The Alto Knights: Máfia e Poder, de Barry Levinson


Robert De Niro interpreta dois chefes da máfia, Vito Genovese e Frank Costello, que, antes amigos, agora estão em franco combate. No final da década de 50, quando o governo estadunidense inicia uma guerra ao tráfico de entorpecentes e às máfias que comandavam, nos bastidores, a polícia e a política, esses dois chefes buscam seus próprios interesses. Vito deseja se tornar o Poderoso Chefão, enquanto Frank quer abandonar a vida de crimes, pelo menos é isso que ele diz. O roteiro é assinado por Nicholas Pileggi (Os Bons Companheiros, 1990) e a direção é de Barry Levinson (Rain Man, 1988).

São óbvias as inspirações da produção em contar essa história baseada em fatos. Podemos ver acenos à obra-prima de Coppola (O Poderoso Chefão, 1972), um dos grandes filmes de Martin Scorcese (Os Bons Companheiros, 1990) e, em certa medida, até mesmo Hitchcock (Vertigo, 1958) passa na paleta de referências visuais.

É impressionante ver um bom ator trabalhar, De Niro consegue dar dois tons muito distintos aos seus personagens e, mesmo quando estes interagem, é possível dizer que são duas pessoas diferentes os interpretando. A disposição do ator de 81 anos é impressionante, sua versatilidade é imensa e sua reputação não é mero acaso. O restante do elenco também acompanha bem o veterano, em especial Debra Messing (Mais Que Amigos, 2022), Cosmo Jarvis (Persuasão, 2022), Kathrine Narducci (O Irlandês, 2019) e Michael Rispoli (Um Amor Após a Vida, 2020).
 
Crédito de Imagens: Cortesia da Warner Bros - © 2025 Warner Bros. Entertainment Inc.
Nicholas Pileggi assina três roteiros para próximos filmes, um deles sobre o mafioso Gregory Scarpa
 
A direção de Levinson também é a contento, mas o roteiro de Nicholas Pileggi (GoodFellas, 1990) não deixa a história crescer. O filme possui bons momentos de humanização daqueles personagens, seja numa discussão sobre a origem dos mórmons, ou sobre como um assassinado deve ser confirmado, mas quando ele tenta criar tensão, ele falha.

Até mesmo a resolução do filme carece de tensão, toda a velocidade de narrativa construída no começo se perde no decorrer da história. A decisão de trazer uma espécie de entrevista com um dos chefes da máfia para cobrir todo o período de amizade e o cisma, enfraquece o filme, que fica refém de recortes temporais esparsos que atravancam o desenvolvimento.

No final, é um filme com uma boa direção, mas que carece de força narrativa. Há uma boa história sendo contada ali, mas ela se perde numa montagem engessada, diálogos mal filmados, mesmo com um bom texto, além da falta de tensão nas cenas. Muitos momentos, que aparentavam ser decisivos ou viradas de mesa, são menores por essa falha na direção.

Trailer
 


Ficha Técnica
  • Título Original e Ano:  The Alto Knights, 2025. Direção: Barry Levinson. Roteiro: Nicholas Pileggi. Elenco: Robert De Nir, Debra Messing, Kathrine Narducci, Cosmo Jarvis, Michael Rispol, Robert Uricol, Frank Piccirill, James Ciccone, Bob Glouberma. Gênero: Crime, Biografia, Mafia, Drama. Nacionalidade: EUA. Trilha Sonora Original:David Fleming.  Fotografia: Dante Spinotti. Edição: Douglas Crise. Design de Produção: Neil Spisak. Direção de Arte: Ian Scroggins. Figurino: Jeffrey Kurland. Empresas Produtoras: Warner Bros e Winkler Films. Duração:2hrs.
 
NOTA DA EDITORA
O palco da história nomeia o filme ''The Altos Knights''. Este era um Clube Social, fundado em 1926, e conta com uma uma longa e célebre história, pois o notório estabelecimento era conhecido como ''o lugar da máfia'', o que faz deste um personagem central na trama. O Clube ficava localizado na esquina da Kenmare com a Mulberry Street e, apesar de seu fim ignominioso, permanece um símbolo proeminente do passado histórico da máfia na cidade de Nova York. O cenário do filme foi remontado no Arnold’s Bar & Grill, em Ohio.   
 
HOJE NOS CINEMAS 

Escrito por João Pedro Fraga

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