quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

O Homem do Saco, de Colman McCarthy


No novo terror dirigido pelo diretor escocês Colman MacCarthy (Melanie - A Última Esperança, 2016) e protagonizado por Antonia Thomas (The Good Doctor, 2017, Lovesick, 2014, e Misfits, 2009) e Sam Claffin (O Livro do Amor, 2022), o medo de uma geração de crianças de todo o mundo é personificado: O Homem do Saco.

A história desta ''lenda infantil'' está enraizada em boa parte do imaginário brasileiro. Um homem mal que rapta crianças desobedientes e se alimenta delas. O filme segue essa cartilha, porém, o vilão não busca pelas crianças arteiras, mas sim as mais comportadas, mais sonhadoras. O que talvez seja um bom motivo para se tornar um rebelde sem causa. 

O personagem de Claffin, Patrick, foi atormentado por esta vil criatura na infância, mas recebeu de seu pai um artefato para afastá-lo. Agora casado com Karina (Antonia Thomas) e pai de Jake, interpretado pelo fofíssimo Caréll Vincent Rhoden, o monstro de sua infância volta para assombrar sua casa e sua família. 
Trailer



Ficha Técnica
Título Original e Ano: Bagman, 2024. Direção: Colman McCarthy. Roteiro: John Hulme. Elenco: Sam Cafflin, Antonia Thomas,  Caréll Vincent Rhoden, Will Davis, Adele Leonce, William Hope, Steven Cree, Rosalie Craig, Peter McDonald, Henry Pettigrew. Gênero: Terror. Nacionalidade: EUA. Trilha Sonora Original: Tim Williams. Fotografia: Nick Remy Matthews. Edição: Jeff Betancourt. Design de Produção: Chris Richmond. Figurino: Irina Kotcheva. Distribuidora: Paris Filmes. Duração: 01h33min.

O longa tem uma boa estrutura narrativa, entres flashbacks e cenas no presente, acaba conseguindo construir bem seu terror, até certo momento. Mas é a combinação desse com o drama que chama mais atenção. A situação da família, o trauma do passado, a ligação com o filho Jake, tudo isso é bem feito, mas o diretor parece ter a necessidade de adicionar os motes genéricos que assombram esse tipo de filme, as tentativas de jump scare, desleixo na construção de tensão e do monstro.

Quando a sugestão é feita, o filme fica mais interessante, mas a personificação sem vida do Homem do Saco é frustrante, até mesmo a sua bolsa, com o feixo macabro, fica aquém. Há uma pressa em chegar num determinado ponto da história, que acaba fazendo com que o filme não nos deixe ver tudo o que queremos, em especial nos ataques do vilão.

   Créditos de Imagem: Temple Hill Enterteinment,  Media Capital Technologies - Vladislav Lepoev/Divulgação/Paris Filmes
A primeira aparição de sucesso de Antonia Thomas foi na série ''Misfits'', criada por Howard Overman, em 2009. De 2022 a 2024, a atriz foi vista ao lado de Freddie Highmore na aclamada série ''The Good Doctor''.


A personagem de Antonia é subaproveitada e o restante dos coadjuvantes ainda mais, chega até a ser confuso, em alguns momentos, qual a relação deles com os protagonistas. São personagens que saem e entram em cena, mas não possuem peso. A migração dos protagonistas pelas casas desses últimos também é vazia, e não faz diferença para as jornadas e arcos.

Por fim, Colman, um experiente condutor de séries de tevê no Reino Unido, apresenta um filme de terror com bons momentos, um começo bom, trabalhando a ideia de traumas geracionais, mas acaba caindo nas armadilhas existentes do gênero. Há uma preocupação estética, interessante em certa medida, para a bolsa, o covil, a figura do Homem do Saco, mas a revelação do visual do personagem é aquém do que se espera. Ainda assim, uma boa sessão para quem não perde estreias aterrorizantes.

Avaliação: Dois sacos furados e meio (2,5/5)

HOJE NOS CINEMAS

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