A guerra de uma bela mulher contra um macho escroto na mais carismática e envolvente peça publicitária dos anos 80! A atriz Kim Basinger e o cineasta Adrian Lyne no auge de seus talentos! E a finalização chega a um bom lugar, a personagem feminina tem seu final vitorioso! Feita essas considerações, o relançamento deste clássico dos anos 80, em salas de cinemas de todo o Brasil, provocará muitos debates devido a caracterização dos personagens ou ao que a trama em si apresenta, no entanto, os tempos eram outros e que bom que o cinema evolui, atendendo as demandas da sociedade pela valorização da mulher, combatendo relacionamentos tóxicos.
9 ½ Semanas de Amor é o terceiro longa-metragem da carreira do diretor inglês Adrian Lyne, responsável por grandes sucessos como Flashdance (1983), Atração Fatal (1987), Proposta Indecente (1993) e Infidelidade (2002). Lançado em 1986, o filme tem ainda o ator Mickey Rourke que chegou a emagrecer alguns quilinhos para aparecer na produção e abrilhantou Hollywood na época.
O roteiro conta a estória de Elizabeth (Kim Basinger), uma marchand recém-divorciada que, após um flerte despretensioso com John (Mickey Rourke), um rico empresário da bolsa de Wall Street, embarca em uma aventura amorosa pelo período que o título destaca. As sucessões de aventuras eróticas não escondem um relacionamento extremamente abusivo, com humilhações, violências físicas e psicológicas e atitudes controladoras.
Trailer
Ficha Técnica
Título Original e Ano: Nine 1/2 Weeks, 1986. Direção: Adrian Lyne. Roteiro: Sarah Kernochan, Zalman King, Patricia Louisanna Knop - baseado no livro de ELizabeth McNeill. Elenco: Mickey Rourke, Kim Basinger, Margaret Whitton, David Margulies, Christine Baranski, Karen Young, William De Acutis. Gênero: Drama, Romance. Nacioalidade: Eua. Trilha Sonora Original: Jack Nietzsche. Fotografia: Peter Biziou. Edição: Caroline Biggerstaff, Ed Hansen, Tom Rolf, Mark Winitsky. Figurino: Bob Read. Distribuição: A2 Filmes. Duração: 117min. Classificação: 18 anos.
Com um pé nos videoclipes e em publicidades, Adrian Lyne consegue dar ao filme uma proposta visual bonita e antenada ao estilo MTV, tão em voga nos anos 80. Assim, prepare-se para sombras, luzes, personagens belos e cheios de sensualidade, com sequências eróticas coreografadas e sedutoras, ao som de muita música pop e jazz. Por exemplo, Slave to Love, do Bryan Ferry, faz parte da trilha sonora. Entenda que não é que Adrian Lyne tenha seguido um estilo em voga naquele momento, ele é um dos criadores desta maneira de filmar. Sua marca na década de 80 é perceptível em muitos longas da época, sua influência foi enorme.
Algumas sequências de abuso hoje em dia são assustadoras. Infelizmente, na época do lançamento, não causaram tanto espanto. É importante analisar o longa-metragem visualizando seu contexto e período de exibição. Uma cena que causa muita ojeriza é a de uma discussão entre o casal que se concretiza com o personagem masculino levando brutalmente a parceira para a cama e que, resistente no início, esta última se entrega ao prazer. Filmar um estupro, mesmo que um pequeno momento do ocorrido, como uma cena tórrida no cinema atual seria impossível. Mas o diretor consegue captar as cenas em um take sensual, onde os astros do filme e toda sua beleza padrão auxiliam e muito, além da fotografia deslumbrante as performances estão impecáveis. O mundo mudou e o filme nos exibe tal ideia com muita força!
Ainda assim, mesmo que a película não tenha envelhecido bem em alguns momentos, em outras particularidades ele demonstra um frescor significativo. Elizabeth tem controle do início e fim do relacionamento e seu prazer é importantíssimo nas cenas mais quentes, John, mesmo abusivo e dominador, concentra-se sempre no prazer da ''amada''. Há até uma curiosa sequência de travestismo da atriz, dando um teor homoerótico divertido e sensual às aventuras do casal. A cidade de Nova York, por sua vez, é apresentada como um espaço multiétnico, cheio de diversidade e arte, lindamente fotografada.
Créditos de Imagem: Divulgação / A2 Filmes
A película é baseada na história real de Elizabeth McNeill e o livro chega ser ainda mais perturbador que o filme.
O retorno da película aos cinemas tem nome e razão: Kim Basinger está completando 70 anos de vida este ano e brilha majestosa no filme, todo centrado nela. A atriz mostra todo seu charme e beleza num roteiro que explora seu corpo e aparência física, mas também seu talento como artista em Hollywood. Ganhadora do Oscar na categoria de atriz coadjuvante, em 1998, por Los Angeles: Cidade Proibida, de Crutis Hanson, até hoje se mantém ativa na indústria e aparece em trabalhos esparsos. Entre seus filmes mais populares, estão Batman (1989) e 007: Nunca Mais Outra Vez (1983) ou ainda Celular - Um Grito de Socorro (2004). Seu parceiro de cena, o ator Mickey Rourke, também tem um super histórico no mundo das artes, assim como o diretor Adrian Lyne. É muito bom rever tantos talentos significativos para o cinema, em um clássico dos anos 80, que extasiou plateias várias décadas atrás. Uma boa amostragem de como a sétima arte veio mudando e acompanhando o desenvolvimento dos gostos dos espectadores!
Nota: 7/10
HOJE NOS CINEMAS!
Um comentário:
Organizando-me aqui para rever este filme que, como bem disseste, não envelheceu muito bem, sobretudo na romantização dos abusos. Mickey Rourke era promissor nessa época, pena que foi logo ostracizado. Parabéns pelo texto. Incita e excita - tanto quanto o filme, em seus melhores momentos. Adrian Lyne tinha um toque mágico para vender erotismo: publicitário de mão cheia!
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