Um batalhão de Navy SEALS, força de operações especiais da marinha norte-americana, invade uma casa para montar um ponto de monitoramento. Eles colocam os moradores num quarto enquanto quebram paredes, empilham colchões, e ocupam a casa. A movimentação aumenta do lado de fora, eles observam por terra e pelo ar. Toda construção desse início do filme tenta dar a tensão que, ao final, não parece existir.
No novo filme de Alex Garland (Guerra Civil, 2024), co-dirigido com Ray Mendoza, um veterano da Guerra do Iraque e que ajudou Garland como consultor em seu filme anterior, há uma busca por uma aproximação com a realidade. Veteranos que sobreviveram aos eventos foram chamados para colaborar, para atuarem como consultores, então o enfoque quase documental do filme se justifica nesse ponto.
É um longa-metragem que aproxima os conflitos humanos ao extremo, desta forma, a trilha é permeada por sons de tiros, respirações, passos e explosões. Detalhes que tomam conta da tela, não dando espaço para algo minimamente fantasioso, é tudo cru, a violência, o som e o texto. As cenas em que os caças “demonstram força” tem uma sonoplastia impressionante, que arrebata a sala por inteiro.
Trailer
Ficha Técnica
Título Original e Ano: Warfare, 2025. Direção e Roteiro: Alex Garland e Ray Mendoza. Elenco: Cosmo Jarvis, Joseph Quinn, Kit Connor, D'Pharaoh Woon-A-Tai, Aaron Mackenzie, Alex Brockdorff, Finn Bennett, Evan Holtzman, Michael Gandolfini, Joe Macaulay, Laurie Duncan, Jake Lampert, Aaron Deakins, Henrique Zaga. Gênero: Guerra, Drama, Ação. Docudrama. Nacionalidade: EUA e Reino Unido.Direção de fotografia: David J. Thompson. Design de produção: Mark Digby. Edição: Fin Oates. Figurino: Neil Murphy. Design de áudio: Glenn Freemantle, MPSE. Casting: Kharmel Cochrane. Produzido por: Andrew Macdonald, Allon Reich, Matthew Penrey-Davey, Peter Davis. Produção: A24 e DNA Films. Distribuição: A24, Elo Studios. Duração: 01h35min.
Com um elenco repleto de estrelas em ascensão, como é o caso de Will Poulter (As Crônicas de Nárnia, 2010), Charles Melton (Segredos de Um Escândalo, 2023), Joseph Quinn (Gladiador II, 2024), Kit Connor (Robô Selvagem, 2024), Michael Gandolfini (Beau Tem Medo, 2023), Cosmo Jarvis (Aniquiliação, 2018) e Henry Zaga (Queer, 2024), a produção acaba entregando um elenco fresco e muito jovem. Todos estão bem, mas nenhum possui uma grande cena. Vale, ainda, destaque para D’Pharaoh Woon-A-Tai (Reservation Dogs, 2021-2023), que tem uma importância crescente na trama e protagoniza um dos momentos mais interessantes do filme, com os rádios em cacofonia.
Após Guerra Civil, esperava-se que Garland trouxesse um contexto político e social para esse filme também, não olhando para essa equipe tão somente como heróis de uma nação em busca de justiça mundial, mas não é isso que acontece. Pode-se chamar Warfare – Tempo de Guerra de isentão. Ao mesmo tempo que o filme mostra os horrores da guerra, é apenas isso, soa como um discurso vazio que busca, em última análise, vangloriar aqueles soldados.
Crédito de Imagens: Courtesy of A24 - © A24
Filmado em sets de Londres, no Reino Unido, e no Iraque ao longo de cinco semanas, o co-diretor Ray Mendoza dedica o filme ao ex-combatente Elliott Miller que após participar de uma operação militar perdeu a memória dos eventos.
Ao final, parece que todo o tempo da película, a invasão, a emboscada, a retaliação e a tentativa de sobreviver, é totalmente vazio, não há uma ideia por trás, ou, melhor analisando, há uma ideia, porém essa é trabalhada de forma a tornar a história unidimensional. Os soldados traumatizados saem em seus tanques, a família traumatizada sai do quarto para ver sua casa destruída, explodida, alvejada por balas, destruída. Talvez essa seja uma representação interessante sobre a Guerra do Iraque, os americanos voltam para as suas casas e os iraquianos têm que lidar com o rastro de destruição.
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