Covil de Ladrões 2, Christian Gudegast

 
O primeiro filme dessa aparente nova franquia do cinema de ação de assalto (leia texto aqui), também chamada de ''Heist'', ao que se refere ao gênero, foi uma grata surpresa, mas o anúncio de uma continuação não era esperado pelo mundo cinéfilo. Em Covil de Ladrões 2, também dirigido por Christian Gudegast, Donnie, interpretado por O’Shea Jackson Jr., tem um novo plano, ele se junta a outros infames ladrões, formando o grupo criminoso Pantera, para realizar um roubo ainda mais fantástico na Europa, enquanto o policial Nick, interpretado por Gerard Butler, está no seu encalço.

Uma das características mais marcantes dessa, possível nova, franquia é a presença de um código moral dos ladrões, contra uma amoralidade institucionalizada dos policiais. No primeiro, o roubo visa as notas de dólar que são descartadas diariamente no Banco Central dos Estados Unidos da América, é possível dizer que eles roubam um dinheiro que deixaria de existir. Os policiais, por outra via, atuam de forma mais violenta que os próprios ladrões. O diretor quer criar essa ideia, esse sentimento de que os vilões são um pouco mocinhos e os mocinhos são um pouco vilões, em especial o personagem de Butler.


Nesta sequência, a ideia geral permanece, mas é trabalhada de outra forma. Nick está em busca de Donnie, recém divorciado, após perder seu emprego na polícia, ele caça o bandido para um acerto de contas, indo até a Europa colaborar com a polícia da União Europeia. Porém, ao se ver perdido e sem rumo, Nick decide se juntar aos ladrões para performar o assalto também. De início, Donnie se mostra reticente, ele sente Nick como uma ameaça, e o próprio grupo de Panteras também fica receoso. O filme brinca muito com a ideia de onde está a lealdade de Nick, é o grande ponto de interrogação, para os personagens e para o espectador, mas o diretor consegue manejar isso de forma a, como no primeiro filme, nos enganar o tempo todo.


Crédito de Imagens: Rico Torres para a Liongate - Diamond Films/Divulgação

Nos Estado Unidos, o Filme ganhou o subtítulo de ''Pantera'' e foi lançado em janeiro deste ano

É dificil julgar uma história como essa, por ser algo muito simples. Um grupo de ladrões vai roubar uma espécie de banco de diamantes, pronto. As qualidades e chamarizes do filme estão na forma com que o diretor conduz a ação, como a tensão é criada entre os personagens e nisso ele é muito competente. Quando o longa-metragem se investe na ação, na forma com que os ladrões vão tentar enganar a todos para cometerem um crime quase perfeito, ele é hipnotizante. O problema aqui, nesse sequência, são as histórias paralelas.


O primeiro filme possuía uma condução mais restrita, haviam vislumbres da ruína do casamento de Nick, do trabalho formal de Donnie e da vida pessoal de Merrimen (Pablo Schreiber). Nessa continuação, há uma proliferação de histórias auxiliares que acabam por atrapalhar o desenvolvimento da narrativa principal. A película acaba se estendendo para poder dar conta de todas as histórias que quer contar, mas nem todas funcionam e acabam deixando a história cadenciada.


O elenco vai muito bem, a criatividade estética e narrativa é muito bem vinda e o final deixa um gostinho de queremos mais. Sofre pela sua grandiloquência, mas consegue se recuperar quando a história caminha. É uma produção pipoca que vale a pena conferir no cinema.


Trailer



Ficha Técnica

Título Original e Ano: Den of Thieves: Pantera, 2025Direção: Christian Gudegast. Roteiro:Christian Gudegast baseado nos personagens criados por Chrstina Gudegast e Paul T. Scheuring. Elenco: Gerard Butler, O'Shea Jackson, Evin  Ahmad,  Salvatore Esposito, Orli Shuka,  Stéphane Coulon, Cristian Solimeno, Nazmiye Oral, Mark Grosy, Joshua Gabriel LiègeGênero: Suspense, ação, policial. Trilha Sonora OriginalKevin Matley. Fotografia: Terry StaceyFigurino: Cristina Sopeña. Edição: Robert Nordh. Direção de Arte: Lionel Mathis e Antonio Calvo Domínguez. Design de ProduçãoSébastien InizanDistribuidor: Diamond Films Brasil. Nacionalidade:Estados Unidos. Duração: 02h24min.
Avalição: Três gritos em alto mar e meio (3,5/5).

HOJE NOS CINEMAS

Escrito por João Pedro Fraga

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