Planeta dos Macacos - O Reinado chega aos cinemas com aquele gostinho de scifi misturado a ação que os fãs da franquia amam. Os três últimos filmes, ''Planeta dos Macacos - A Origem'', ''Planeta dos Macacos - O Confronto (2014)'' e ''Planeta dos Macacos - A Guerra'' (2017), e, conduzidos por Matt Reeves, ganham uma sequência digna e repleta de camadas a se explorar, contudo, agora dirigido por Wes Ball (responsável pela adaptação de livros The Maze Runner nas telas. Contextualizado como uma ''era pós-César'', personagem de Andy Serkis nos filmes de Reeves, onde humanos perderam a habilidade da fala e os macacos continuam sua busca por um reinado forte e estruturado, o longa entrega muita ação e revela um clã de primatas que vive em uma vila afastada e que dita suas próprias leis.
O grupo tem sábios e anciãos que lideram seus jovens falando sobre coragem, bravura e a aliança com águias e diversos pássaros. O jovem Noa (Owen Teague) e os amigos estão prestes a passar por rituais de consagração no grupo e precisam trazer aos superiores ovos que estão no alto de montanhas. Ali se inicia uma aventura por provação que se desestabiliza com a chegada de uma humana ao lugar. Eles a chamam de ''Eco'', mas Mae (Freya Allan), a humana de grandes olhos azuis, está ali pois ''aparentemente'' o clã sabe se cuidar e tem comida por perto. Ao passo que o dia do ritual se aproxima, um grupo forte de outro clã de primatas invade e destrói a vila para capturar a todos e os levar para ser mão de obra na insana aventura de Proximus Cesar (Kevin Durand). Noa é o único que consegue fugir durante o ataque, mas ao ver o pai ser flagelado, decide ir atrás dos invasores e trazer todos os amigos e familiares para casa. No meio do caminho, faz amizade com Raka (Peter Macon) e este o conta sobre o grande líder do passado e de como os macacos se tornaram inteligentes através dos livros. Contudo, Noa percebe que os invasores declamam o nome deste líder chamado ''Cesar''com um intuito destinto.
A produção conta ainda com Dichen Lachman, William H. Macy, Owen Teague, Lydia Peckkam, Sara Wiseman, Karin Konoval,Travis Jeffery Eka Darville e Ras-Samuel no elenco e é a primeira da franquia a ter o selo de distribuição Disney Motion Pictures em todo o mundo.
Trailer
Ficha Técnica
Título Original e ano: Kingdom of The Planet of the Apes, 2014. Direção: Wes Ball. Roteiro: Josh Friedman - baseado nos personagens criados por Rick Jaffa e Amanda Silver. Elenco: Freya Allan, Kevin Durand, Dichen Lachman, William H. Macy, Owen Teague, Lydia Peckkam, Peter Macon, Sara Wiseman, Karin Konoval,Travis Jeffery Eka Darville Ras-Samuel. Gênero: Ação, Scifi, Aventura. Nacionalidade: Eua. Trilha Sonora Original: John Paesano. Fotografia: Gyulia Pados. Figurino: Mayer C. Rubeo. Edição: Dirk Westervelt e Dan Zimmerman. Design de Produção: Daniel T. Dorrance. Supervisor de Direção de Arte: Ian Gracie. Efeitos Especiais: Weta Workshop e Weta FX. Empresas Produtoras: Disney Studios Australia, 20th Century Fox, Oddball Entertainment, Jason T. Reed Productions. Distribuição: Walt Disney Studios Motion Pictures. Duração 02h25min.
A narrativa é tão bem desenvolta quantos os filmes anteriores e apresenta dilemas como o de falsos profetas buscando somente manter seu poder como líder ou ainda como os humanos não estão em cena para serem aliados, mas sim para tentarem recuperar o seu status de dominação a qualquer custo. As idéias de César sobre uma nação de macacos unidos pelo bem comum é subvertida e muito de suas idealizações, na verdade, estão esquecidas. Aqui ''Proximus Cesar'', ou melhor, o ''novo Cesar'' quer buscar recursos bélicos e ter aliados inteligentes para assim ter mais e mais poder, ainda que isto curte a exploração e escravidão dos seus. O primata tem como convidado um humano velho e falido de objetivos e sonhos, personagem de William H. Macy. De cabelo desgrenhado e semblante amalucado, o homem acredita que aqueles humanos que restaram devem se ajoelhar ao pé dos mais fortes que agora são os Macacos. Por outro lado, um intrigante personagem, o velho símio Raka, que até chega a lembrar um pouco Maurice (Karin Konoval), grande amigo do falecido César, se mostra sábio e consciente das concepções que àquele nutria como líder.
Ao passo que Noa surge como um novo possível representante, não só de seu Clã, mas dos seus semelhantes, pois detêm todas as características nobres que Cesar, se assiste o crescimento do personagem. Sua bravura e persistência o levam a reencontrar os membros restantes de sua família e o fazem se aliar a humana Mae para tentar retirar o grupo do domínio de um reinado sangrento e explorador.
Créditos: Walt Disney Motion Pictures
A nova trama não só convence como vem com ótimas pautas questionadoras. A franquia dos Planetas dos Macacos, aliás, sempre foi incrível em trazer questionamentos sobre o poder de dominação entre as espécies e nunca deixou de aclamar a ciência como um poder que pode até fugir do controle.
Wes Ball, que é conhecido pela direção de todos os filmes que adaptam os livros ''The Maze Runner'' para as telas consegue manter o espectador atraído pela história e por seus rumos. Temos em primeira mão um filme com tecnologia IMAX e com alta qualidade visual. A sonoridade do filme é grandiosa e tem assinatura de John Paesano que trazem canções emblemáticas dos primeiros filmes.
O elenco é totalmente novo e nem Andy Serkis retornou para perfomances de alguns dos Simios. O grande destaque é de Kevin Durand como ''Proximus Cesar'' e também do seu exército sanguinário de gorilas. Owen consegue trazer doçura e muitas das características que assistimos Andy jogar e seu César. Já Freya, que interpretra a humana Mae, se torna um ponto de conexão frágil e que se torna complicado. Desta maneira, ainda que aqui se veja mais o embate entre macacos é sobre a humanidade faltante daqueles que restam vivos que certas cenas falam bastante.
Créditos: Walt Disney Motion Pictures
O primeiro trailer do filme atingiu apenas em um dia 75 milhões visualizações
Gravado na Australia, Planeta dos Macacos: O Reinado é poderoso em captar a audiência que é fanática pelo gênero e tem tudo para ter continuações de grande relevância.
Avaliação: Quatro ovos sagrados (4/5)
HOJE NOS CINEMAS
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