Corpos eviscerados, rostos deformados por foices, mutilações inimagináveis, muitos gritos e choros por conta de torturas diabólicas. Essas são algumas das “delícias” que o público poderá conferir em A Maldição de Cinderela. As cenas deste terror, adaptado do clássico conto de fadas de Cinderela, vão fazer a alegria dos fãs do trash.
Uma das vertentes do gênero horror no cinema, o trash sempre têm muitos admiradores ao redor do globo. De baixo orçamento, propositalmente tosco, com atuações histriônicas, seu lema é do quanto pior, melhor. A diretora britânica Louisa Warren domina bem essa gramática e segue as regras à perfeição. Como os títulos de seus outros filmes denunciam, Fada dos Dentes (2019), A Maldição das Sereias (2019) e outros que não chegaram ao Brasil, especializou-se nesse nicho com uma competência admirável.
A estória de Cinderela é amplamente conhecida, foi inclusive tema de um dos clássicos desenhos animados da Disney. Uma órfã, hostilizada por sua madrasta e suas duas meio irmãs, vive uma vida de criada num lindo castelo. Uma noite, com a ajuda de uma fada madrinha, consegue ir ao baile real, onde o príncipe irá escolher uma esposa para seus filhos. O amor entre ambos nasce de uma dança no baile. Mas Cinderela tem que fugir de abrupto, pois o encanto da sua madrinha mágica tem hora para expirar. De linda debutante, com um vestido deslumbrante, voltaria a ser a criada borralheira. Na rapidez de sua fuga, deixa cair um delicado sapatinho de cristal que usava. O príncipe, muito esperto, leva o sapatinho a todos os castelos de nobres do seu reino. A jovem que conseguisse calçá-lo seria sua companheira para toda a vida. Mesmo com os subterfúgios e artimanhas das vilãs do conto imemorial, Cinderela calça o sapatinho e revela-se aos olhos do príncipe apaixonado. Daí casam-se e vivem felizes para sempre.
Trailer
Ficha Técnica
No terror, o encanto que é a estória de Cinderela tem uns pequenos aperfeiçoamentos. O príncipe, amante de uma das filhas da madrasta da protagonista, resolve divertir-se com a heroína, humilhando-a no baile. Mas a fada madrinha é um monstro disforme, saído de um livro tenebroso, e resolve dar a Cinderela a vingança perfeita: uma chacina horrenda de todos os nobres do baile. Aí é sapatada de cristal de um lado para o outro. As mortes são horríveis, sangue e vísceras aos borbotões. Tudo mal encenado propositadamente, com efeitos especiais toscos, obedecendo as regras do gênero, o que dá mais entusiasmo aos espectadores e pode sim causar muitas risadas, além de caretas de nojo.Título Original e Ano: Cinderella's Curse, 2024. Direção: Louisa Warren. Roteiro: Harry Boxley, Charles Perrault. Elenco: Danielle Scott, Kelly Rian Sanson, Harry Boxley, Chrissie Wunna, Louisa Warren, Lauren Budd. Gênero: Terror,Fantasia. Nacionalidade: Reino Unido. Trilha Sonora Original: James Cox. Edição: Jack James.Design de Produção: Milesi James .Distribuição: A2 Filmes. Duração: 78min.
A atriz Kelly Rian Sanson, interprete de Cinderela, faz uma personagem de fantasia nada convencional. Chorosa e bondosa no início, torna-se uma serial killer pavorosa no final, dando cabo da vida de todos que a fizeram mal. Os vilões são todos maneiristas e exagerados, aquele famoso apelo para que não se esqueça de que o filme é sim um trash. E como a Cinderela sofre! O que a madrasta, suas irmãs e o príncipe fazem com a moça não está no gibi. Mas a vingança vem a galope, ainda mais com a ajuda do zumbi madrinha, e sangue se paga com sangue. Até carruagens explodindo nós temos!
Crédito de Imagens: Divulgação / A2 Filmes / ChampDog Films
O filme não é para ser levado a sério. Ele se apresenta com um ideal mais de ''divertir a partir do seu exagero e de sua falta de credibilidade''. Ademais, os longas deste estilo não entram para a história do cinema, são logo esquecidos. Mas os admiradores passam horas prazerosas assistindo-os e indicando aos amigos. Nessa nossa realidade com tantos problemas, boas risadas são sempre bem-vindas.
A simpática diretora Louisa Warren e a bela atriz principal Kelly Rian Sanson estiveram no Brasil, na pré-estreia do filme. Muito sorridentes e solícitas, atenderam a todos os pedidos de fotos e perguntas dos entrevistadores. Que mais filmes delas passem nos nossos cinemas! Afinal, produções com ''teor mais tosco'' são uma das vertentes do cinema mais divertidas que existem, fórmula, inclusive, das franquias milionárias como ''Pânico'' (criada por Wes Craven) e ''Sexta Feira 13'' (de Victor Miller). É cinema raiz na sua essência: diversão pura!
Nota: 2/10.
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