quinta-feira, 20 de junho de 2024

Divertida Mente 2, de Kelsey Mann | Assista nos Cinemas

 
Divertida Mente [Peter Docter, 2015] foi lançado em um ano em que a safra de animações foi muito recheada. Entre os filmes na prateleira, figuraram: ''Bob Esponja - Um Herói Fora D'Àgua (Paul Tibbitt, Mike Mitchell), Minions (Pierre Coffin, Kyle Balda), Shaun: O Carneiro (Richard Goleszowski, Mark Burton), O Bom Dinossauro (Peter Sohn), O Pequeno Príncipe (Mike Osborne), Epa! Cadê o Noé? (Sean McCormack, Toby GEnkel), Snoopy & Charlie Brown: Peanuts, O Filme (Steve Martino), Cada Um na Sua Casa (Tim Johnson) e Hotel Transilvânia 2 (Genndy Tartakovsky)''. Ao lado de alguma destas, inclusive, concorreu ao Oscar no ano seguinte e saiu vencedora. O filme com produção da Pixar e da Disney chegou a ganhar noventa e nove prêmios em uma leva de mais de cento e dezoito indicações e abordava o nascimento e chegada da pequena Riley, além do seu crescimento e início da vida estudantil tendo que enfrentar uma mudança de ares quando seu pai, inicia fora da cidade em que moram, um novo emprego. A trama ganhou os corações do mundo inteiro por revelar intensamente como a cabecinha da garotinha orquestrava seus sentimentos, entre eles, Alegria, Medo, Tristeza, Nojinho e Raiva. Aliás, o conjunto protagonizava a trama nos revelando como é comandar a vida da menina.

A psicologia comportamental de Divertida Mente foi a grande estrela e o norte para o sucesso do longa e muito se falava em uma possível sequência e esta chega agora aos cinemas com um solo consolidado e, talvez, até muita pressão para ser tão bom quanto seu antecessor, a boa notícia é que ele é sim. Com direção do estreante Kelsey Mann e roteiro de Meg LeFauve e Dave Holstein, a animação embarca o espectador novamente na vida da pequena Riley, mas agora ela está com seus 13 anos e chega a adolescência. Assim, novos sentimentos, como a Ansiedade, o Tédio, a Vergonha, a Nostalgia, e a Inveja adentram a sala de comando já conhecida do público e as antigas emoções acabam tendo que lidar com o universo caótico que estes novos habitantes trazem. Isto porquê Riley agora tem olhares diferentes para as ilhas da vida, a amizade começa a ganhar muita força e suas grandes amigas, na verdade, vão se mudar, frustrando um pouco os planos que ela havia construído para que elas entrassem juntas no time de Hockey do ensino médio. 

Quando lançado o trailer, Divertida Mente 2 conseguiu alcançar expressivas 157 milhões de visualizações nas primeiras 24 horas. Não atoa, na estreia estadounidense da película, o filme já superou a marca de $154 milhões em sua abertura. 

                                                     Créditos de Imagens: © 2024 Disney/Pixar. All Rights Reserved.O primeiro rascunho das emoções para a sequência, trazia Liberdade, Amor, Paixão e Força, mas foram substituídos 

Se no primeiro filme, temos Riley aos 11 anos, aqui a chegada dos 13 é impactante. Descobrimos que a mente agora tem espaço para sarcasmo, uma sala de segredos e que a bobeira ainda está ali nas ilhas, mas não é tão forte assim. A família guarda um lugar especial, mas a amizade é quem cresce na cabecinha da menina. Quando os sentimentos antigos entram em choque com as ideias dos novos, vemos ainda como a ''policia da mente'' funciona ou até mesmo que na formação do caráter da menina será crucial que alguns pensamentos se destruam para que o ''sistema de crenças'' e a ''prateleira da identidade'' ganhem estrutura para a levar a crescer e se tornar madura. A puberdade tem algum fator de responsabilidade pelos novos comportamentos de Riley, mas ainda não é a força vital na vida dela. A Ansiedade, por exemplo, ou a Inveja, e ainda o Tédio e  a Vergonha começam a ser muito relevantes e dominam a mesa de comando, a Ansiedade até mais do que as outras emoções. O que faz o antigo grupo batalhar por espaço e correr contra o tempo para não deixar que tudo saia do controle.

                                                 Créditos de Imagens: © 2024 Disney/Pixar. All Rights Reserved.
A Vergonha surge junto com todos os novos personagens, mas só consegue espaço mais ao fim do filme

O roteiro não exatamente coloca os novos personagens como ''vilões'' da trama, afinal, todas as emoções são saudáveis e querem o bem da Riley. Logo, o que a trama trabalha é o encontro do equilíbrio e do trabalho em equipe entre eles para dar ao mundo a melhor Riley possível. Claro, estes novos sentimentos podem sim ter um teor mais preocupante, pois nos deixam alarmados quando aparecem na vida das crianças, mas ainda assim, a fortaleza do filme é abordar a construção desta personalidade em crescimento e como cada um dos caminhos tomados pode a fazer mais forte. 

