Você piscou e o ano já está acabando. ''Então é Natal, e o que você fez?'' Está aberta a temporada festiva. A Mariah Carey está descongelando e listas de resoluções de ano novo já começam a ser escritas. Só tem um problema que talvez possa interromper as festividades: Papai Noel foi sequestrado!
Um enorme time de produtores se juntou ao roteirista de 7 filmes da franquia Velozes & Furiosos e ao diretor das sequências de Jumanji, Jake Kasdan, para criar um blockbuster de Natal com grande orçamento e um elenco de peso. Inicialmente planejado como uma adição de catálogo do Prime Video com lançamento programado para o fim de 2023, Operação Natal foi adiado em um ano devido à greve que parou Hollywood ano passado. Mudanças nos planos mercadológicos da Amazon MGM nesse meio tempo garantiram a estreia do longa nos cinemas. Dentro do possível, o resultado final acaba sendo mais simpático do que o esperado.
Callum Drift (Dwayne Johnson) já teve dias melhores. Chefe da equipe de segurança do Papai Noel (J. K. Simmons), ele vê sua crença em seu trabalho sendo diluída dia após dia pelo aumento preocupante de nomes na famigerada Nefasta Lista, a tabela onde constam as pessoas que tiveram atitudes reprováveis ultimamente. Após 542 anos de serviços prestados, decide que este será seu último Natal como guarda-costas. Porém seus planos de aposentadoria são abruptamente interrompidos quando o bom-velhinho em pessoa, aqui chamado pelo codinome Das Neves, é levado de sua fortaleza no Polo Norte. A contra-gosto, Callum precisa se unir a um caçador de recompensas especializado em rastrear pessoas, o inescrupuloso Jack O'Malley (Chris Evans), pai ausente e nível 4 na Nefasta Lista, para encontrar o desaparecido a tempo de salvar o Natal.
Trailer
Ficha Técnica
Título Original e Ano: Red One, 2024. Direção: Jake Kasdan. Roteiro: Chris Morgan e Hiran Garcia. Elenco: Dwayne Johnson, Chris Evans, Lucy Liu, J.K. Simmons, Kiernan Shipka, Bonnie Hunt, Kristofer Hivju, Mary Elizabeth Ellis. Gênero: Ação, Comédia, Aventura, Fantasia. Nacionalidade: EUA. Trilha Sonora Original: Henry Jackman. Fotografia: Dan Mindel. Edição: Steve Edwards, Mark Helfrich, Tara Timpone. Design de Produção: Bill Brzeski. Direção de Arte: Ravi Bansal. Figurino: Michael Crow, Laura Jean Shannon. Empresas Produtoras: Amazon MGM Studios, Seven Bucks Productions, Chris Morgan Productions, Big Indie Pictures. Distribuição: Warner Bros. Pictures Brasil. Duração: 02h03min.
Orçado em 250 milhões de dólares (1/5 disso só de cachê para o Dwayne Johnson), a produção chega aos cinemas com dois desafios: provar que não é um filme de streaming (apesar de ser) e conquistar o público mostrando que é mais do que um mero punhado de sacadinhas que tentam subverter clichês (apesar de não ser). O longa navega entre o criativo e o genérico. A criatividade se vê na construção do universo da trama que preenche lacunas e propõe modernizações à mitologia natalina clássica, visando tornar mais crível algo que aos olhos cínicos das gerações atuais pode soar infantil demais. Para isso, oferece respostas para perguntas como “por que ninguém sabe onde o Papai Noel mora?” e “como o Papai Noel entrega presentes no mundo inteiro em uma só noite?”. Em uma nação supertecnológica escondida dos olhos do resto do mundo por um domo impenetrável que a torna invisível (uma espécie de Wakanda do Polo Norte), Das Neves e sua equipe trabalham o ano inteiro pra garantir que seu trenó com renas supersônicas distribua brinquedos para crianças por todo o globo. Para isso, contam com o auxílio da M.O.R.A, agência secreta de força paramilitar que protege o mundo mitológico e garante que as lendas não sejam descobertas pela Humanidade.
Crédito de Imagens: Frank Masi/Prime Video |© 2022 Amazon Content Services LLC
A produção fez parte da ''Sessão Secreta Cinemark'' no último sábado (04/11) e contou com pré estréias pagas pelo país na quarta-feira (06/11). As salas em sua maioria exibindo o filme dublado.
O grupo é comandado por Zoe, uma Lucy Liu permanentemente sisuda, que parece estar acima das leis. Em determinado ponto há uma menção espirituosa a um método de tortura bastante caloroso: o abraço de um urso polar antropomorfizado que ameaça apertar o personagem ranzinza de Chris Evans até ele revelar segredos que não sabe. Assim como também usam armas paralisadoras para incapacitar inimigos. Além de boas doses de violência à la Marvel: plástica demais pra ser verossímil, realista demais pra ser cartunesca. Enquanto isso, o roteiro apresenta outros elementos natalinos reinterpretados sob uma nova ótica, como bonecos de neve parrudos atirando shurikens de flocos de neve, o anti-Noel Krampus e a bruxa islandesa Gryla (interpretada pela ótima Kiernan Shipka). No papel é tudo incrível, mas é aqui onde a parte genérica de Operação Natal começa a ficar mais evidente. Tirando lugares-comuns esperados de filmes com a mesma temática, o longa peca exatamente nos mesmos lugares que os longas mais recentes de Jumanji: na estética. Com efeitos ora convincentes, ora risíveis, o filme é um mar de cenários e personagens digitais que contracenam com intérpretes de carne e osso. Algumas cenas funcionam perfeitamente, enquanto outras soam meio mal-renderizadas. O excelente trabalho de maquiagem que dá vida ao Krampus interpretado por Kristofer Hivju, por exemplo, destoa bastante da composição gráfica de monstros integralmente digitais.
Com atuações protocolares de Dwayne Johnson e Chris Evans (que parecem estar há anos presos nos mesmos personagens), Operação Natal não dá muito material para Lucy Liu trabalhar, que tira leite de pedra com sua personagem. O Papai Noel maromba de J.K. Simmons também não tem tanto valor quanto esperado, mas se destaca nos momentos em que aparece em tela. Quem brilha mesmo são os vilões: Kiernan Shipka e Kristofer Hivju parecem estar se divertindo a valer com a canastrice de seus papéis. Não exatamente carregado do espírito natalino convencional, mas com boas intenções e referências suficientes ao conceito para funcionar, Operação Natal replica fórmula de outros filmes do gênero numa roupagem que mistura comédia, ação e drama familiar que pode não ser muito complexa narrativamente, mas que é segura e habitual o suficiente para agradar o público médio e quem mais se permitir embarcar nesta jornada de resgate.
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