Câncer com Ascendente em Virgem, de Rosane Svartman

O universo feminino ganha uma página super bem explorada no filme ''Câncer com Ascendente em Virgem'' que chega aos cinemas este fim de mês. A produção passou pela ''Mostra Brasil'' da 48ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo , em 2024, e tem direção de Rosane Svartman (Desenrola, 2010) e produção de Clélia Bessa, responsável pelo blog e também pelo livro ''Estou com Câncer, e Dai?'' que inspira a trama da película. O roteiro é de Suzana Pires, que também é protagonista do longa e vive Clara, uma professora de matemática super alto astral e independente que se descobre com um câncer de mama aos 40 e tantos. 

A narrativa abraça todo o sentido da palavra ''sororidade'' e confirma que a rede de apoio em processos como o que uma mulher passa quando se está doente, é altamente necessária para não se desequilibrar e perder a força contra a doença. Ademais, Câncer com Ascendente em Virgem traz personagens de avós, mães, filhas, amigas e um núcleo diverso que consolidam a importância de se ter temáticas do universo feminino figurando na telona.
 
O elenco é formado por Marieta Severo (Leda), Nathália Costa (Alice), Fabiana Karla (Dircinha), Carla Cristina Cardoso (Paula), Ângelo Paes Leme (Renato), Yuri Marçal (vivendo ele mesmo), (Marcos) Heitor Martinez, Pedro Caetano (Marcos) e muitos outros.

            Crédito de Imagens: Downtwn Filmes - Divulgação
O filme tem cena emocionante onde a personagem principal decide raspar os cabelos após iniciar a quimioterapia

Em 1998, Chris Columbus dirigiu o drama ''Lado a Lado'', estrelado por Julia Roberts e Susan Sarandon, duas atrizes maravilhosas. Na trama a personagem de Julia vivia a ''madrasta'' dos filhos de Susan e esta última estava definhando com câncer. O filme evidencia conflitos ligados a competição feminina, mulheres mais jovens chegando para tomar o lugar de mulheres mais velhas, mas se resolve com as duas solucionando suas batalhas internas e externas e caminhando de mãos dadas. No longa de Svartman, que tem um olhar muito mais feminino por ter um time de realizadores e produtores mulheres, se assiste algo semelhante a temática, quando Clara e Ju, nova esposa do ex da professora, tem momentos de companheirismo. No entanto, o roteiro trabalha por novos caminhos. 

Clara é uma docente premiada, dá aulas nas redes e é cheia de amor para dar, seja aos pares românticos que talvez apareçam durante uma festa de comemoração ou à família. É centrada, ética, enérgica e amiga. Aliás, quando não está dando aulas, corre para aulas de danças e ainda passa na feirinha que tem próxima a academia e faz amizades como a que conquista em Dircinha. Sua filha, Alice, está na fase 'da adolescência e volta e meia solta aquela expressão famosa do ''Ai, que saco, mãe!'' Mas não deixa de se preocupar com Clara quando esta descobre que está doente. Leda, a matriarca da família, é aquela avó cheia de cultura e espiritualidade que todos gostaríamos de ter para sempre. A mulher se agarra a tudo que pode e decide vir para perto da filha e da neta para cuidar mais e mais delas.
 
             Crédito de Imagens: Downtwn Filmes - Divulgação
O ''Outubro Rosa'' surgiu internacionalmente durante os anos 90 e no Brasil ganhou força pela Lei nº 13.733/2.018. Com objetivo a alertar os cuidados com a saúde da mulher, o mês inteiro é proposta que empresas e órgãos governamentais promovam a prevenção contra o câncer de mama e útero. 

Outros aspectos muito importantes que são explorados no texto, é que Clara não deixa de ser uma pessoa combatente e vaidosa. Ao não poder mais esbanjar seus lindos fios, raspa a cabeça e investe em lenços, perucas e maquiagens com a boca vermelha para destacar sua feminilidade, muito presente nela, mesmo nesta fase. A leveza com que a situação séria é remontada na tela emociona e engrandece o filme. 

Dircinha e Clara, por exemplo, revelam uma amizade fofa durante os momentos de passeio de Clara pelo bairro e logo descobrem que estão no mesmo barco. Uma dá apoio a outra e usam até ''a fofoca'' para se distrair durante a químio, um momento árduo para os pacientes com câncer. Dircinha é casada com Marcos e a mulher tem também esse braço para auxiliar nos momentos complicados do seu tratamento.
 
Trailer

 
 
Ficha Técnica
 
  • Título original e ano: Câncer com Ascendente em Virgem, 2025. Direção: Rosane Svartman. Roteiro: Suzana Pires, Martha Mendonça e Pedro Reinato. Colaboração no Roteiro: Ana Michelle, Rosane Svartman e Elisa Bessa. Elenco: Suzana Pires, Marieta Severo, Nathália Costa, Fabiana Karla, Carla Cristina Cardoso, Ângelo Paes Leme, Julia Konrad, Maria Gal, Mariana Costa, Yuri Marçal, Heitor Martinez,Gabriel Palhares, Pedro Caetano, Rafael Tannuri, Ariane Souza, Giovana Lima, Lucca Fortuna, Carlos Rosário, Aline Menezes, Marcio Fonseca, Rodrigo Átila, Cibele Santa Cruz, Kika Farias, Prazeres Barbosa, Claudia Barbot, Giovanna de Toni. Gênero: Comédia, Drama, Romance. Nacionalidade: Brasil. Direção de Fotografia: Dudu Miranda. Cibele Santa Cruz e Junior Prado. Figurino: Márcia Tacsir. Maquiagem: Mari Figueiredo. Som Direto: Valéria Ferro. Edição de som: Maria Muricy, ABC. Mixagem: Armando Torres Jr.. Montagem: Natara Ney.Trilha Sonora Original: Flavia Tygel. Still: Mariana Vianna. Maquinista Chefe: Alessandro Corino. Gaffer: Allan Paulo. Produção: Raccord Produções. Coprodução: Globo Filmes e RioFilme. Produção Executiva: Bárbara Isabella Rocha. Direção de Arte: Fabiana Egrejas. Produção: Clélia Bessa. Distribuição: Downtown Filmes. Duração: 100 min.
 
A produção ganha trilha sonora assinada por Flavia Tyngel e uma lista de música íncriveis perambulam por algumas cenas do filme (escute aqui). A cantora Preta Gil empresta sua voz para ''Tudo Vai Passar'', canção que ressoa em umas da muitas lindas cenas de Clara encarando o câncer. Além da trilha, o figurino é outro departamento rico do longa que encanta por mostrar mulheres femininas e as vestir conforme a carruagem anda.
 
Rosane Svartman consegue entregar a audiência um filme belíssimo e com uma mensagem altamente positiva. A diretora tem no currículo os longas  “Mais uma Vez Amor” (2005), “Desenrola” (2010), “Tainá 3” (2013) e “Pluft, o Fantasminha” (2022).
 
Chame as amigas e corra para o cinema!
 
Avaliação: Três abraços para deixar o coração quentinho (3/5).
 
HOJE NOS CINEMAS

Escrito por Bárbara Kruczyński

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