Hardy. Design de Produção: Marcos Pedroso. Figurino: Anne Cerutti. Designer de Som: Rubén Valdes. Produção: Caio Gullane, Claudia Büschel, Fabiano Gullane, Flavio Botelho. Empresas Produtoras e Co-Produtoras: Gullanes, Trailer Filmes e Canal Brasil. Distribuição: Pandora Filmes. Duração: 89 minutos. Classificação Indicativa: 14 anos.
Na primeira seqüência do filme, Cristina e Carlos estão diante do psiquiatra do filho, Sérgio (Henrique Schafer), em seu consultório. Ela o encara de maneira firme, agressiva, recusa-se a sentar. Por não saber que o filho era depressivo, Cristina responsabiliza o médico pelo que aconteceu. Mais à frente, esta seqüência se repetirá, e sabemos que Cristina possui uma arma em sua bolsa. O pior ocorrerá? Tem como ficar ainda pior? 


Em pouco menos de uma hora e meia de duração, este filme acompanha o esfacelamento emocional de ambos os personagens: enquanto Carlos, que é explicitamente afetado pela dor, permite-se descobrir novas experiências, freqüentando inclusive festas juvenis, Cristina vigia o cotidiano de Sérgio, de maneira quase psicótica, crente de que o suicídio de seu filho foi induzido pelos efeitos colaterais dos remédios que lhe foram receitados pelo profissional da saúde. O desparecimento súbito da cadela, numa noite, permitirá que o casal de idosos una forças novamente, em busca de algo comum. A reconciliação definitiva ocorrerá numa cachoeira, numa cena belíssima, que lhes permitem também reconciliar simbolicamente com o filho morto. 


                                                                                    Crédito de imagens: Gullane / Pandora Filmes
                          A produção esteve na seleção da Mostra Internacional de São Paulo em 2023


Quando Felipe surge em tela, é através de lembranças gravadas em vídeos antigos: desde pequeno, se interessara por pintura, algo bastante valorizado por Carlos, que ainda exerce as suas funções como fonoaudiólogo, apesar da idade avançada. Ele esmera-se por manter a memória do filho viva, pendurando e presentando parentes com os quadros que ele pintava, mas Cristina opõe-se a isso, terminantemente. Repetimos o questionamento: qual o nome que se dá para alguém que perdeu o filho? 


O roteiro do filme é escrito pelo próprio diretor, em parceria com Bruno H. Castro. Seus dois protagonistas estão excelentes, revelando-se complementares em reações tão opostas. A trilha musical é delicada e os diálogos são compassados. Na maior parte deles, Carlos tenta conversar com Cristina, preparando-lhe comida, esforçando-se para interagir matrimonialmente. Ela recusa, quase sempre, e, ao fazer isso, não percebe que está ainda mais obcecada pela perda que seu marido, rendendo-se a equivocados sentimentos de vingança. O desfecho do filme, neste sentido, é balsâmico. É um filme modesto, mas sincero e carinhoso. Para quem enfrentou situações semelhantes, a identificação dramática é certeira!

HOJE NOS CINEMAS 

Imaculada, de Michael Mohan | Assista nos Cinemas


“Sofrimento é amor”, proclama a Madre Superiora interpretada por Dora Romano no filme de terror do momento. Seguindo tais palavras, ‘Imaculada’ provoca reflexões sobre os limites da devoção e que tipo de sacrifício é necessário para se alcançar um ideal distorcido de amor. A convite do Padre Tedeschi (Álvaro Morte), a noviça recém-chegada dos Estados Unidos, Irmã Cecilia (Sydney Sweeney), se junta a um recluso convento na região rural da Itália que funciona como casa de acolhimento para freiras idosas. Após ter pesadelos aterradores, Cecília é surpreendida com a descoberta de que, mesmo tendo se mantido fiel a seus votos de castidade, está grávida. Apesar de a comunidade religiosa interpretar tal concepção sem pecado como uma bênção, o suposto milagre logo se revela um terrível pesadelo.

Imaculada’ não existiria se não fosse pela intervenção divina de Sydney Sweeney. A atriz fez testes para atuar no filme, mas o desenvolvimento nunca foi adiante até que ela própria comprasse os direitos do roteiro e se tornasse produtora do projeto, após despontar ao estrelato com seu papel no hit da HBO ‘Euphoria’. Para o cargo de direção, Sweeney convidou Michael Mohan, com quem já havia trabalhado na série ‘Everything Sucks’ e no thriller ‘Observadores’.

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Ficha Técnica
Título Original e Ano: Immaculate, 2024. Direção: Michael Mohan. Roteiro: Andrew Lobel. Elenco: Sydney Sweeney, Alvaro Morte, Simona Tabasco, Benedetta Porcaroli, Giorgio Colangeli, Dora Romano, Giulia Heathfield Di Renzi, Betty Pedrazzi, Giampiero Judica. Gênero: Terror. Nacionalidade: . Trilha Sonora Original: Will Bates. Fotografia: Elisha Christian. Design de Produção: Adam Reamer. Figurino: Annalaura Belli, Lisa Crescioli e Sonia Ravenna. Direção de Arte: Francesco Scandale. Edição: Christian Masini. Empresas Produtoras: Black Bear e Fifty-Fifty FIlms. Distribuição: Diamond Films Brasil. Duração: 01h29min.

