terça-feira, 30 de julho de 2024

Pequenas Cartas Obscenas, de Thea Sharrock


Pequenas Cartas Obscenas, de Thea Sharrock (Como Eu Era Antes de Você, 2016), é uma grande e grata surpresa! O roteiro, escrito por Johnny Sweet, baseado em fatos, apresenta uma narrativa simples e linear. Tal simplicidade vai ganhando a atenção e o coração do espectador pouco a pouco. A princípio, até será fácil sentir simpatia e até um pouquinho de pena da personagem da espetacular e fora de série Olivia Colman, Edith Swan. Desprovida de atrativos físicos, a não tão jovem, beata e puritana segue solteira, vivendo em Littlehampton, um vilarejo litorâneo arcaico da Inglaterra dos anos 20, na companhia dos pais idosos, vividos por Gemma Jones e Timothy Spall.
Ali leva uma vida totalmente sem cor e emoção! Na casa ao lado, contudo, surge a viúva irlandesa Rose Gooding, interpretada por Jesse Buckley, o namorado e a filha pequena, com comportamento e vida distintas. Os trajes mais vaporosos e os hábitos trazidos da cidade natal não combinam com o novo lar. A vida ousada e fogosa de Rose chama a atenção dos moradores locais. Edith, curiosa, tenta fazer amizade com a mulher. Mas são água e vinho. Impossível de se misturar.

Mulheres ''de bem'' não frequentavam pubs, não tocavam violão, não falavam palavras de baixo calão. Rose fazia tudo isso e mais! Cartas obscenas logo são entregues uma após a outra na casa de Edith. São ofensivas e engraçadas, num linguajar interiorano. O fato choca a mulher e mais ainda seus pais tradicionalistas. Toda sociedade se solidariza com as ofensas que a beata recebe. A suspeita de quem seria a autoria das missivas, obviamente, recai sobre Rose. Está montado o palco para esta comédia escrachada, com muitos palavrões e situações hilárias.

Créditos de Imagens: Divulgação / Sony Pictures / Film4 / South of The River Pictures
Olivia Colman e Jessie Buckley trabalharam juntas em ''A Filha Perdida'' (Maggie Gyllenhaal,2021).
As mulheres, que a princípio acreditavam na religiosa, acabam se unindo às investigações realizadas pela policial Glayds Moss (Anjana Vasan), que resolve enfrentar os homens misóginos, preconceituosos e intolerantes - as policiais mulheres começam a ser contratadas no Reino Unido a partir de 1915 e auxilio bem durante a primeira guerra mundial. As reviravoltas na trama ao estilo bem pastelão são incrivelmente divertidas e lembram o teatro tragicômico do escritor clássico Shakespeare.

A doce Edith esconde uma personalidade perversa, fruto da educação castradora que recebeu. Edith é resultado do meio. Aqui temos Olivia Colman sendo Olivia Colman – ótima como sempre! Mas o elenco inteiro entrega performances incríveis e a narrativa é leve e fluida.

Pequenas Cartas Obscenas chega sorrateiramente como uma das ótimas estreias do final de julho. Confira!!
Trailer

Ficha Técnica
Título Original e Ano: Wicket Little Letters, 2023. Direção: Thea Sharrock. Roteiro: Jonny Sweet. Elenco: Oliva Colman, Jessie Buckley, Anjana Vasan, Joanna Scanlan, Gemma Jones, Malachi Kirby, Lolly Adefope, Eileen Atkins, Timothy Spall, Hugh Skinner, Paul Chahidi, Jason Watkins, Alisha Weir. Gênero: Comédia. Nacionalidade: Reino Unido, EUA e FRanca. Trilha Sonora Original: Isobel Waller-Bridge. Fotografia: Ben Davis. Edição: Melanie Oliver. Figurino: Charlotte Walter. Design de Produção: Cristina Casali. Produtores: Graham Broadbent, Pete Czernin, Ed Sinclair, Olivia Colman, Jo Wallett. Produção Executiva: Anna Marsh, Ron Halpern, Joe Naftalin, Ollie Madden, Daniel Battsek, Farhana Bhula, Diarmuid McKeown, Ben Knight, Tom Carver, Jonny Sweet, Simon Bird. Coprodução: Emma Mager. Empresas Produtoras: Studiocanal, Film4, Blueprint Pictures, South of the River Pictures. Distribuição: Sony Pictures Brasil. Duração: 01h40min.

O longa foi rodado em Arundel e Worthing, a oeste de Sussex, na Inglaterra. Ademais, a personagem Rose na realidade era também de Sussex e não da Irlanda como apresentado. O filme também joga diversidade nos personagens, mas no contexto dos fatos toda a vila era branca.
Pequenas Cartas Obscenas passou pelo Toronto Film Festival, em 2023, estreou em janeiro no Reino Unido e chega sorrateiramente as telas brasileiras nesse final de mês. Confira!!