Kelsey Mann também auxilia nos argumentos iniciais para as ideias pontuais do longa e direciona a história para um lugar tão excelente quanto o que Peter Docter o fez. Não temos o retorno do criador das composições clássicas do filme, Michael Gicchino, agora que assume o papel é Andrea Datzman, no entanto o clássico ''Bundle Of Joy'' dá novamente o start das cenas. O time de animadores agora vem com a brasileira Bruna Berford e as cores e o delineado são tão graciosos quanto o que já se esperava que fosse - em certo ato temos um contraste de desenhos que perambulam a mente da protagonista e a ferramenta é emblemática para o trabalho dos animadores. A edição do longa o faz ter um minuto a mais apenas e é tanto acontecimento incrível em tela que realmente acredita-se que a película parece ter mais tempo, quando, na verdade, não tem. É que ela é ultra bem conduzida e estruturada fazendo a audiência cair no choro em diversos momentos e se emocionar por todo o filme. Aliás, a ansiedade pelo terceiro bate logo nos créditos finais...
Trailer



Ficha Técnica

Título Original e Ano: Inside Out 2, 2024. Direção: Kelsey Mann. Roteiro: Meg LeFauve e Dave Holstein — com argumentos de Meg LeFauve e Kelsey Mann. Elenco Original: Amy Poehler, Maya Hawke, Liza Lapira, Kensington Tallman, Tony Hale, Lewis Black, Lilimar, Grace Lu, Diane Lane, Adèle Exarchopoulos, June Squibb, Kyle MacLachlan, Ayo Edebiri, Phyllis Smith.Vozes dubladas: Miá Mello, Tata Werneck, Eli Ferreira, Otaviano Costa, Dani Calabresa, Leo Jaime, Nizo Neto, Katiuscia Canoro,  Gaby Milani, Fernando Mendonça, Nizo Neto, Ricardo Sawaya, Cassiano Àvila, Sylvia Salustti. Gênero: Animação, aventura, comédia. Nacionalidade: EUA e Japão. Trilha Sonora Original: Andrea Datzman. Fotografia: Adam Habib e Jonathan Pytko. Edição: Maurissa Horwitz. Animadora: Bruna Bergford. Empresas Produtoras: Walt Disney Pictures e Pixar Animation Studios. Distribuição: Walt Disney Brasil. Duração: 1h36min.


O time de dubladores originais da animação é quase o mesmo. Amy Poehler (Alegria), Phyllis Smith (Tristeza), Lewis Black (Raiva), Diane Lane (mãe da Riley) e Kyle MacLachlan (pai da Riey) retornam para o papel. Bill Hader (Medo) e Mindy Kaling (Nojinho) não toparam a sequência por conta de discordância nos cachês. Assumem o papel deles Tony Hale e Liza Lapira. Kaitlyn Dias que dublava Riley foi substituída por Kessington Tallman e tem-se ainda June Squibb como a Nostalgia. No Brasil, retornam aos papéis Isabela Guarnieri (RIley), Silvia Goiabeira (Mãe da Riley), Miá Mello (Alegria), Otaviano Costa (Medo), Dani Calabresa (Nojinho), Leo Jaime ( Raiva) e Katiuscia Canoro (Tristeza). São adicionados ao elenco Tatá Werneck (Ansiedade), Eli Ferreira (Tedio), Gaby Milani (Inveja), Fernando Mendonça (Vergonha), Nizo Neto (Bloofy), Ricardo Sawaya (Pochete), Sylvia Salustti (Nostalgia). O pai da Riley era dublado por Luiz Laffey e passa a contar com a voz de Cassiano Àvila. O time de vozes brasileiras realmente dá um show a parte, mas a escolha de Tatá Werneck, que já é especialista em falar rápido e ser excentricamente maravilhosa, além de engraçada, é o tchan da coisa toda. A voz de Nizo Neto é também impressionante, quando entra em cena, em parte da animação que os contornos se alteram, fica impossível não reconhecer seu tom de voz. 

Se você se emocionou com o primeiro filme, esta sequência vai lhe aquecer a alma tanto quanto ou mais que a primeira narrativa, e muito por conta da condução assertiva que todo o time Disney e Pixar conseguiram emplacar. Não há erros, só acertos. E eles são muitos. Para os psicólogos de plantão, ganharam mais um uma incrível referência para a base de estudos comportamentais. 

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Avaliação: Cinco palmas de pé! (5/5)

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