O longa protagonizado por Sydney Sweeney traz uma dose extra de brutalidade para o subgênero do horror religioso, que ano após ano desova no cinema mais exemplares de filmes que, em maior ou menor grau, repetem os mesmos chavões e vícios, por vezes sequer se dando ao trabalho de não soar genéricos e formulaicos. ‘Imaculada’ acaba ficando no meio-termo, servindo lugares-comuns esperados (como freiras assustadoras e portas rangendo de forma cartunesca), mas se permitindo ir um pouquinho mais além. Chega até mesmo a flertar com o conceito de nunsploitation, ao arriscar uma nesga de ultraje, um tantinho de afronta. A personagem de Sweeney, uma devota dedicada a sua fé que se vê numa situação que não tem controle, é vítima das circunstâncias, mas também não é uma mocinha indefesa que encara tudo passivamente. Ela tem agência, é curiosa e usa suas vulnerabilidades como força motriz para se salvar. A atuação de Sweeney é o ponto alto de ‘Imaculada’, trazendo camadas interessantes para um filme que infelizmente falha em tirar proveito de todo potencial que sua trama apresenta. Enquanto o roteiro de Andrew Lobel deixa várias deixas para construção de situações promissoras de suspense e terror psicológico, certas cenas soam mal executadas devido a escolhas fáceis, como jump scares que tentam surpreender o público, mas acabam por diluir a tensão de forma anticlimática. O longa de Michael Mohan, contudo, tem alguns outros méritos, como boas cenas de violência gráfica, um senso de movimentação fluído e deslizante que torna cenas mais envolventes ao integrar deslocamentos de câmera pelos cenários com a atuação do elenco. 

Créditos de Imagens: Black Bear e Fifty-Fifty Films / Divulgação
O filme que conta com distribuição norteamericana da NEON começou sua rodada de estréias comercias em março deste ano. Sua primeira exibição foi realizada no ''South by Southwest Film Festival''.

Se beneficiando do star power e da performance admirável de Sydney Sweeney, 'Imaculada' é um filme regular que se destaca por sua camada tímida porém deliciosa de absurdo e heresia. De forma nada sutil, reflete acerca da autonomia das mulheres sobre o próprio corpo, ressoando a decisão da Suprema Corte americana de vetar a jurisprudência Roe vs Wade, que garantia o direito individual ao aborto nos Estados Unidos. Ainda que caia em clichês batidos do gênero e apenas em seu último ato prove a que veio, apresenta um final ousado e impactante o suficiente não apenas para fugir das inevitáveis comparações com o recente ‘A Primeira Profecia’, mas principalmente para permanecer na memória do público.
HOJE NOS CINEMAS

sexta-feira, 24 de maio de 2024

Morando Com o Crush, de Hsu Chien


Ser adolescente é viver uma fase cheia de novos acontecimentos e Luana (Giulia Benite) acredita que está com um crush pesado em Hugo (Vitor Figueiredo), um garoto lindo e super simpático do colégio. A garota mora com o pai (Marcos Pasquim) que é viúvo e muito dedicado ao trabalho. Fábio perdeu a mãe de Luana muito cedo, quando a menina ainda era um bebê, e a mesma era médica. A jovem, aliás, vive falando que talvez poderá seguir a mesma carreira da mãe, mas pode ser que tudo mude. Belo dia, ela e Hugo começam a se aproximar na escola e até marcam de sair, mas algo acontece e o encontro se dá de outra forma. Na verdade, a mãe de Hugo, Antônia (Carina Sacchelli), acabou conhecendo o pai de Luana, Fábio, e os dois acabaram iniciando um relacionamento as escondidas. Os dois adolescente são totalmente pegos de surpresa quando são levados para jantar juntos e recebem uma notícia ainda mais inusitada: vão morar juntos! Os pais vão mudar de cidade devido ao trabalho e para criarem ainda mais conexão vão dividir a mesma casa. A dupla, a principio, freia os sentimentos, mas aos poucos a convivência vai os fazendo mais e mais apaixonadinhos um pelo outro. O problema é que por conta da mudança os dois precisam ir para uma escola próxima e por lá só há vagas para irmãos. Fábio e Antônia não hesitam em omitir que eles não o são e o fazem pelo bem dos filhos. A situação que já não era muito incomum, vira algo muito maior do que Luana e Hugo podiam imaginar. Ademais, os vizinhos adolescente que moram perto à eles estão querendo saber quem eles são e conhecer mais a dupla recém-chegada a escola, principalmente Priscilla (Julia Olliver), a jovem está em casa por conta de um acidente com o pé e vive de butuca na vida alheia.