Avaliação: Três selos para cartas.
EM EXIBIÇÃO NOS CINEMAS

Festival de Filmes Incríveis | 01 a 14 de Agosto

 

FESTIVAL FILMES INCRÍVEIS do Belas Artes Grupo começa em 1° de agosto em São Paulo

Evento exibirá no REAG Belas Artes novos trabalhos de Karim Aïnouz, Rithy Panh, além de outros filmes premiados e inéditos no Brasil


Entre 1° e 14 de Agosto o REAG Belas Artes, em São Paulo, será o centro de uma volta ao mundo em produções cinematográficas de 20 países que formam a seleção da primeira edição do FESTIVAL FILMES INCRÍVEIS, realizado pelo Belas Artes Grupo. Todas as películas são inéditas no circuito brasileiro, e apresentam as novas obras de cineastas renomados, como o brasileiro Karim Aïnouz e o cambojano Rithy Pan, além de um longa do célebre cineasta polonês Krzysztof Kieslowski. O festival é patrocinado pelo Desenvolve São Paulo, Secretaria do Estado de São Paulo e o Ministério da Cultura.

Dezessete longas já estão confirmados para o festival - quinze filmes de quinze países diferentes, mais dois longas convidados como exibições especiais, sendo eles Motel Destino, de Aïnouz, e Spokój/The Calm, de Kieslowski, originalmente lançado em 1976, mas ainda inédito no Brasil. Os filmes do festival foram escolhidos por uma curadoria que valorizou a qualidade artística das obras e filmes que valem a pena serem vistos no cinema. Além disso, esses 20 longas trazem histórias bem contadas com um apuro estético e formal. São filmes que nem sempre chegam ao circuito nacional, por isso ressalta-se a importância de assistir no FESTIVAL FILMES INCRÍVEIS. Outra novidade é o prêmio do público, que irá escolher seu filme favorito por meio de uma votação.

O festival será uma oportunidade para ver longas premiados, como o canadense Universal Language, de Matthew Rankin, ganhador do principal prêmio da Quinzena dos Realizadores em Cannes, e a coprodução entre Espanha e Costa Rica, em Memorias de un Cuerpo que Arde, de Antonella Sudasassi, vencedor do Prêmio do Público na mostra Panorama do Festival de Berlim 2024; além de filmes de diretores veteranos e renomados, como Meeting Pol Pot, de Rithy Panh; ou novos e promissores cineastas, como a franco-argelina Emma Benestan, que apresente participa com Animale, ambos exibidos no último Festival de Cannes. 

Krzysztof Kieslowski marca presença dupla no festival. Além da exibição da cópia restaurada de Spokój/The Calm, de 1976, no qual um jovem ex-detento é alvo de perseguição por seus colegas de trabalho quando desconfiam que ele seja um traidor numa greve, o cineasta polonês está ligado ao filme iraniano Café, de Navid Mihandoust, no qual um cineasta sonha com um filme de Kieslowski, porém, proibido pelo governo de fazer cinema, ele passa os dias em um café. O diretor Mihandoust foi condenado a três anos de reclusão com acusações injustas resultantes de um documentário que ele realizou em 2009, centrado na vida profissional de Masih Alinejad, uma jornalista iraniana e ativista dos direitos das mulheres. 

Teaser - FFI 2024


A volta ao mundo do FESTIVAL FILMES INCRÍVEIS continua, passando por países como Geórgia, com Gondola, de Veit Helmer; Irlanda, com Lola, de Andrew Legge, exibido em Locarno; o indiano The Cloud and the Man, de Abhinandan Banerjee, premiado em Calcutá e Caracas; Nepal, com Shambhala, de Min Bahadur Bham, que foi exibido em competição no Festival de Berlim deste ano; e Bélgica, com Soundtrak to Coup d'Etat, de Johan Grimonprez, vencedor do Prêmio Especial do Júri por Inovação Cinematográfica no Festival de Sundance 2024, vencedor do Grande Prêmio de Melhor Documentário Internacional no Festival Internacional de Cinema de Sófia 2024, e vencedor do Persistence of Vision Award no Festival Internacional de San Francisco 2024. 

O Peru é representado por Reinas, de Klaudia Reynicke-Candeloro, que foi ganhador do Grand Prix Generation Kplus International no Festival de Berlim 2024; a Arábia Saudita por Norah, de Tawfik Alzaidi, exibido no Un Certain Regard, em Cannes, onde levou o prêmio de Melhor Atriz; Tunísia por Mé el Aïn/Who do I belong to, de Meryam Joobeur, que parte do curta da diretora chamado Brotherhood, indicado ao Oscar; os EUA por All Dirt Roads Taste of Salt, da estreante Raven Jackson, produzido e distribuído em seu país pela A24; e o Japão por O Homem Com a Caixa de Papelão, de Gakuryu Ishii, que teve uma sessão especial no Festival de Berlim de 2024, e é inspirado num romance clássico de Kobo Abe. 

O único filme brasileiro na competição oficial do Festival de Cannes, Motel Destino, de Karim Ainouz, será o filme de encerramento do festival em 14 de agosto. O longa é protagonizado por Fábio Assunção, Iago Xavier e Nataly Rocha, e se passa no estabelecimento que dá nome ao filme, na beira de uma estrada, no litoral do Ceará, onde moram o dono e sua jovem esposa, mas a chegada de um rapaz transformará a vida de ambos. 

Cada filme terá três sessões durante o festival, e os ingressos terão preços acessíveis: R$ 5,00 (meia-entrada) e R$ 10,00 (inteira). Além disso, também será possível adquirir um passaporte que dará direito a cinco sessões do FESTIVAL FILMES INCRÍVEIS. A programação completa e os três últimos filmes que completam a seleção serão anunciados em breve. 

       Crédito de Imagem: Gullane / Pandora Filmes  / Divulgação
A produção inédita da Gullane encerra o Festival em 14 de Agosto. No dia 09 ela estará também na abertura do Festival de Gramado


Serviço:

FESTIVAL FILMES INCRÍVEIS

Abertura: 31 de julho às 19h30

Quando: 1 a 14 de Agosto

Onde: REAG Belas Artes

Endereço: R. da Consolação, 2423 – Consolação

Ingresso: R$ 5 e R$ 10 - na bilheteria e no site

Passaporte: R$ 75 - válido para cinco sessões



Sobre o Belas Artes Grupo

Formado em 2020, o Belas Artes Grupo reúne três empresas de destaque no mercado audiovisual brasileiro: o REAG Belas Artes, um dos mais tradicionais cinemas de rua da cidade São Paulo, inaugurado em 1967; a Pandora Filmes, distribuidora de filmes independentes mais antiga do Brasil, responsável por lançamentos como Que horas ela volta? e Parasita; e o À LA CARTE, streaming de filmes lançado em abril de 2020, que conta com uma curadoria pensada para quem ama cinema de verdade e que leva para seus assinantes filmes de todos os cantos do mundo e de todas as épocas. O Belas Artes Grupo é 100% nacional e é comandado por André Sturm.

segunda-feira, 29 de julho de 2024

O Mal Não Existe, de Ryusuke Hamaguchi


O Mal Não Existe. Nem o bem. Não há um universo com uma consciência maniqueísta que compensa a balança dos acontecimentos conforme esse critério. Não há um deus bom que é responsável por tudo que é belo. Nem um demônio mau que clama por tudo aquilo que é ruim. O que existe é a natureza. Seres humanos. Instintos, sentimentos. Um sistema econômico social que tenta manter o controle pela racionalidade. Um sistema econômico que tenta controlar pela necessidade. O novo longa-metragem de Ryusuke Hamaguchi (Drive My Car) não explica seu título em nenhum momento. Não há sequer um diálogo sobre o tema. Mas pistas visuais e narrativas acusam esse caminho.

A primeira metade do filme versa sobre o cotidiano de um pequeno vilarejo de seis mil habitantes nas redondezas de Tóquio. O diretor não se apressa em estabelecer o clima através do protagonista Takumi: ele corta lenha; coleta água direto de uma nascente; passeia com sua filha Hana no meio da floresta enquanto explica para a criança sobre cada árvore pela qual passam; janta na companhia de seus amigos, tudo em um ritmo contemplativo de quem tem tão pouco compromisso com o tempo que constantemente se esquece do horário de buscar a criança na escola.

A paz local ameaça ser quebrada quando uma empresa pretende estabelecer um camping de luxo na região. A expectativa dos moradores é a de que o rio ficará sujo devido a uma fossa que será construída, de que os turistas irão tumultuar a vila e fazer fogueiras na floresta com seu costume de assar churrasco. A companhia responsável marca uma reunião para ouvir as preocupações e demandas da comunidade, mas trata-se apenas de uma formalidade para constar nos relatórios. Da parte dos manda-chuvas há pouca ou nenhuma intenção de negociar, visto que o empreendimento precisa ser construído o quanto antes para cumprir o prazo previsto no projeto e receber o fomento do governo.
                   
                                                               Crédito de Imagens: Divulgação/ Imovision/ Fictive/ NEOPA
A produção saiu vencedora de seis prêmios no Festival de Veneza em 2023. Entre os louros, ''Melhor Filme'', ''Melhor Filme segundo o Juri'', o ''FIPRESCI'' e mais três prêmios especiais.

O contraste entre o tempo de cada polo é nítido. Takumi e seus conterrâneos querem mais reuniões, um replanejamento, pois estão acostumados à calmaria de sua rotina. O diretor da empresa termina correndo um encontro com seus subordinados para atender a outro compromisso e exige que os funcionários voltem à vila ainda no mesmo dia. Por sua vez, os encarregados Mayuzumi e Takahashi se encontram no meio do caminho. Embora sejam ignorantes quanto ao ambiente silvestre, estão dispostos a aprender. Embora entendam o lado da comunidade, ainda querem que o camping seja construído. E embora sejam vistos com maus olhos pelos cidadãos locais, estão apenas seguindo ordens que não lhes rendem nenhum benefício.