O filme ''Morando Com o Crush'' tem direção de Hsu Chien (Licença Para Enloquecer) e roteiro Sylvio Gonçalves. A produção da Paris Filmes tem  tempo para romance, drama, confusões e traz momentos engraçados com a ilustre presença de Ed Gama como o faz tudo Cleidir. Juliana Alves e Narjara Tureta também estão no elenco.

Trailer

 
Ficha Técnica
Título original e ano: Morando com o Crush, 2024Direção: Hsu Chien. Roteiro: Sylvio Gonçalves. Elenco:  Giulia Benite, Vitor Figueiredo, Marcos Pasquim, Carina Sacchelli, Júlia Olliver, Ryancarlos de Oliveira, Juliana Alves, Amaurih Oliveira, Ed Gama, Sara Alves, Luísa Bastos, Alice Baltezam, Jenifer Ramos, Narjara Turetta, Edu Mendonça, Mariana Catalane,Laura Tietz, Yonara Karam, Manuela Freitas, Diego de Lima. Gênero: Comédia, Romance, Drama. Nacionalidade: Brasil. Direção de Fotografia: Alexandre Berra. Direção de Arte:  Eduardo Antunes. Figurino: Carol Scortegagna. Maquiagem: Val Oliveira. Direção de Produção: Mônica Catalane. Som: Marcelo Armani. Produção de Elenco: Diego de Lima. Produção Executiva: Marilane Castro da Costa, Flavio Barboza, Mariana Marcondes. Produção: Marcio Fraccaroli, André Fraccaroli, Veronica Stumpf. Produção Associada: Paulo Nascimento, Rodrigo Castellar. Produção: Paris Entretenimento. Coprodução: Paramount Pictures e Simba Content. Apoio: Telecine. Distribuição: Paris Filmes. Duração: 01h30min 
O roteiro nos traz inúmeras situações inusitadas. Desde a questão da dupla de adolescentes estar apaixonada até mesmo a questão de terem fingirem que são irmãos para todos na escola. Os pais, com seus dilemas próprios de se entenderem, sequer percebem que os filhos também estão apaixonados e até se vê mais maturidade por parte destes últimos do que dos adultos. A convivência para os quatro vai criando certos ruídos, algo normal, mas que deixa tanto Fábio e Antônia sem saberem lidar com o humor um do outro como também Luana e Hugo se desentendem. Não bastasse toda a situação, a vizinha Priscilla não para de tentar bisbilhotar a relação de Luana e Hugo e usa até a irmã pequena Tetê (Sara Alves) para espiar os dois. Acaba achando provas contra os dois e faz com que eles tenham que se explicar perante a vizinhança. Até mesmo porquê Luana e Hugo são quase forçados a participar de um concurso de talentos onde somente irmãos podem concorrer. 

                                                                                                        Créditos de Imagem: Paris Filmes

O quarteto de protagonistas tem uma ótima química e representa bem uma família em construção 

Giulia Benite tem participado de inúmeras produções. Aliás, no mesmo fim de semana que Morando Com o Crush debuta nas telas, a atriz aparece também em ''De Repente, Miss!'' ao lado de Fabiana Karla. A atriz ficou conhecida por seu trabalho na adaptação live action de ''Turma da Mônica'' ainda criança e agora parte para filmes com temáticas mais teens. Compenetrada e sempre muito bem em cena, Giulia cresce frente as câmeras e também na profissão. Para os que acompanham sua carreira, é muito legal ver a sua jornada e o quão dedicada ela é. Aqui ela está ainda mais determinada e faz uma ótima performance. Vitor Figueiredo está estrelando seu primeiro filme e consegue convencer como um jovem cheio de sonhos e que tem uma conexão bem desenvolta com a mãe.

A produção traz um elenco diverso e pessoas pretas tem cargos importantes como Juliana Alves que interpreta a diretora da escola Karina. Marcos Pasquim interpreta um pai um pouco infantilizado demais, mas de bom coração e Carina Sacchelli é uma mãe e mulher forte em cena. Ed Gama aparece para dar uma aliviada nas problemáticas e até faz rir com seu nordestino falastrão.

                                                                                                                             Créditos de Imagem: Paris Filmes
A diversidade de temáticas é um ponto muito positivo para ''Morando Com o Crush'' 

Morando Com o Crush é um filme bem família ou até para ver com os amigos. Divertido e leve, a produção não tem muitas intenções e passa uma mensagem positiva quando uma das personagem antipáticas do filme repensa suas atitudes e pede desculpas a quem tentou prejudicar. 

Hsu Chien também dirigiu este ano ''Licença Para Enlouquecer'' estrelado por Danielle Winitis. Mônica Carvalho e Michele Muniz, este com uma temática mais adulta e espiritual. Aqui traz os adolescente para o cinema e consegue fazer um bom trabalho.

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