Conforme acompanham Takumi em seus afazeres, tornam-se encantados por seu estilo de vida. Fica cada vez mais claro o quanto estão mais próximos de Takumi que de seu patrão. No entanto, ainda são intrusos naquele habitat e sua ingenuidade os coloca em perigo. Seja por meio do espinho das plantas, seja pelo instinto animal.
 
 
Trailer 

 Ficha Técnica
 
Título original e ano: Aku wa sonzai shinai, 2023. Direção: Ryûsuke Hamaguchi. Roteiro: Eiko Ishibashi, Ryûsuke Hamaguchi. Elenco: Hitoshi Omika, Ryo Nishikawa, Ryuji Kosaka, Ayaka Shibutani, Hazuki Kikuchi, Hiroyuki Miura. Gênero: Drama. Nacionalidade: Japão. Direção de fotografia: Yoshio Kitagawa. Direção de arte: Yoshio Kitagawa. Música: Eiko Ishibashi. Montagem: Azusa Yamazaki. Design de Produção: Masato Nunobe. Produção: Satoshi Takada. Empresas Produtoras: Fictive e NEOPA. Duração: 106 min. Classificação: A definir
EM EXIBIÇÃO NOS CINEMAS

Deadpool & Wolwerine, de Shawn Levy

 
O terceiro capítulo na saga do mercenário tagarela, aka Deadpool, é uma celebração explosiva de caos e carisma. Com direção de Shawn Levy e titulado "Deadpool & Wolverine", a produção está sendo lançada como o filme do momento durante o verão 'norte-americano' e tem a responsabilidade de unir dois dos personagens mais amados da Marvel em uma aventura sangrenta, repleta de ação e com aquela comédia ácida que só o irônico Wade Wilson, interpretado por Ryan Reynolds, pode proporcionar ao público.
 
A audiência de todo o universo é agraciada com mais um blockbuster heroflick e este não decepciona, já que o filme é realizado não com a intenção de revolucionar a indústria do cinema, mas tem a proposta pura e completa de entreter e ser extremamente divertido almejando ainda entregar tudo o que os fãs esperavam do (re)encontro de Logan, papel de Hugh Jackman desde o inicio dos anos 2000, e Wade. Reynolds retorna com sua energia contagiante e humor altamente questionável, enquanto Jackman, que havia finalizado suas participação no mundo dos heróis com ''Logan'' (2016, James Mangold) vivendo o icônico Wolverine, dá ao universo mais um gostinho de o ver em novas aventuras do X-Men mais carrancudo da trupe liderada por Charles Xavier. O australiano aparece com ainda mais profundidade e ferocidade e a química entre os dois atores, que são amigos fora das telas, abrilhanta a produção e dá ao espectador mais chances de se maravilhar com as interações entre eles, um dos grandes destaques do longa.
A trama que gira em torno de Deadpool viajando no tempo para tentar salvar o mundo de um destino sombrio e se exibe como uma história simples que serve como pano de fundo para toda a ação e comédia que definem o filme. O roteiro, escrito por Reynolds em parceria com Rhett Reese, Paul Wernick,  Zeb Wells e Shawn Levy, é repleto de piadas que satirizam a própria Marvel, a falecida 20th Century Fox, e, claro, todas as referências à cultura pop e quebras da quarta parede que são marca registrada do mascarado falante. O personagem tem criação nos quadrinhos de Rob Liefeld e Fabian Nicieza, já Wolwerine tem origem pelas mãos do batalhão formado por Len Wein, John Romita, Roy Thomas e Herb Triemp. O encontro entre os dois acontecerá dentro do multiverso e a partir de um ''incentivo'' da "Autoridade de Variação Temporal'' que está no comando do Sr. Paradoxo (Matthew Macfadyen). Juntos os dois terão de derrotar a super vilã Cassandra Nova (Emma Corrin), mais conhecida nos quadrinhos como a ''irmã gêmea má'' de Charles Xavier. A personagem teve sua primeira aparição, em julho de 2001, na  HQ ''Os Novos X-Men'' #144 (disponível aqui).

Trailer


Ficha Técnica
Título Original e Ano: Deadpool & Wolwerine. Direção: Shawn Levy. Roteiro: Ryan Reynolds, Rhett Reese, Paul Wernick,  Zeb Wells e Shawn Levy. Elenco: Hugh Jackman, Ryan Reynolds, Emma Corrin, Matthew Macfadyen, Rob Delaney,  Jon Favreau, Jennifer Garner, Channing Tatum, Wesley Snipes, Brianna Hildebrand,  Tayler Mane, Karan Soni,  Aaron Stanford, Leslie Uggams,  Shioli Kutsuna, Dafne Keen, Blake Lively, Kelly Hu, Paul G. Raymond, Hanry Cavill, Chris Evans. Gênero: Ação, Comédia. Nacionalidade:  . Trilha Sonora Original: Rob Simonsen. Fotografia: George Richmond. Edição: Shane Reid e Dean Zimmerman. Direção de Arte: Tim Blake. Figurino: Graham Churchyard e Mayes C. Rubeo. Design de Produção: Ray Chan. Distribuição: Walt Disney Studios. Duração: 02h07min. 
As cenas de ação são brutais e coreografadas com maestria, principalmente a sequência de ação que inicia o filme. O grande destaque é para o momento em que Deadpool e Wolverine lutam lado a lado contra os inimigos que eles precisam derrotar. Ademais, os momentos nos quais os personagens se estranham também são hilários. Os dois juntos entregam ferocidade e os takes são cheios de criatividade. E quando ambos utilizam seus poderes, o sangue jorra na telona e o espectador terá que manter os olhos bem abertos para não perder os movimentos rápidos que acontecem durante as lutas. A produção claramente não poupa nada e ninguém da violência - algo comum nos filmes do irônico Deadpool e que o faz quase sempre ter classificação alta.

                                                       Créditos de Imagens: © 2024 20th Century Studios / © and ™ 2024 MARVEL.
Shawn Levy e Ryan Reynolds trabalham juntos pela terceira vez. ''Free Guy - Assumindo o Controle'' (2021) e ''O Projeto Adam'' são os outros filmes em que Levy dirigiu Reynolds.


A trilha de canções (escute aqui) engloba uma mistura eclética de clássicos do rock, pop e hip-hop, combinados com músicas atuais e algumas originais criadas para o longa. Uma lista que abraça a euforia dos personagens e reflete as personalidades dos dois protagonistas: o humor irreverente de Deadpool e a fúria selvagem de Wolverine e combina perfeitamente com o clima que o diretor Shawn Levy quer levar ao grande público, principalmente no ultimo ato que recebe uma musica magistral que eleva ainda mais o épico, porém já esperado final. Aliás, vale lembrar que a Diva Madonna quase nunca libera o uso de suas canções e ela o fez para o filme, a partir de um pedido especial de Levy e Reynolds que a encontraram e fizeram o pitching de como a canção seria usada. O clássico atemporal ''Like Prayer' é ainda ouvida em quase todos os trailers liberados do filme.

O terceiro Deadpool exibe uma paleta de cores pautada nos detalhes e mais colorida do que nunca. O visual é dotado de cores vibrantes e saturadas para criar takes energéticos e chamativos. O figurino dos protagonistas foram repaginados. Deadpool vem com olhos maiores e Wolwerine, pela primeira vez, usa seu uniforme original, mas com modificações. E mesmo assim, enche seus fãs de orgulho. O próprio Hugh Jackman disse ''porquê nunca usamos antes, parece muito certo''. Logo, é por isso que fica fácil afirmar que o filme bombardeia os espectadores de muito “fã service”.

                                            Créditos de Imagens/ © 2024 20th Century Studios / © and ™ 2024 MARVEL.
A primeira vez que Logan e Wade Wilson se encontraram na telona foi em ''X-Men Origins: Wolwerine'' (2009, Gavin Hood) e nem a crítica e nem o público ficaram felizes com o resultado da produção.

Um dos pontos fortes do filme é que Ryan Reynolds, Shawn Levy e toda a equipe de roteiristas, sabem que se trata de um personagem de quadrinhos e não se preocupam em ser 100% fiel as páginas das HQ's, ainda assim, trazem uma narrativa que é mantenedora da essência onde importa, as características do personagens e a suas personalidades. O resultado final é um filme que não se leva a sério, constantemente fazendo piadas sobre si mesmo e o universo Marvel. Essa autodepreciação torna o blockbuster ainda mais divertido e refrescante em um gênero que muitas vezes quer ser cabeçudo demais. O que lembra e muito a motivação para a criação do personagem que veio para ser o contrabalanço quando os heróis e anti-heróis eram super sérios, frios e calculistas. Wade surgiu como uma sátira a todos e continua ascendendo até os dias de hoje.
Deadpool & Wolwerine foi feito para os fãs e eles vão adorar ainda mais os personagens. Novos admiradores podem surgir, claro, e este é um ótimo ponto de entrada para quem nunca viu nada de nenhum dos dois, pois o longa situa o espectador de uma maneira maravilhosamente cômica e curta dos acontecimentos passados. A participação estelar de Jennifer Garner, Wesley Snipes, Chris Evans, Channing Tatum, Dafne Keen e alguns outros atores fará o fã do quadrinho vibrar na cadeira. Afinal, as perfomances somam muito a trama. E Shawn entrega ao mundo um filme que Deadpool, os X-Men e os personagens Marvel com muita nostalgia. 

EM EXIBIÇÃO NOS CINEMAS

quinta-feira, 18 de julho de 2024

A Música Natureza de Léa Freire, Lucas Weglinski | Assista nos Cinemas

 

O documentário é um tipo de filme que se propõe a realizar um recorte do que que convenciona chamar de realidade. Obviamente que essa realidade pode ter várias nuances e nem mesmo ser factualmente crível, mas cabe ao diretor dar a essa peça da sétima arte essa noção realística, de quase jornal. Essa amplitude subjetiva dá a essa objetividade milhares de possibilidades, podendo gerar verdadeiras obras-primas ou malogros risíveis.
A Música Natureza de Léa Freire é um desses êxitos absolutos na arte documentarista. O seu recorte de realidade é a trajetória pessoal da musicista paulistana Léa Freire, desde sua infância na década de 50 até a atualidade. Uma compositora jazzística, imprescindível aos olhos do mundo, e praticamente desconhecida no Brasil, sua vida é uma inspiração e um exemplo claro de como a música brasileira é fantástica, rica em diversidade, ritmo, melodia e o que mais se imaginar.
 Trailer

Ficha Técnica
Título Original e Ano: A Natureza da Música de Léa Freira, 2022. Direção e roteiro: Lucas Weglinski. Protagonistas: Léa Freire, Alaíde Costa, Amilton Godoy, Silvia Góes, Filó Machado, Arismar do Espírito Santo, Joana Queiroz, Erika Ribeiro, Tatiana Parra, Jane Lenoir, Keith Underwood. Gênero: Documentário. Nacionalidade: Brasil. Edição: Joaquim Castro e Lucas Weglinski. Fotografia: Louise Botkay, Joaquim Castro e Lucas Weglinski. Produtores: Carolina Kotscho e Clara Ramos. Produção Executiva: Heloisa Jinzenji, Fernando Nogueira e Lucas Weglinski. Empresa Produtora: Agalma Produções. Distribuição: Descoloniza Filmes. Duração: 99 min.
 
Diretor e roteirista, Lucas Weglinski metamorfoseia essa vida em um verdadeiro estudo de gênero, raça e desigualdade no país. Essa riqueza temática é solidamente construída por um roteiro engenhoso que mescla imagens de arquivo, depoimentos da Léa e as peças musicais que ela compôs. A natureza do título é belamente exemplificada na música maravilhosa que ecoa por todo o filme, numa interpretação jazzística de todo nosso histórico musical, com espaço para muito improviso e inspirada por nossa natureza tropical exuberante e seus sons.
Os parceiros musicais também dão suas impressões e aí vemos um desfile de grandes figuras da música brasileira instrumental que, infelizmente, são desconhecidas do grande público, mas que demonstram com seus sons serem de grande qualidade, amados e reverenciados no mundo todo. Léa Freire, com seu selo musical próprio, até que tenta iluminar essa ignorância do nosso público interno, mas é uma tarefa ingrata. A falta de incentivo à arte e à educação contamina essa tentativa de trazer conhecimento. As falas e ações da Léa, porém, dão grande esperança de que isso um dia mudará. Sua atuação em projetos sociais é uma calorosa inspiração em várias cenas do documentário, um lembrete de que esforço constante pode alterar esta realidade.
 
Créditos de Imagêns: Descoloniza Filmes / Divulgação 
A produção venceu prêmio no LABRFF de ''Melhor Documentário''
Lucas Weglinski foi o responsável também pelo documentário Máquina do Desejo – 60 Anos do Teatro Oficina (2021). Sua revisitação à grande arte paulistana revela ao público o quanto a metrópole de São Paulo também é rica em sua arte e sua procura pelo belo. Seu recorte desta realidade urbana, às vezes difícil e estressante, é mostrar que é possível extrair luz do aspecto cinza da cidade. Os sons urbanos que Léa extrai da Paulicéia desvairada e transforma em música natureza são um grande exemplo disto.
A montagem do filme, com sua alternância entre depoimentos, imagens de arquivo, apresentações musicais, dão um toque jazzístico ao filme: aquele improviso que de gratuito não tem nada, amplamente pensado para dar um ritmo ao filme. A equipe técnica que criou essa música cinematográfica interna está de parabéns, casa perfeitamente com o tema musical abordado. Léa Freire está viva e produtiva, logo, o filme não acaba com o término da exibição, pode-se acompanhar os desdobramentos de suas cenas nos jornais diários. Sua obra é motivo de orgulho para nós, seus contemporâneos. No nível de Tom Jobim, Pixinguinha e outros, é um diamante que mesmo, ainda desconhecido, brilha muito, enchendo de beleza e luz os cantos mais escuros da realidade.   
Nota: 9/10.
HOJE NOS CINEMAS 

Divertimento, de Marie-Castille Mention-Schaar | Assista nos Cinemas

 “Sou jovem, mas rigorosa quanto à pontualidade”!
 
Um dos aspectos mais interessantes de “Divertimento”, de Marie-Castille Mention-Schaar, lançado no exterior em 2022, é narrar os eventos reais da juventude da maestrina francesa Zahia Ziouani (interpretada por Oulaya Amamra) como se fossem parte de um típico filme destinado a adolescentes: malgrado o sobejo de refinamento em sua educação musical, isso é apresentado de maneira acessível e facilmente identificável. Vide o instante inicial, ainda em 1985, quando a protagonista era uma criança, e percebe que seus pais estão assistindo a um concerto na TV: frente à sonoridade cativante do “Bolero” de Maurice Ravel, suas mãos dançam, quase automaticamente, de modo que, ali, é germinado o seu sonho de, um dia, reger uma orquestra…

Bastante aplicada, aos dezessete anos de idade, Zahia possui uma irmã gêmea, Fettouma (Lina El Arabi), que é violoncelista. Ambas estudaram na mesma escola suburbana e, ao obterem a oportunidade de continuar os estudos num insigne conservatório parisiense, são vítimas de alguns preconceitos sociais. Ainda que não possam reclamar que são efetivamente pobres, as irmãs são alvos de zombaria por morarem longe do conservatório, por possuírem instrumentos que não são novos, por lidarem com condições adversas desde a infância. Mas logo conseguirão se destacar, por méritos próprios. 

Trailer
 
Ficha Técnica
Título original e ano: Divertimento, 2022. Direção: Marie-Castille Mention-Schaar. Roteiro: Clara Bourreau, Marie-Castille Mention-Schaar. Elenco: Oulaya Amamra, Lina El Arabi, Niels Arestrup. Gênero: Drama. Nacionalidade: França.Direção de fotografia: Naomi Amarger. Direção de Arte: Gwendal Bescond. Música: Elise Luguern. Edição: Benoît Quinon. Figurino: Caroline Spieth.  Produção: Marc-Benoît Créancier, Olivier Gastinel. Empresas Produtoras: Easy Tiger, Estello FilmsDistribuidora: Imovision. Duração: 110 min

Se, na trama, Fettouma está bastante presente, mas subordinada ao desempenho de sua irmã, lamenta-se que aspectos íntimos de suas vidas sejam abandonados, como a preocupação de Zahia em relação a uma paixonite de Fettouma ou a ausência de interesses sentimentais por parte da primeira. Elas não sabem falar árabe, apesar de serem de origem argelina, pois seus pais obedeceram ao conselho de um pediatra, que recomendou que a comunicação doméstica fosse exclusivamente em francês. Inclusive, a relação das irmãs com o pai Abdel (Zinedine Soualem) é ótima, mas a insegurança eventual de Zahia faz com que ela requeira apoio exacerbado das pessoas que a cercam.

Hostilizada pelos garotos do conservatório, por ser mulher, Zahia chama a atenção do célebre maestro Sergiu Celibidache (Niels Arestrup) e é convidada pessoalmente por ele para ter aulas de condução, após afirmar que, até então, ela fôra autodidata. O modo de Sergiu compartilhar os seus ensinamentos vai de encontro ao rigor quase desportivo das demais exigências das irmãs Ziouani em relação à música: na maior parte das vezes, elas estão competindo, de modo que o maestro chega a comparar uma das provas a uma “atividade de ginástica”. É a deixa para que, numa conversa com o prefeito local, Zahia externe o seu ponto de vista em relação à música, ciente da elitização da mesma: “sei que a música pode não mudar o mundo, mas acredito que a prática musical consegue transformar as pessoas”. É o que percebemos no filme, aliás.

Servindo-se de várias convenções do subgênero adolescente – como a seqüência que explica o título, quando Zahia e Fettouma roubam a partitura da peça haydniana homônima de uma loja, a fim de serem aceitas pelos colegas ricos – , “Divertimento” força a barra, em enredos paralelos, como quando Zahia convence um jovem pianista a fazer as pazes com o pai presidiário ou a relação educacional entre Fettouma e uma garota com Síndrome de Down, que fica fascinada ao alisar o seu violoncelo. A seqüência derradeira é clicherosa na maneira como é erigida, mas permite uma situação belíssima, quando percebemos uma menina regendo imaginariamente uma orquestra, da mesma maneira que ocorre no início. A boa intenção, neste caso, é funcional! 

                                                   Créditos de Imagem: Divulgação / Imovision / Easy Tiger, Estello Films 
A produção foi selecionada para encerrar o ''Stony Brook Film Festival'' e a diretora Maria-Castille Mention-Schaar recebeu um ''prêmio especial de reconhecimento'' pelo trabalho.

Para que a diretora obtenha eficientes resultados fílmicos, ela conta com um entrosado elenco com aptidões sinfônicas e com uma seleção primorosa de obras musicais clássicas. O ritmo narrativo manifesta uma ou outra instabilidade, por conta das supracitadas crises de insegurança de Zahia (há uma briga mal desenvolvida com o seu pai, por exemplo), mas é um filme que, na maneira direta com que é realizado, pode motivar alguns espectadores a alimentarem sonhos que, de antemão, pareceriam impossíveis, como aquele que motiva Zahia desde o início. As qualidades superam os defeitos, portanto.

Situado no ano de 1995, quando Jacques Chirac [1932-2019] encetou o seu mandato presidencial, o enredo deste filme aborda a política francesa de maneira progressista, quando elogia a decisão de abolir o serviço militar obrigatório para os jovens imigrantes (segundo a fala de uma personagem) ou ao referendar a gestão cultural da prefeitura de Stains – cidade onde residiam as irmãs Ziouani –, que apóia a arriscada decisão de enviar a orquestra fundada por Zahia para competir num concurso polonês, onde ela, afinal, sai vitoriosa. Nos créditos de encerramento, a trajetória de sucesso das irmãs é resumida através de letreiros exortativos. Trata-se de um filme modesto em sua concepção, mas assertivo na homenagem concedida às personagens reais: dentro dos apanágios populares de gênero, cumpre divertidamente a sua missão!

HOJE NOS CINEMAS

Star Wars : The Acolyte - Episódio Final da 1° Temporada | Assista no Disney+

 
Episódio 8: ''The Acolyte''
Direção: Hanelle M. Culpepper
Roteiro: Jason Micallef, Leslye Hadland e Jasmyne Flournoy - Baseado nos personagens criados por George Lucas.

Nem tanto à terra, nem tanto ao mar. A mais nova série Star Wars trouxe uma diversidade etnico-racial de personagens impressionante e só isso já foi o suficiente para irritar os fãs conservadores (para não dizer preconceituosos) da saga. Além de ter o elenco majoritariamente negro e asiático, a obra ainda conta com duas protagonistas femininas e uma mulher à frente do comando Jedi. Isso fez com que a descarga de ódio desses indivíduos sobre a série fosse imediata desde a divulgação do trailer.

Para compensar o impacto negativo que o rastro de ódio e as críticas desse público deixaram, os entusiastas da saga e a parcela mais progressista da audiência tenderam a exaltar a obra para equilibrar a balança. No entanto, por mais que se queira, esse coro não será endossado. Representatividade é importante, mas não é tudo em se falando de obras de arte e entretenimento.

The Acolyte (que a Disney, em sua mania colonizadora, manteve o título original no Brasil ao invés de traduzir e localizar) faz escolhas narrativas muito gratas, como a de contar uma história bastante distante da saga Skywalker e a de trazer usuários da força que não sejam jedi ou sith. Os primeiros dois episódios são bastante promissores e têm sucesso em estabelecer ambiente, conflito e clima. Outro ponto alto é a trama política paralela envolvendo o senado e o fato de que a legitimidade do poder dos Jedi é questionada.

Créditos de Imagem: Divulgação / Disney +, Lucas Film e The Walt Disney Company
Os dois primeiros episódios da série chegaram ao Disney+ em 04 de junho. Já o último episódio foi liberado em 16 de julho.

Porém, a cada episódio é necessária uma suspensão de descrença cada vez maior para encarar algumas decisões de roteiro. O espectador precisa abstrair a habilidade de um mestre jedi experiente de sentir uma pessoa tentando se passar por outra, para dizer o mais óbvio. Talvez todos esses furos e “forçações de barra” não importassem se houvesse personagens cativantes e tramas envolventes. Mas além desses serem mal escritos, aqui os intérpretes não ajudam. Não é que os atores sejam ruins, mas a direção falha em deixar as protagonistas (ambas vividas por Amandla Stenberg) carismáticas.

Além disso, informações de bastidores foram divulgadas para exaltar Lee Jung-jae (Mestre Sol) que aprendeu inglês especificamente para este papel, como se isso fosse algo bom. Embora seja uma façanha pessoal realmente incrível para o ator coreano, não se pode esperar que um intérprete performe bem em uma língua que ele não domina. Não é como se faltassem atores asiáticos disponíveis no mercado hollywoodiano e a estrela de Round 6 (Netlifx, 2022) fosse a única escolha possível… a participação do ator na série foi feita mirando na publicidade em detrimento da qualidade da obra.

Outra decisão questionável é a que fica clara na última cena do último episódio, com a aparição de um personagem muito conhecido. Afinal, a Disney quer investir em histórias e rostos novos ou quer ficar sugando para sempre os mesmos ícones criados por George Lucas há décadas?


Trailer da Série


Ficha Técnica
  • Título Original e Ano: The Acolyte, 2024. Criação: Leslye Headland. Direção: Hanelle M. Culpepper, Alex Garcia Lopez, Kogonada, Leslye Headland. Roteiro: Leslye Headland, Jasmyne Flournoy, Jocelyn Bioh, Claire Kiechel, Charmaine DeGrate, Jason Micallef, Eileen Shim, Cameron Squires, Jen Richards - baseado nos personagens e no universo criado por George Lucas. Elenco: Amanda Stenberg, Carrie-Anne Moss, Charlie Barnett, Leah Brady, Rebecca Henderson, Joona Suotamo, Amy Tsang, Manny Jacinto, Lee Jung-Jae, Charlie-Dean Chapman, Dafne Keen, Jodie Turner-Smith. Gênero: Aventura, Ação, Scifi. Nacionalidade: EUA. Trilha Sonora Original: Michael Abels. Fotografia: James Friend e Chris Teague. Design de Produção: Sophie Becher e Kevin Jenkins. Edição: Miikka Leskinen. Figurino: Jennifer L. Bryan. Empresas Produtoras: Disney +, Lucas Film e The Walt Disney Company.


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